A megaoperação realizada no Rio de Janeiro em 28 de outubro de 2025 foi a maior e mais letal da história do estado, mobilizando cerca de 2.500 policiais civis e militares. A ação teve como objetivo combater o Comando Vermelho nos Complexos do Alemão e da Penha, cumprindo 100 mandados de prisão contra lideranças e integrantes da facção.
Balanço e número de vítimas
O número de mortos ainda é incerto. O balanço oficial divulgado até esta quarta-feira (29) indica 64 mortes, incluindo suspeitos e quatro policiais — dois civis e dois do Bope.
Relatos de moradores e fontes independentes, porém, apontam que mais de 100 pessoas podem ter sido mortas, com corpos encontrados em áreas de mata no dia seguinte à ação.
Entre as vítimas estão 18 suspeitos identificados e dois policiais mortos durante os confrontos.
Prisões e apreensões
A operação resultou na prisão de 81 pessoas, entre elas Thiago do Nascimento Mendes, conhecido como Belão, apontado como operador financeiro da facção e braço direito de Edgar Alves, o Doca ou Urso.
Foram apreendidos 91 fuzis, 26 pistolas, granadas, 14 artefatos explosivos e toneladas de drogas. A ação contou com helicópteros, drones, 32 blindados e 12 veículos de demolição.

Confrontos e uso de tecnologia
Criminosos utilizaram drones para lançar explosivos contra as forças de segurança. Em resposta, a polícia empregou táticas de cerco conhecidas como “muro do Bope”, que visavam encurralar os traficantes dentro da área de 9 milhões de metros quadrados que abrange os complexos.
Os confrontos provocaram bloqueios em vias importantes, como a Avenida Brasil, e deixaram a cidade em estágio 2 de atenção por risco de novos incidentes.
Repercussão e impactos sociais
A operação gerou forte repercussão nacional e internacional. Moradores relataram horas de pânico, tiroteios intensos, casas atingidas e dificuldades para circular. Entidades de direitos humanos classificaram a ação como uma das mais letais da história da segurança pública brasileira.
A Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) solicitou explicações oficiais sobre o número de mortos e a condução da operação. Já o governo estadual defende que a ação representou uma resposta ao avanço do tráfico e à expansão territorial do Comando Vermelho.
Repercussão internacional
Veículos como The Guardian e Deutsche Welle destacaram o episódio como um dos mais violentos do Rio, descrevendo cenas de guerra urbana e crise humanitária nas comunidades.
Debate sobre segurança pública
Especialistas afirmam que a operação expõe o dilema da segurança pública fluminense, marcada por confrontos de alta letalidade e pouca transparência nos resultados. Organizações civis alertam para o impacto psicológico e social nas comunidades, e cobram novos modelos de combate ao crime que priorizem a inteligência policial e a redução de danos.

