Os preços do petróleo registraram alta de quase 7% nesta sexta-feira (13) após novos ataques entre Israel e Irã. A tensão no Oriente Médio reacendeu o temor de que o Estreito de Ormuz — por onde passa 20% do petróleo mundial — possa ser afetado, o que levaria a interrupções no fornecimento global. O barril tipo Brent chegou a US$ 78,50, o maior valor desde janeiro.
Além do petróleo, o ouro também disparou, enquanto as bolsas mundiais recuaram. A reação dos mercados é reflexo direto da instabilidade e do risco de escalada no conflito.
Mercado reage com forte alta no petróleo
No meio da manhã, os principais indicadores mostravam:
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Brent: alta de 6,81%, negociado a US$ 74,08, com pico de US$ 78,50;
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WTI (EUA): alta de 6,92%, cotado a US$ 72,75, com pico de US$ 77,62.
Os ganhos são os maiores em um único dia desde 2022, quando a guerra na Ucrânia impactou o setor de energia global. O movimento foi impulsionado pelo receio de que o Irã, alvo dos ataques israelenses, interrompa a passagem de petróleo pelo Estreito de Ormuz.
Temor sobre o Estreito de Ormuz domina projeções
Israel informou que mirou instalações nucleares e alvos militares do Irã. Em resposta, Teerã prometeu retaliações. A principal preocupação é com a hidrovia que liga o Golfo Pérsico ao resto do mundo, essencial para o fluxo de petróleo.
Analistas alertam: se o estreito for fechado, o preço do barril pode saltar para a faixa de US$ 120 a US$ 130. No entanto, até agora o fluxo segue normal, segundo a Agência Internacional de Energia.
Bolsas caem e ouro sobe com aversão ao risco
O cenário de tensão levou investidores a migrar para ativos considerados seguros. Veja alguns dos impactos:
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Ibovespa: queda mesmo com alta da Petrobras
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Dólar: abriu em alta
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Bolsas da Ásia e Europa: registraram quedas expressivas
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Bolsas dos EUA: em baixa, exceto ações do setor de energia
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Ouro: valorização de 1,32%, atingindo US$ 3.431
O analista Janiv Shah, da Rystad, destacou que a alta do petróleo pode não se sustentar se não houver guerra em larga escala.