A rede de lojas Havan retirou do ar publicações em que expunha imagens de pessoas supostamente cometendo furtos em suas unidades. A ação ocorre após notificação da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), motivada por denúncia do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC).
A série de vídeos, conhecida nas redes sociais como “amostradinhos do mês”, mostrava imagens de câmeras de segurança em que pessoas eram identificadas em situações de furto. Além dos rostos, os vídeos mencionavam a cidade onde o caso teria ocorrido.
Processo de fiscalização e não de punição
Segundo a ANPD, a notificação enviada à Havan em junho tem caráter orientativo, e não punitivo. O objetivo é garantir que a empresa esteja em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
A rede foi orientada a remover os conteúdos das redes sociais, o que foi cumprido, além de atualizar sua política de privacidade com informações de contato do encarregado pelo tratamento de dados pessoais.
A defesa apresentada pela empresa está sendo analisada tecnicamente e o caso será avaliado pelo Conselho Diretor da ANPD.
Denúncia do MPSC motivou a ação
A iniciativa da ANPD partiu de uma denúncia feita em maio de 2025 pelo Ministério Público de Santa Catarina, que apontou possível violação à proteção de dados pessoais dos envolvidos nos vídeos divulgados.
A exposição de rostos e a linguagem adotada nas postagens geraram polêmica e críticas quanto à legalidade da prática. A campanha da empresa foi interpretada por especialistas como potencialmente ofensiva à privacidade e aos direitos dos cidadãos.
Havan ainda não se manifestou
Até a publicação desta reportagem, a Havan não respondeu aos questionamentos enviados pelo portal g1, responsável por divulgar a informação. A empresa é sediada em Brusque, Santa Catarina, e possui atualmente 190 lojas em operação no Brasil.
Repercussão nas redes
A publicação dos vídeos começou em 2024 e teve grande repercussão na internet, dividindo opiniões entre usuários que viam a ação como “exemplar” e outros que apontavam exposição indevida e julgamento público antecipado.
Nas postagens, a empresa afirmava que os envolvidos “ficavam famosos nas redes sociais” e que combater pequenos furtos seria uma forma de evitar crimes maiores.