Florianópolis
O relatório preliminar sobre a atuação do vírus A (H1N1) em Santa Catarina foi apresentado ontem pelo governo catarinense. Apesar de o período mais crítico de transmissão da influenza A já ter passado, o secretário de saúde, Luiz Eduardo Cherem, fez um apelo para que a população continue em estado de vigilância e siga as regras de higienização para evitar nova pandemia.
O maior alerta está para a mutação do vírus. Isto, na verdade, não ocorreu, mas é possível e preocupa as agências de saúde do estado e do mundo. “O que esperamos, agora, é que a população não se deixe levar pela falsa ilusão de que o problema acabou. Superamos a fase mais crítica, mas os cuidados com a transmissão das doenças respiratórias e síndromes gripais deve ser permanente”, explicou Cherem, em tom de conclamação pública.
Também está confirmado que as gestantes formam o grupo de maior risco em relação ao vírus A (H1N1). Dos 52 óbitos confirmados pela nova influenza no estado, 19,2% estão relacionados a mulheres grávidas. Já dos casos confirmados da nova gripe, 71% referem-se a pacientes entre 15 e 49 anos.
A nova gripe em Santa Catarina
• Entre 5 de maio e ontem, foram notificados 5.048 casos suspeitos de doença respiratória aguda grave (Drag) em Santa Catarina.
• Do total de casos suspeitos de Drag, 456 (9%) foram confirmados laboratorialmente para a nova gripe e 567 (11,2%) foram descartados. O resultado de outros 4.025 casos é aguardado.
• Cerca de 12 mil pessoas com suspeita de Drag, pertencentes a grupos de risco e com sintomas de síndrome gripal, foram monitoradas. No total, 8,5 mil foram medicadas com o Tamiflu.
• Dos casos confirmados de influenza A, 58% eram mulheres e 42% homens. Destes, 43% tinham entre 15 a 29 anos e 28% entre 30 a 49 anos.
• O auge do número de casos informados ocorreu entre 4 e 17 de agosto: entre 150 a 250 casos por dia.
• Foram internados 2.979 pacientes com suspeita de influenza A (59%). Destes, 327 precisaram ser encaminhados a Unidades de Terapia Intensiva (11%).
• O auge no número de internações ocorreu em 16 de agosto, quando 613 pacientes estavam internados.
• O auge no número de internações de gestantes ocorreu em 15 de agosto, quando 42 pacientes estavam internadas.
• Entre 10 de agosto e ontem, o número de internações em UTIs e a necessidade de ventilação mecânica cresceram 110%. O auge foi atingido em 21 de agosto, quando 94 pacientes estavam internados em UTI.
• Dos óbitos comprovadamente relacionados à influenza A, 62% eram mulheres e 38% homens.
• Das 32 mulheres que morreram pela nova gripe, 71,8% tinham entre 15 e 49 anos. Das 23 mulheres em idade fértil vítimas da doença, dez eram gestantes.
• Entre os pacientes de influenza A que morreram, 77% apresentaram um ou mais fatores de risco e 23% não.
• Entre os pacientes de nova gripe que morreram, os fatores de risco mais frequentes foram: doenças pulmonares (21%), gestação (19%), problemas cardíacos (17%) e tabagismo (13%).