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As doenças cardiovasculares, que incluem infarto, acidente vascular cerebral (AVC) e doenças vasculares periféricas, são hoje uma das principais causas de morte no mundo — e o Brasil segue a mesma tendência preocupante. Para monitorar em tempo real o impacto desse cenário, a Sociedade Brasileira de Cardiologia criou o cardiômetro, ferramenta que registra óbitos relacionados a problemas cardíacos.
No dia 23 de setembro de 2025, por exemplo, o painel apontava até as 23h 1.070 mortes por doenças cardiológicas no país.
Importância do check-up regular
De acordo com o cardiologista Silvio Soares Nogueira, membro da Associação Brusquense de Medicina (ABM), a prevenção é o caminho mais eficaz para reduzir os riscos. Ele destaca que o check-up deve ser adaptado à idade e ao histórico de cada pessoa.
Entre 20 e 40 anos, as avaliações podem ser feitas de 2 a 5 anos, dependendo dos fatores de risco.
Acima dos 40 anos, o ideal é realizar consultas anuais, com ajustes conforme necessidade.
Pessoas com hipertensão, colesterol alto, diabetes, obesidade, histórico familiar ou tabagismo devem ter acompanhamento mais frequente.
Sintomas que merecem atenção
O médico alerta que alguns sinais não podem ser ignorados:
Dor ou aperto no peito, queimação ou sufoco, podendo irradiar para braço esquerdo, pescoço ou mandíbula.
Falta de ar, cansaço excessivo e palpitações.
No caso de AVC, perda de força ou sensibilidade em membros, alterações da fala, desvio da boca e problemas visuais.
Ele reforça que muitas doenças cardiovasculares são silenciosas, como a aterosclerose e a hipertensão, podendo se manifestar apenas em eventos graves como infarto ou morte súbita.
Fatores de risco e prevenção
Segundo o cardiologista, identificar fatores como hipertensão, colesterol elevado, diabetes, tabagismo, obesidade, sedentarismo e estresse é essencial para prevenir complicações.
“Essa prevenção deve começar ainda na infância, com orientação para hábitos saudáveis, prática de atividade física e alimentação equilibrada”, salienta Nogueira.
Entre os exames complementares possíveis estão exames laboratoriais, eletrocardiograma, teste ergométrico e ecocardiograma, sempre a partir da avaliação médica.
Avaliação antes da atividade física
Antes de iniciar qualquer prática esportiva, seja moderada ou intensa, é necessário realizar avaliação clínica, com coleta da história médica, exame físico e, muitas vezes, um eletrocardiograma de repouso. Esse cuidado simples ajuda a prevenir riscos.
O especialista alerta ainda para o uso indevido de anabolizantes, hormônios e estimulantes, que aumentam as chances de arritmias, infarto, miocardiopatias e até morte súbita.
Tratamentos avançaram
Segundo Nogueira, os tratamentos atuais são cada vez mais eficazes, tanto na prevenção primária (antes de eventos como infarto ou AVC) quanto na prevenção secundária (após complicações já ocorridas).
“Hoje temos grandes avanços na terapia medicamentosa e nas intervenções, cada vez menos invasivas e com melhores resultados. Quando aplicadas corretamente, essas medidas reduzem muito os riscos e melhoram a qualidade de vida”, afirma o médico.

