quinta-feira, 7 agosto , 2025

Nascida para curar: menina de 13 anos salva irmão com leucemia rara

A leucemia mieloide crônica (LMC) é uma doença rara: atinge somente uma a cada 100 mil pessoas, segundo a Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale). A LMC é ainda mais atípica na infância, visto que menos 5% dos casos ocorrem em crianças ou adolescentes. 

Kelson Miranda foi um desses casos extraordinários. Aos 14 anos, descobriu que tinha o câncer após um exame de rotina. Hoje, aos 26, o gestor comercial e digital influencer (Kelson tem mais de 55 mil seguidores no Instagram) está vivo e bem graças à doação de medula de sua irmã Ivinny de Miranda, 13 anos.

Quando era pré-adolescente, Kelson sofria bullying na escola. “O pessoal implicava comigo porque sou pequeno”, explica. “Falei para a minha mãe e ela disse: ‘vamos encontrar um jeito de você crescer’”. A matriarca levou o menino ao médico e, ao retornar com os exames de sangue solicitados, teve a surpresa: Kelson estava com leucemia. 

O médico explicou que o garoto precisaria de transplante com doador 100% compatível, que poderia vir de um banco de doadores ou, melhor ainda, de algum familiar. “A partir daí, ela se preparou para engravidar para que, um dia, minha irmã pudesse me salvar”, detalha Kelson.

Nem todos os casos de LMC precisam de transplante. André Domingues, coordenador e médico especialista em Hematologia e Transplante de Medula Óssea do Instituto de Cardiologia do Distrito Federal (ICDF) explica que a doença é consequência de uma mutação dos cromossomos 9 e 22, que trocam pedaços e transformam-se em Philadelphia (Ph). O Ph produz uma proteína chamada BCR-ABL, que passa a desenvolver células leucêmicas incontroladamente. “Existe um tratamento com comprimidos que inibem essa proteína alterada e os pacientes conseguem ter uma resposta espetacular, sem necessidade de quimioterapia”, detalha o médico.

Boa parte dos pacientes responde a esse tipo de tratamento. Kelson permaneceu 11 anos com a doença controlada por medicamentos, até que, em 2018, eles pararam de fazer o efeito desejado. “O câncer então progrediu e tornou-se agudo”, explica André Domingues. O próximo passo foi a quimioterapia. A questão, segundo o médico, é que, quando a doença crônica vira aguda, as chances do corpo responder ao tratamento diminuem. Novamente, Kelson não apresentou melhora. A última cartada seria o transplante de medula óssea.

A compatibilidade entre Kelson e a irmã havia sido confirmada desde o nascimento da menina, por meio de exames com o cordão umbilical. O transplante aconteceu no dia 9 de agosto e, 14 dias depois, foi o dia da tão esperada “pega da medula” – quando a medula óssea começa a funcionar normalmente.

Após 64 dias internado, 30 sessões de quimioterapia, raspar o cabelo duas vezes, sentir enjoo e dor, Kelson é só sorrisos e inspiração. “Foi uma experiência transformadora”, define. “Tudo muda. Você tem uma rotina agitada e, de repente, está sozinho, em um quarto sem a luz do sol e sem o contato com as pessoas. Tive que me manter sempre positivo”, conta.

Nas redes sociais, Kelson aparece dançando, comemorando a pega da medula com a equipe médica, dando dicas de autoestima — e sempre sorrindo. Lá, estão registradas as três festas que ganhou no hospital para comemorar o progresso do tratamento e o sucesso do transplante. Hoje, Kelson quer passar informações positivas sobre a leucemia. “As pessoas estão carentes de boas notícias. É tanta coisa ruim que você lê na internet que acaba fantasiando coisas erradas. Precisamos comemorar a vida e tudo que vem dela.”

Conheça a doença

Na maior parte dos casos, a Leucemia Mieloide Crônica (LMC) ocorre em adultos na faixa etária dos 50 anos (apenas 4% dos pacientes são crianças). Ela se distingue dos outros tipos de leucemia pela presença de uma anormalidade genética nos glóbulos brancos, denominada cromossomo Philadelphia (Ph+).

Os sintomas são palidez, cansaço e mal-estar, aumento do baço, perda de peso e hematomas. O tratamento pad chamados inibidores da tirosina quinase (Mesilato de Imatinibe, Nilotinibe e Dasatinibe) revolucionaram a ciência e hoje tornaram-se o protocolo padrão para este tipo de leucemia. Também chamados de terapia alvo, eles apresentam resultados cada vez mais promissores, pois combatem apenas as células doentes e proporcionam uma vida normal aos pacientes, com poucos efeitos colaterais.

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