
Silvana Lucas
Tubarão
De repente, a pessoa esquece o nome de um conhecido, a conversa que teve minutos antes, não lembra o caminho de volta para casa, troca datas, liga a torneira e sai do local, e assim vai. Esses são alguns dos sinais do alzheimer, doença cada vez mais comum, que não se sabe as causas e nem a cura.
“O mais triste é ver quem amamos, aos poucos, perder a memória, sua lucidez e coordenação motora”, lamenta Dilma Mendes Lucas, 71 anos, que mora em Tubarão. Por mais de sete anos, ela conviveu com o marido, portador de alzheimer.
Segundo Dilma, a rotina de uma família é totalmente modificada. “No início é somente a falta de memória. Mas com o passar do tempo, as mudanças aumentam, até que os cuidados ficam muito parecidos com os de um recém-nascido. É uma luta diária para que a pessoa não desista de viver”, lembra Dilma, muito emocionada, dos últimos dias de vida de seu marido Rubens Lucas, que morreu há três anos, vítima da doença.
Hoje é lembrado o Dia Mundial da Doença de Alzheimer. É a principal forma de demência em idosos em todo o mundo e cerca de 75% das pessoas que têm não sabem que são portadores.
Alguns sinais
Perda progressiva da memória, dificuldade de linguagem, de realizar tarefas habituais, desorientação no tempo e no espaço, depressão, ansiedade, agitação, troca do dia pela noite. Em fases avançadas, dificuldade para reconhecer as pessoas, alucinações e problemas motores.
Prevenção
Atividades mentais diversificadas e física, boa alimentação, momentos de lazer, e não fumar e beber álcool.
O tratamento
A neurologista e neurofisiologista Aline Vieira Scarlatelli, da Clínica Pró-Vida, em Tubarão, lembra que o diagnóstico precoce é fundamental. “O tratamento é feito através de medicamentos que levam a uma redução na velocidade do avanço da doença e por ações não medicamentosas, como fisioterapia, terapia ocupacional, medidas nutricionais e específicas”, informa Aline. A médica reforça que é muito importante lembrar que os familiares que cuidam do paciente também precisam de auxílio e orientações em relação à progressão da doença e como lidar com cada fase.
O SUS
Representantes do Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC), em Tubarão, informam que não há área pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e tratamento específico para pacientes com a doença. Quando uma pessoa é internada com os sintomas, se for necessário, é chamado um neurologista da unidade. O médico Marcos Ghizoni tem o grande desejo de construir um Centro de Reabilitação Neurológico no HNSC, que incluiria o tratamento para pacientes com alzheimer.