Lysiê Santos
Tubarão
Se todo mundo faz, também vou fazer.” Essa é uma frase típica que milhares de cidadãos usam para encobrir seus ‘erros’. Em pleno século 21, com a evolução das tecnologias e o reforço da importância dos cuidados com o meio ambiente, ainda há aqueles que não estão conscientes das consequências que um simples ato pode causar ao local em que vive. Um exemplo de falta de respeito com o meio ambiente e com a comunidade ganhou evidência nos últimos dias.
A esquina da rua Guilherme Willemann, no bairro Passagem, em Tubarão, onde circulam dezenas de pessoas todos os dias, foi transformada literalmente em um lixão a céu aberto.
No local encontram-se restos de material de construção, sofá, TV, e todo tipo de resíduos orgânicos e sólidos, que estão sendo descartados de forma irregular.
A população transita próximo ao local, onde ocorre um problema ambiental, social e de saúde pública, com a proliferação de animais, doenças e mau cheiro.
O morador Rodrigo Dandolini, que também atua como presidente do Conselho Local de Saúde, indignado com a situação, resolveu denunciar a ação irregular por meio de um vídeo. Ele flagrou moradores até de outras cidades que descartam seu lixo na comunidade.
“Infelizmente o local virou acúmulo de lixo e a própria comunidade é a maior culpada. Não adianta só cobrar do poder público, cada um precisa fazer sua parte como cidadão. Tenho um filho e me preocupo com o ambiente em que ele está crescendo”, relata. Ele afirma que é necessária uma maior fiscalização. “Pensamos até em instalar uma câmera no local para flagrar, mas tudo começa pela educação e cidadania”, dispara.
Educação ambiental
Funat desenvolve projeto em escolas
A Fundação Municipal de Meio Ambiente de Tubarão (Funat) desenvolve uma série de ações para redução do descarte incorreto dos resíduos sólidos e orgânicos nas vias públicas. O diretor-presidente da fundação, Júlio César Ângelo Rodrigues, conta que o descarte irregular de lixo no bairro Passagem é um problema antigo. “Os moradores afirmam ‘Jogo aqui porque todo mundo joga’, e por mais que a prefeitura realize a limpeza, a comunidade precisa fazer sua parte”, alerta. Ele afirma que para recolher os materiais foram investidos cerca de R$ 50 mil. “As pessoas se negam a pagar cerca de R$ 200 para contratar o descarte correto e aguardam que o poder público pague por elas”, diz. Para conscientizar a população, a Funat desenvolve o projeto “Patrulha Mais Azul”. A ação ocorre nas escolas com estudantes do 5° e 6° ano com a entrega de cartilhas e orientações sobre os cuidados com o meio ambiente.
Lixo
Mutirão de limpeza
O problema ambiental não é algo isolado do bairro Passagem, mas ocorre em todo o município. O acúmulo de lixo também é notório na beira-rio, no Centro. “Neste ano já fizemos três mutirões de limpeza na beira-rio e notamos a redução do acúmulo de lixo. As ações estão fazendo efeito”, enfatiza Rodrigues. Um ponto de coleta de lixo eletrônico foi instalado na sede da fundação para amenizar o descarte irregular. “A população pode levar pilhas, baterias, óleo de cozinha e todo tipo de lixo eletrônico. A Funat atende até às 19h”, informa. Um ponto de coleta também será instalado em breve na Passagem, próximo ao salão da igreja.
Crime ambiental
Artigo 54 da Lei nº 9.605
O artigo 54 da Lei nº 9.605 diz que causar poluição de qualquer natureza em níveis que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora, é considerado crime. A pena é reclusão, de um a quatro anos, e multa. Se o crime é culposo: pena – detenção, de seis meses a um ano, e multa.