Greve dos docentes continua por tempo indeterminado

Os professores estiveram reunidos ontem à tarde para decidir os próximos passos da greve
Os professores estiveram reunidos ontem à tarde para decidir os próximos passos da greve

Jailson Vieira
Tubarão

Os professores da rede municipal de ensino de Tubarão não estavam de brincadeira quando na última terça-feira, em assembleia, decidiram pela paralisação das atividades. E com eles, os agentes de serviços de limpeza também aderiram à greve. Ontem, o primeiro ato dos docentes e dos demais servidores foi sair em passeata pelas ruas da Cidade Azul para reivindicar os seus direitos.

Gestores da prefeitura afirmam que 20,7% dos docentes e 15% dos agentes de serviço de limpeza não compareceram ontem em suas atividades. Porém, este número é contestado pelos professores e demais servidores. Eles relatam que aproximadamente 50% dos servidores já aderiram à greve e o número aumentará hoje e na próxima segunda-feira. Das 49 escolas e Centros de Educação Infantil, 19 não abriram ontem. 

A presidenta do Sindicato dos Trabalhadores na Área da Educação da Rede Municipal de Ensino (Sintermut), Laura Oppa, revela que a paralisação continuará e que espera que a situação seja resolvida em breve. “Enquanto não somos procurados e as nossas reivindicações atendidas, continuaremos com as ações. Amanhã (hoje) pela manhã visitaremos as escolas divididos em grupos e à tarde sairemos às 14 horas do museu Willy Zumblick até o paço municipal”, revela Laura. 

Negociações entre professores e governo estadual iniciaram ontem
Seis representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte) estiveram reunidos ontem com membros da equipe do governo para iniciarem os trabalhos de negociação acerca do plano de cargos e salários do magistério catarinense.
O sindicato já havia enviado ofício à secretaria de educação com as diretrizes do plano aprovado pela categoria do magistério nas suas instâncias deliberativas. Os representantes do estado questionaram alguns pontos que foram esclarecidos pelos dirigentes sindicais.
Conforme Luiz Carlos Vieira, coordenador estadual do Sinte, da mesma forma os agentes públicos precisaram explicar muitos pontos, entre eles os problemas do plano governista com relação ao enquadramento, regência de classe e progressão.
Os representantes do sindicato reafirmaram na reunião que mantêm o que foi deliberado pela categoria, o piso, a carreira, a não retirada de direitos e não diferenciação entre ativos e inativos, ponto em que o estado reconheceu a manutenção da paridade, até porque ela é garantida pela Constituição Federal. Os dirigentes mantiveram também a sua posição com relação à defesa da licenciatura curta, já que o piso nacional tem por base o ensino médio. A partir de agora o governo do estado deverá fazer a repercussão financeira baseada na proposta do sindicato.

Motivos da greve
A paralisação ocorre não somente por causa do reajuste, como afirmam os professores. Os profissionais relatam que o benefício é direito da categoria, mas para garantir melhorias a toda a classe, uma vez que, segundo eles, os docentes Admitidos em Caráter Temporário (ACT’s) não podem ser acometidos por nenhuma doença, não possuem direito à licença maternidade de seis meses ou que tenham algum contratempo por mais de 15 dias. Além disso, eles esperam que um concurso público seja realizado neste ano no município para admitir mais profissionais efetivos, aproximadamente 100 professores.