Cresce volume de exportação de soja brasileira para a China em meio à guerra comercial

FOTO Cláudio Neves Portos do Paraná Divulgação Notisul

O acirramento da disputa tarifária entre China e Estados Unidos está provocando uma reviravolta no comércio global. A China comprou mais de 2,4 milhões de toneladas de soja do Brasil na semana que passou, em meio à imposição de tarifas entre as duas potências. O movimento beneficia especialmente estados como o Paraná, que pode ampliar suas exportações agrícolas e florestais, segundo o governador Ratinho Junior.

FOTO Gilson Abreu AEN Divulgação Notisul

Brasil ganha protagonismo nas tensões China-EUA

Uma compra extraordinária de soja brasileira pela China movimentou o mercado nos primeiros dias da semana. Segundo a Bloomberg, foram ao menos 40 cargas, totalizando mais de 2,4 milhões de toneladas. A maior parte deve ser entregue entre maio e julho. O motivo é a guerra tarifária: após os EUA imporem uma taxa de 145% sobre produtos chineses, Pequim retaliou com tarifas que chegaram a 125% sobre produtos americanos.

  • A compra representa quase um terço do volume mensal processado pela China
  • A antecipação e volume das compras foram considerados “excepcionais”
  • O aumento nas margens de processamento interno na China também favoreceu as aquisições

Paraná é destaque como fornecedor para a China

Para o governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior, a situação internacional representa uma oportunidade valiosa para o estado e para o Brasil. Em 2024, o Paraná exportou US$ 14,2 bilhões em alimentos e bebidas para 176 países. A soja e seus derivados responderam por boa parte disso — com destaque para a China, que comprou US$ 4,5 bilhões em grãos.

  • A soja representou 75,5% das exportações para a China em 2024
  • O Paraná exportou US$ 5,3 bilhões em grãos, US$ 1,4 bilhão em farelo e US$ 358 milhões em óleo
  • Carne de frango in natura também se destacou: US$ 739 milhões vendidos ao mercado chinês

Indústria madeireira paranaense também pode ganhar

Além dos produtos agrícolas, o setor de madeira de reflorestamento do Paraná surge como outro possível beneficiado da disputa. Os Estados Unidos, que importam grandes volumes de derivados de madeira para construção civil, podem ampliar suas compras com o avanço das tarifas sobre a China.

  • Exportações de madeira e derivados somaram US$ 446 milhões em 2024
  • Madeira compensada cresceu 24,5% entre 2023 e 2024
  • O IBGE apontou crescimento de 12,4% da indústria madeireira paranaense em 2024

Brasil amplia presença como fornecedor agrícola global

A preferência chinesa pela soja brasileira reforça o papel do país como fornecedor estratégico de commodities. Com margens de processamento favoráveis e preços mais competitivos, o Brasil se consolida como alternativa frente à tensão comercial entre as duas maiores economias do mundo.

“No Paraná, vemos essa disputa como uma chance de acelerar o crescimento da agroindústria, com mais empregos e renda para a população”, afirmou o governador Ratinho Junior.

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