A ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, afirmou nesta terça-feira (8) que o governo federal trabalha para transformar o Concurso Público Nacional Unificado (CPNU) em uma política pública permanente, com novas edições a cada dois anos a partir de 2027.
Durante entrevista ao programa Bom Dia, Ministra, transmitido por emissoras de rádio de todo o país, Dweck destacou que a intenção do governo é consolidar o CNU como modelo estável e regular de acesso ao serviço público.
“Nossa ideia é deixar tudo pronto para que essa política se torne permanente. A partir de 2027, queremos ter edições bienais, sempre em anos não eleitorais”, explicou.
Em 2026, por ser ano de eleições, o certame não será realizado devido às restrições legais.
Modelo inspirado no Enem
Segundo a ministra, a proposta é semelhante à trajetória do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem): realizar edições periódicas, com aperfeiçoamentos progressivos até alcançar um modelo padronizado e eficiente.
“A primeira edição já aconteceu, e a segunda está em andamento. A tendência é que, com o tempo, o processo se torne mais tranquilo e previsível”, afirmou.
Para garantir essa estabilidade, o governo estabeleceu parceria com a Escola Nacional de Administração Pública (Enap), que passou a atuar diretamente na execução da segunda edição do concurso.
“A Enap contratou a banca organizadora e está à frente da condução do processo, em conjunto com o ministério, que segue como gestor da política pública.”
Concursos menores e mais frequentes
Dweck defendeu concursos menores e mais frequentes como forma de evitar lacunas e rupturas na força de trabalho do funcionalismo.
“O ideal para o serviço público é ter concursos com menos vagas por área, mas realizados com mais frequência. Isso reduz choques geracionais e permite reposição constante”, argumentou.
Diálogo com o Ministério Público
A ministra também comentou o pedido do Ministério Público Federal (MPF), que na semana passada solicitou a suspensão da segunda edição do CPNU.
Dweck informou que o governo está em diálogo com o MPF, buscando esclarecimentos sobre a condução do certame, especialmente quanto ao cumprimento das regras de cotas raciais.
“Estamos prestando todos os esclarecimentos necessários. Nossa prioridade é garantir um concurso público justo, inclusivo e transparente”, concluiu.