Estudante cria plástico com casca de maracujá e é premiada

A polpa do maracujá vira suco, e a casca vai para o lixo. Mas essa história pode mudar: uma estudante de ensino técnico de nível médio criou um filme plástico a partir da sobra da fruta.

A invenção é de Juliana Davoglio Estradioto, 18, aluna do curso técnico de administração no Instituto Federal de Educação do Rio Grande do Sul (IFRS). Com o trabalho, Estradioto ganhou o primeiro lugar no 29º Prêmio Jovem Cientista, promovido pelo CNPQ (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico).

O projeto já havia sido premiado em uma competição para estudantes nos Estados Unidos.

Segundo Juliana, a ideia era criar uma alternativa para os sacos plásticos ou isopor empregados como suporte de mudas de plantas. Produzidos a partir de petróleo, os materiais utilizados hoje em dia levam cerca de 400 anos para se decompor.

Além de diminuir o uso de plástico sintético, com o material orgânico Juliana espera diminuir o descarte de restos de maracujá.

“Quando se realiza a produção industrial do suco de maracujá, geleias ou a polpa da fruta, a casca acaba sendo descartada e vai direto para terrenos baldios e aterros sanitários”, disse.

Se reaproveitado como suporte para plantas, explica Juliana, o material ainda tem a vantagem de “não exigir a retirada do plástico na hora da plantação, pois o material se decompõe rapidamente, cerca de 20 dias, sem prejudicar o meio ambiente”.

Uma das dificuldades do projeto, diz a estudante, foi desenvolvê-lo com poucos recursos.

“Não temos um laboratório próprio para este tipo de pesquisa. Até temos um laboratório de Ciências no Campus de Osório, mas na época não tínhamos nada. Há um curso técnico em Panificação, e eu e meus colegas que fazíamos pesquisas (em outros projetos) usávamos o Laboratório de Panificação para fazer os “experimentos”, era tudo na base da adaptação mesmo, de improviso”, disse.

“Infelizmente o governo investe pouco mais de 1% em ciência e pesquisa”, completou.