Aire-sur-l’Adour, França
O toureiro Iván Fandiño (de Orduña, País Basco, 1980) morreu neste sábado (17) à tarde depois de levar uma chifrada na Praça Aire-Sur-l’Adour, no Sudoeste da França. O toureiro escorregou ao tentar fazer um movimento de defesa com a capa contra o touro de seu colega Juan del Álamo, caiu no chão e ali o animal, pertencente à criação espanhola de Baltasar Ibán, o chifrou na lateral direita. Imediatamente, foi levado a um hospital de Mont de Marsan, onde os plantonistas não puderam fazer nada para salvar sua vida. De qualquer forma, os médicos não quiseram confirmar a notícia e encaminharam-no a um corpo clínico próximo.
Iván Fandiño tinha cortado uma orelha de seu primeiro touro e atuava ao lado do colega Juan del Álamo e do toureiro francês Thomas Dufau. De forma trágica acabou a vida de um grande toureiro, que chegou à glória e há alguns anos passava por uma fase de ostracismo da qual não conseguiu sair, apesar de seus intensos esforços.
O momento culminante de sua vida de toureiro foi vivido em 29 de março de 2015, quando se fechou sozinho na arena de Las Ventas, com seis touros das chamadas ganaderías duras, as fazendas de criação de segunda linha: Partido de Resina, Adolfo Martín, Cebada Gago, José Escolar, Victorino Martín e Palha. Pregou o cartaz de não há ingressos, e protagonizou a página mais brilhante de sua carreira, registrando uma tarde para a história da tauromaquia.
Não obteve sucesso porque os touros não permitiram, mas saiu da arena com passo firme e convencido de que tinha realizado uma das grandes proezas da festa de touros.
Mas aquela tarde lhe passou a fatura pessoal e profissional. Desde aquele 29 de março, Fandiño nunca foi o mesmo. Perdeu seu semblante de toureiro entusiasmado, as empresas lhe deram as costas e não chegou a recuperar o prestígio que tinha ganho heroicamente na arena.
Iván Fandiño tinha 36 anos, era o único toureiro basco na ativa. De caráter sério e poucas palavras, abriu caminho na profissão à base de coragem e com uma técnica bem aprendida.