As boas experiências vividas em outros eventos esportivos organizados em Tubarão e região, quando, com muito acerto e aceitação, promoveram animados torneios e campeonatos infantis de futebol, deram à Diocese da Cidade Azul o suporte necessário para que fizesse surgir, com maior êxito, os Jogos da Primavera do Seminário (Joprise), isso, logo à entrada da década de 1970.
O foco, além da valorização do jovem à prática esportiva, naquele momento era angariar fundos para a recuperação de uma das alas do seminário atingida por um incêndio, ocorrido em 8 de agosto de 1972, setor que foi erguido nos anos 60 por Dom Anselmo Pietrulla, primeiro bispo da Diocese.
Dos pioneiros confrontos organizados pelos padres, que os atletas mirins chamavam carinhosamente de “Jogos da Catequese” (bem antes da Joprise), vale o destaque de que os jogadores, ainda crianças, sempre competiam com os pés descalços. Havia aí um campeonato, nunca com menos de dez equipes disputado em turno e returno. A duração mínima era de três meses. Bons tempos do Guarani, do seu Amandio; Bangu, do Lelinho; Caco de Vidro, do Beto Pedroca; Juventude, do Tanha; e do Mirim, do Colégio São José.
A grande jornada de futebol infantil dava direito, inclusive, à confecção de uma tabela caprichosamente impressa nas gráficas do Jornal Correio Sulino, que, multiplicada em dezenas, era fartamente distribuída aos atletas, imprensa e demais desportistas da cidade. Além disso, às segundas feiras, todos sabiam dos resultados dos jogos pelo noticiário exclusivo, apresentado das 11h30min ao meio-dia, na Rádio Tubá.
E, abrindo a mesma competição, uma semana antes, acontecia o tão esperado Torneio Início, sempre realizado no campo do Grêmio Desportivo Cidade Azul, na rua Santos Dumont, que ficava bem próximo ao Estádio Aníbal Costa. Hoje, infelizmente, o campo foi loteado e o simpático time tricolor de Ari, Safira, Tremo, Canhoto e os irmãos Beto, Flávio e Pedroca, foi extinto.
De volta ao evento principal – a Joprise – chamou para si, como carro-chefe, a organização de um gigantesco torneio intercolegial de futebol, com jogos sábado e domingo. Confrontos que iam, ininterruptamente, das 8 horas às 17h, distribuídos nos vários campos de futebol instalados no mesmo terreno do Seminário Nossa Senhora de Fátima.
Paralelamente, outras atrações davam ao evento um clima de mais animação. Os shows musicais, barraquinhas de guloseimas e vários jogos de parques de diversões ditavam o bom ritmo e a intensa movimentação invadia todas as dependências externas do seminário. As pistas que dividiam um campo de outro viravam, então, verdadeiras passarelas. E, fechando com chave de ouro, a vitoriosa e hoje histórica promoção, havia, no final do domingo, já à chegada do anoitecer, a entrega dos troféus aos campeões e outros destaques da competição, além da eleição da rainha da festa. Por conta do sucesso, os Jogos da Primavera do Seminário viraram referência e modelo para outros lugares e eventos, como foi o caso dos Jogos Estudantis do Vale do Araranguá (Jerva), realizado por muitos anos no extremo sul catarinense.