Lagoa da Conceição tem uma das maiores contaminações por cocaína do mundo

Foto: Reprodução das mídias - Divulgação: Notisul
Um estudo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) revelou que a Lagoa da Conceição, em Florianópolis, apresenta uma das maiores concentrações de cocaína do mundo. A pesquisa apontou a presença da droga e de outros contaminantes emergentes, como cafeína e medicamentos, na água da lagoa, um dos principais pontos turísticos da capital catarinense.

Níveis preocupantes de cocaína na lagoa

O estudo, conduzido pela pesquisadora Silvani Verruck, identificou a presença de 35 substâncias classificadas como contaminantes emergentes na Lagoa da Conceição. Entre elas:

  • Cocaína e benzoilecgonina, metabólito derivado da droga;
  • Antibióticos e analgésicos de uso comum;
  • Produtos de higiene pessoal e cosméticos.

Segundo a pesquisa, essas substâncias são liberadas no meio ambiente por meio do esgoto, refletindo o impacto da atividade humana na região.

Impactos ambientais e preocupação com o turismo

A Lagoa da Conceição é um dos destinos mais visitados de Florianópolis, conhecida por suas opções de lazer, bares e restaurantes na Avenida das Rendeiras. No entanto, a contaminação pode afetar a qualidade da água e a segurança dos visitantes.

  • O Instituto do Meio Ambiente (IMA) monitora nove pontos da lagoa;
  • Quatro locais estavam impróprios para banho na última análise;
  • O estudo não indicou risco ao consumo de pescado da região.

Estudo faz parte de programa ambiental

A pesquisa integra o Programa de Recuperação Ambiental da Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan), criado após o rompimento de uma lagoa artificial de infiltração que recebe esgoto tratado da Estação de Tratamento da região.

  • Início da pesquisa: 2021;
  • Publicação: revista Science of the Total Environment (1º de fevereiro de 2025);
  • Apoio do Ministério da Agricultura e financiamento da Fapesc.

A Casan atribui os índices de contaminação ao crescimento populacional e ao descarte irregular de esgoto. Especialistas alertam para a necessidade de investimentos em saneamento básico para reduzir os impactos ambientais na lagoa.