Veja quais são os ideais do novo líder supremo da Igreja Católica

Foto: Reprodução das mídias - Divulgação: Notisul

O cardeal Robert Francis Prevost, de 69 anos, foi escolhido como o novo papa nesta quinta-feira (8) e adotou o nome Leão XIV. A escolha representa uma mudança histórica para a Igreja Católica, já que ele é o primeiro pontífice vindo de um país de maioria protestante e também o primeiro dos Estados Unidos. Desde antes da escolha, Prevost já demonstrava um perfil progressista em vários temas sociais e religiosos, e suas falas vêm ganhando destaque na imprensa internacional.

Durante um Sínodo realizado em 2023, Prevost se posicionou contra a ordenação de mulheres, afirmando que isso não resolveria os problemas estruturais da Igreja e poderia até criar novos. Segundo ele, tornar mulheres sacerdotes significaria “clericalizar” as fiéis, o que não seria a solução para uma instituição mais justa e representativa.

A pena de morte também foi alvo de crítica do novo papa. Em uma entrevista concedida ao jornal La República, do Peru, em 2022, ele declarou que a prática não é admissível e que a Igreja deve sempre se posicionar a favor da vida. Nas redes sociais, reforçou essa postura ao compartilhar vídeos e mensagens em que reitera seu posicionamento contrário à execução de condenados.

Sobre o papel da Igreja no mundo moderno, Leão XIV defende uma presença mais próxima das pessoas. Em declarações anteriores, disse que o bispo não deve ser um “pequeno príncipe” e sim alguém que caminha junto ao povo, sofre com ele e se coloca de forma humilde em suas ações.

Quando o assunto é política, Prevost também não hesita em se expressar. Ele criticou uma fala do atual vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, que defendia uma hierarquia no amor às pessoas, começando pela família e terminando com o restante do mundo. Para o papa, essa visão está em desacordo com os ensinamentos de Jesus.

A luta contra o racismo também marcou sua trajetória. Após a morte de George Floyd em 2020, Prevost fez postagens públicas em repúdio à violência policial e em defesa da igualdade racial, posicionando-se firmemente contra qualquer forma de discriminação.

No que diz respeito ao meio ambiente, Leão XIV é um defensor da responsabilidade ecológica. Ele afirmou recentemente que a relação do ser humano com a natureza não deve ser tirânica, mas sim baseada no respeito e na reciprocidade, pedindo mais ação do que discurso diante da crise ambiental.

Embora não tenha se declarado oficialmente sobre a bênção a casais do mesmo sexo, ele afirmou, em 2024, que essa discussão deve ser conduzida pelas conferências episcopais nacionais, respeitando as diferenças culturais de cada país.

Sobre a questão dos imigrantes, o novo papa já criticou publicamente a política de deportações do ex-presidente Donald Trump, incluindo casos de expulsões erradas como a do salvadorenho Kilmar García. Ele também se manifestou contra o banimento de refugiados sírios, reforçando o papel da Igreja na defesa dos mais vulneráveis.

Por fim, Leão XIV já compartilhou postagens nas redes sociais criticando o uso do termo “ideologia de gênero” no currículo escolar do governo peruano. Na época, o governo esclareceu que o conteúdo tratava apenas do desenvolvimento de capacidades individuais e da vivência da sexualidade de forma responsável.