Morre Sebastião Salgado, um dos maiores fotógrafos do mundo

Foto: Reprodução das mídias - Divulgação: Notisul

Sebastião Salgado, renomado fotógrafo brasileiro, morreu aos 81 anos nesta quinta-feira (23), deixando uma trajetória marcada por registros icônicos da condição humana e da natureza. Natural de Aimorés (MG), Salgado é considerado um dos maiores nomes da fotografia mundial, tendo percorrido mais de 120 países com sua câmera. A morte foi confirmada pelo Instituto Terra, organização que fundou ao lado da esposa, Lélia Deluiz Wanick Salgado. Ele sofria de um distúrbio sanguíneo causado por malária, contraída na Indonésia.

Seu olhar transformou dor, luta e natureza em arte

Sebastião Salgado ficou conhecido por sua impressionante capacidade de registrar imagens que expõem as desigualdades sociais, a luta dos trabalhadores e a beleza ameaçada do planeta. Seus trabalhos mais famosos incluem:

  • “Trabalhadores”: série que retratou operários em diversas partes do mundo;

  • “Êxodos”: retratos potentes de povos migrantes e refugiados;

  • “Serra Pelada”: imagens históricas de um dos maiores garimpos a céu aberto do mundo.

Fotografia como missão de vida e ação ambiental

Formado em Economia, Salgado se apaixonou pela fotografia nos anos 1970. Ao longo das décadas, ele se destacou pelo uso do preto e branco para dar profundidade à condição humana. Em 1998, fundou o Instituto Terra, voltado para o reflorestamento da Mata Atlântica. A entidade virou símbolo da transformação ambiental possível por meio do engajamento humano.

“Sebastião foi muito mais do que um dos maiores fotógrafos de nosso tempo. Ao lado de Lélia, semeou esperança onde havia devastação”, disse o Instituto Terra em nota.

Reconhecimento mundial e reflexões marcantes

Sebastião Salgado recebeu inúmeros prêmios internacionais e honrarias, como a Ordem do Rio Branco no Brasil, a Embaixada da Boa Vontade da UNICEF e uma cadeira na Academia de Belas Artes da França. Foi também reconhecido por sua forma de ver a fotografia como ferramenta de transformação social.

“A fotografia é o espelho da sociedade”, declarou ao ser premiado em Londres.

Em 2024, já afastado do trabalho de campo, admitiu que seu corpo sentia os efeitos de décadas em ambientes desafiadores. Em suas palavras:

“Já vivi tanto e vi tantas coisas… não quero viver muito mais.”

Veja algumas fotos: