Uma pesquisa recente do Instituto Alana revelou que a maioria dos brasileiros acredita que as empresas de redes sociais não estão fazendo o suficiente para proteger crianças e adolescentes na internet. O levantamento, conduzido pelo Datafolha entre 12 e 18 de julho, ouviu 2.009 pessoas com 16 anos ou mais, de diferentes classes sociais, e trouxe à tona preocupações significativas sobre a segurança online dos jovens.
Medidas necessárias para a proteção dos jovens online
A pesquisa revelou que 97% dos entrevistados acreditam que as empresas de redes sociais deveriam adotar uma ou mais das seguintes medidas para garantir uma maior proteção:
- Solicitar comprovação de identidade dos usuários: Para evitar o acesso não autorizado por menores.
- Melhorar o atendimento e apoio ao consumidor para denúncias: Para assegurar que reclamações sejam tratadas de forma eficiente.
- Proibir publicidade e venda direcionadas para crianças: Para reduzir a exposição a conteúdos inadequados.
- Acabar com a reprodução automática e rolagem infinita de vídeos: Para evitar que crianças e adolescentes sejam expostos a conteúdos inapropriados.
- Limitar o tempo de uso dos serviços: Para prevenir o vício e o impacto negativo no desenvolvimento.
Maria Mello, co-líder do Eixo Digital e coordenadora do programa Criança e Consumo do Instituto Alana, comentou sobre a pesquisa: “Os resultados mostram que a percepção de inação das empresas em cumprir com seu dever constitucional de proteger os jovens no ambiente digital está afetando negativamente o desenvolvimento integral deles.”
Comparação com legislações internacionais
O levantamento também revelou que 80% dos brasileiros acreditam que a lei brasileira é menos protetiva para crianças e adolescentes comparada às legislações de outros países. Em relação à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), 70% dos entrevistados consideram que ela não tem sido eficaz no combate à publicidade infantil.
Impactos das redes sociais na vida das crianças
Os dados da pesquisa evidenciam preocupações gerais sobre o impacto das redes sociais na vida dos jovens:
- Vício em redes sociais: 93% dos brasileiros acreditam que crianças e adolescentes estão se tornando viciados.
- Dificuldade em se defender de conteúdos inadequados: 92% consideram que é muito difícil para os jovens se protegerem sozinhos.
- Incentivo ao consumo excessivo: 87% concordam que a publicidade para crianças nas redes sociais incentiva o consumo excessivo.
- Conteúdos inadequados: 86% acreditam que os conteúdos mais acessados por jovens não são apropriados para a idade deles.
Fonte: Agência Brasil