O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, nesta quinta-feira (30), que o Brasil amplie a pesquisa e a exportação de biocombustíveis, aproveitando o potencial agrícola e tecnológico do país. A proposta foi apresentada durante reunião com dirigentes da Be8 e da Mercedes-Benz, no Palácio do Planalto, em Brasília.
Reunião com executivos
Lula se encontrou com o CEO da Be8, Erasmo Carlos Battistella, e o presidente da Mercedes-Benz do Brasil e América Latina, Denis Güven. O encontro teve como foco o biocombustível BeVant, desenvolvido pela Be8, que promete reduzir em até 99% as emissões de gases de efeito estufa em relação ao diesel fóssil.
Os executivos apresentaram os veículos da Rota Sustentável COP30, uma iniciativa que testa o BeVant em caminhões e ônibus Mercedes-Benz. A frota saiu de Passo Fundo (RS) em 20 de outubro e segue até Belém (PA), onde ocorrerá a COP30, em novembro — um percurso de cerca de 4 mil quilômetros.
Exportação e testes internacionais
Battistella pediu o apoio do governo federal, por meio do MDIC e da Apex, para incluir os biocombustíveis brasileiros na pauta exportadora. Lula respondeu sugerindo testes do produto em veículos Mercedes-Benz na Alemanha, com o objetivo de medir o desempenho e as reduções de emissões em território europeu.
“Quem sabe a gente possa exportar isso aqui para o mundo. Quem sabe a gente importa caminhão e exporta [biocombustível] para a Alemanha”, afirmou o presidente.
Lula destacou que o Brasil reúne condições favoráveis para liderar a transição energética, unindo capacidade agrícola e tecnologia industrial.
“Com a inteligência humana do Brasil, a gente consegue mostrar ao mundo que a transição energética que o mundo sonha não é tão difícil. Basta vontade política e coragem de fazer”, disse.
Equilíbrio entre biocombustíveis e petróleo
Durante o encontro, Lula ponderou que a substituição dos combustíveis fósseis deve ocorrer de forma gradual. Ele comentou a exploração de petróleo na Margem Equatorial, região no Norte do país apontada como o novo pré-sal, e defendeu a continuidade das pesquisas com responsabilidade ambiental.
“A gente vai continuar utilizando o petróleo enquanto for necessário. Mas o Brasil tem a responsabilidade de mostrar que pode ser o país mais equilibrado do mundo na transição energética”, afirmou, destacando que a Petrobras deverá se consolidar como empresa de energia.
