O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (14) que a taxação de bancos, bilionários e apostas esportivas (bets) “só é injusta na cabeça de pessoas desinformadas sobre o que está acontecendo no Brasil”.
A declaração foi dada durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal, ao discutir o Projeto de Lei 1.087/2025, que propõe isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e novas regras de tributação sobre grandes rendas e setores específicos.
Ministro defende equilíbrio tributário
Haddad explicou que o objetivo da medida é corrigir distorções e garantir que atividades com alto retorno financeiro contribuam de forma justa para o sistema tributário nacional.
“Não é maldizer qualquer atividade econômica. São atividades reguladas. Mas elas precisam corresponder, em termos de tributação, ao padrão da economia brasileira”, afirmou.
O ministro comparou a proposta à sobretaxação de produtos como cigarro e bebida alcoólica, comum em outros países.
“Ninguém acha injusto sobretaxar cigarro ou bebida alcoólica. O Brasil é até tímido nesse sentido. Em alguns lugares, é quase inacessível comprar uma bebida”, exemplificou.
Bets devem contribuir por efeitos colaterais
Ao comentar as apostas esportivas, Haddad disse que o setor precisa assumir responsabilidades pelos efeitos sociais da dependência psicológica que pode causar.
“Não é demonizar. É reconhecer que se trata de um entretenimento que gera dependência e precisa ser tratado dessa forma”, afirmou.
O ministro destacou que o governo possui tecnologia suficiente para adotar medidas mais rígidas caso o setor resista à regulamentação.
“Se essa queda de braço continuar, podemos ir para um embate mais firme com o setor”, completou.
Combate à desigualdade e novas fontes de receita
A chamada “tributação BBB” — sobre bets, bancos e bilionários — faz parte da estratégia do governo para aumentar a justiça fiscal e financiar políticas públicas sem elevar a carga tributária sobre a classe média e os trabalhadores assalariados.
“É uma maneira correta de equilibrar o sistema e combater desigualdades históricas”, concluiu Haddad.