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O escritor e cronista Luis Fernando Verissimo morreu neste sábado (30), aos 88 anos, em Porto Alegre (RS). Ele estava internado na UTI do Hospital Moinhos de Vento há três semanas, tratando de um princípio de pneumonia. A informação foi confirmada pela família. Verissimo, que enfrentava Parkinson, problemas cardíacos e sequelas de um AVC, deixa a esposa Lúcia Helena Massa, três filhos e dois netos. Detalhes sobre velório e sepultamento ainda não foram divulgados.
De herança literária à informalidade na escrita
Nascido em 1936, em Porto Alegre, Verissimo era filho de Erico Verissimo, autor da consagrada obra O Tempo e o Vento. Viveu parte da infância nos Estados Unidos, onde o pai lecionava literatura. Costumava dizer que herdou dele a “informalidade no jeito de escrever”, característica que marcou sua carreira.
Filho de Erico Verissimo, referência da literatura nacional
Estudou nos Estados Unidos na juventude
Desenvolveu estilo próprio, com humor e simplicidade
Uma carreira marcada por humor e sucesso editorial
O escritor iniciou sua trajetória em 1966, como revisor do jornal Zero Hora. Publicou o primeiro livro, O Popular, em 1973. Ao longo da carreira, lançou mais de 70 títulos e vendeu cerca de 5,6 milhões de exemplares. Criador de personagens icônicos como Ed Mort, o Analista de Bagé e a Velhinha de Taubaté, também se destacou em tirinhas e colunas para jornais como O Estado de S. Paulo, O Globo e Zero Hora.
Entre suas obras de maior impacto estão Comédias da vida privada, adaptada para a TV pela Rede Globo, Comédias para se ler na escola e As mentiras que os homens contam. Foi roteirista do programa TV Pirata e um dos maiores cronistas de humor do país.
O escritor, o músico e o tímido
Discreto, Verissimo morava na mesma casa de família no bairro Petrópolis, em Porto Alegre. Mantinha um cotidiano simples: escrevia rodeado de livros e discos de jazz, interrompendo o trabalho apenas para o almoço ou para assistir ao Jornal Nacional. Tocava saxofone desde a juventude e cultivava paixão pelo jazz. Apesar da timidez, usava a crônica como forma de se expressar: “Essa é uma das vantagens da crônica. A gente pode ser o que quiser escrevendo uma crônica”, dizia.
Paixão pelo futebol e pelo Internacional
Além da literatura e da música, Verissimo tinha devoção pelo Internacional. Escreveu o livro Internacional, Autobiografia de uma Paixão e cobriu Copas do Mundo desde 1986. Recordava com emoção seu primeiro Gre-Nal assistido nos Eucaliptos, exaltava o tricampeonato invicto de 1979 e celebrava o título mundial de 2006, eternizado na crônica Não me acordem, sobre o gol de Adriano Gabiru.

