A Escola Municipal de Ensino Básico Santo André, em Capivari de Baixo, iniciou nesta quinta-feira (27) o uso do gás de cozinha gerado por um biodigestor instalado na própria unidade. O biogás passou a ser utilizado no preparo da alimentação escolar.
O momento foi celebrado com a presença do prefeito Claudir Bitencourt, que visitou a escola para parabenizar a equipe e conhecer de perto o funcionamento do equipamento. O biodigestor foi instalado no final de maio e começou a operar com resultados visíveis.
Segundo estimativas, no auge da produção que deve ocorrer em cerca de 90 dias, o gás será suficiente para abastecer o fogão por até sete horas diárias.
Projeto ambiental com impacto educacional
O equipamento é um dos três destinados a Capivari de Baixo por meio de um projeto de educação ambiental do Ministério do Meio Ambiente (MMA), em parceria com o Consórcio Intermunicipal da Amurel (CIM-Amurel). Além de Capivari, Tubarão (5 unidades), Armazém (1) e Sangão (1) também foram contemplados.
No total, o convênio envolveu R$ 149 mil, sendo R$ 139 mil destinados à compra de 10 biodigestores e R$ 9,7 mil à instalação, treinamento e suporte técnico.
A instalação e capacitação foram conduzidas por João Carlos Ramos da Silva, representante da empresa contratada para fornecer os equipamentos.
Resíduos viram energia e fertilizante
O objetivo do projeto é transformar resíduos orgânicos do refeitório escolar — como cascas, bagaço de frutas e restos de legumes — em biogás e biofertilizante.
Na EMEB Santo André, o biofertilizante também já está sendo produzido e, embora em fase inicial, será futuramente utilizado na horta da escola ou distribuído à comunidade.
Essa tecnologia representa uma alternativa sustentável à compra de botijões de GLP e ainda contribui para a educação ambiental, ao mostrar aos alunos a importância da separação de resíduos e do reaproveitamento de materiais.
Certificação e expansão da educação ambiental
Escolas que adotam práticas sustentáveis como esta podem requisitar o selo Escola +Verde, reconhecimento do Ministério do Meio Ambiente que destaca o compromisso com a educação ambiental.
O uso de biodigestores, além de seu impacto ambiental positivo, abre portas para a interdisciplinaridade em sala de aula, integrando conteúdos de biologia, química, matemática e física de forma prática.
Atualmente, mais de 7.800 escolas no Brasil ainda não têm acesso à rede de esgoto, conforme dados do Ministério da Educação. Projetos como o biodigestor podem também ser uma solução para esse déficit, oferecendo tratamento de esgoto e reutilização segura.

