Cleber Latrônico
Imbituba
Não haverá virada de mesa. Ao contrário do que esperavam Imbituba e Concórdia, a Federação Catarinense de Futebol (FCF) deu um ponto final na pressão das duas equipes e sentenciou: os rebaixados disputarão a Divisão Especial em 2012. A decisão tem como base a Lei Pelé e o Estatuto do Torcedor, ambos federais.
“Os clubes precisam organizar-se e mudar o regulamento de um ano para outro, em Conselho Técnico. O que não pode ser alterado é o descenso previsto no regulamento. O Ministério Público fiscaliza o que o Estatuto do Torcedor garante: não pode mudar as regras depois de aprovadas”, justifica Guilherme Flores, assessor da FCF.
Concórdia e Imbituba baseiam-se no exemplo da Chapecoense, que disputou a primeira divisão em 2011 por conta de uma decisão judicial. “É preciso explicar que a Chapecoense não foi rebaixada. Com a desistência do Ibirama antes do término do Estadual 2010, automaticamente terminou em último. Portanto, a Chapecoense, que era a penúltima colocada, subiu uma posição, terminando em oitavo”, argumenta Guilherme, ressaltando que a decisão partiu do Tribunal de Justiça Desportiva.
Para a federação, se for a vontade dos clubes, o ideal é que o acréscimo de participantes seja proposto para 2013, e não para o próximo ano. Guilherme explicou ainda que, caso a quantidade de clubes em 2012 seja aumentada para 12, subiriam as quatro melhores equipes da Divisão Especial deste ano, que será disputada a partir de agosto. “Acesso e descenso se dão apenas por critérios técnicos, não por convite ou qualquer outro meio”, finalizou.
“Não podemos mudar o regulamento”, garantiu representante dos clubes
Como foi apresentado em primeira mão pelo Notisul, no dia 21 de abril, na matéria “Mais clubes só se for em 2013”, o presidente da Associação de Clubes de Futebol Profissional de Santa Catarina, João Nilson Zunino, falou sobre o assunto.
“Eu, particularmente, não sou contra a ideia, até já fui. Desde que não tenham mais jogos para os clubes que disputam as séries A, B e C do Brasileiro. Deste modo, poderia-se aumentar até para 14 equipes”, analisou Zunino.
O dirigente lembrou do calendário, apertado. “Mais de 22 datas (jogos) no Catarinense seria um problema. Uma sugestão seria dividir em dois grupos de seis equipes, onde os quatro melhores fariam um quadrangular e depois a final”, avalia.
Quanto às possibilidades de alterar o regulamento em 2012, Zunino foi categórico. “Não podemos mudar o regulamento assim, o Ministério Público e o Estatuto do Torcedor não permitem. A arbitrária da 2ª divisão já ocorreu e a da 1ª também. Assim, se mudarmos, só para 2013”, justificou o mandatário.