Início Opinião Por que amanhecemos, de surpresa, no Caic?

Por que amanhecemos, de surpresa, no Caic?

Maurício da Silva
Professor e presidente da Fundação Municipal de Educação

Porque aprendemos, na caminhada, que capacitar o professor e abandoná-lo na sala de aula é o mesmo que rasgar dinheiro público. Por isso, não dissociamos o capacitar do acompanhar.
Fizemos desta forma na Coordenadoria Regional de Educação. Criamos amplo programa de capacitação para todos os professores, inclusive ACTs de todas as escolas. E organizamos encontros bimestrais por disciplina ou série, para que os docentes pudessem, devidamente monitorados, trocar experiências sobre como praticar o aprendido nos cursos. Resultado? Os alunos da região de Tubarão, que incluía a de Braço do Norte, evoluíram da parte debaixo para a parte de cima da média estadual em aprendizagem.

Na Fundação Municipal de Educação de Tubarão, estamos fazendo melhor. Após verificarmos que a média salarial dos professores efetivos é uma das melhores do Estado e que a nota dos alunos do 9º ano do Ensino Fundamental caiu no Ideb, fomos investigar as causas.

Constatamos, dentre tantas, comprometedora discrepância entre o instrumento de avaliação utilizado nas escolas e o da Prova Brasil, que gera o Ideb. Isso explica, em parte, o baixo desempenho dos alunos. Afinal, são treinados de uma forma e cobrados de outra.

Fizemos ‘oficina’ com todos os professores do 1º ao 9º ano, nos dias 1º e 7 de novembro, para demonstrar como se elabora o instrumento de avaliação, modelo Prova Brasil, do Ministério da Educação. Abordaram-se, principalmente, as partes que o compõem e a elaboração das questões, ou seja, as competências que a sociedade e o mundo do trabalho exigem. Demonstramos, ainda, como registrar e retrabalhar, de imediato e com outras metodologias, as etapas destas competências que o aluno ainda não venceu.

Chegamos à escola Caic, às 7h15, do dia 23 de novembro de 2018, para nos certificarmos, também, do início das aulas (às 7h45) e se os professores estariam precisando de ajuda para praticar atitudes que orientamos na mencionada oficina (assiduidade e pontualidade; fila para entrada e saída dos alunos em sala de aula; motivação para as reflexões no início das aulas; o elaborar, com eles, cumprindo e fazendo cumprir o Contrato Didático; o explicitar com clareza e entusiasmo o objetivo da aula; o organizar trabalhos em equipe para facilitar o aprendizado da convivência saudável; o hábito de devolver a sala de aula limpa e ordem; o cultivar patriotismo, cantando os hinos (Nacional, da Bandeira, do Município, etc.) e hastear e descerrar as bandeiras, pelo menos no início e no fim da semana; agir de forma rápida e construtiva, conforme orientações, diante de dificuldades de aprendizagem e situações de indisciplina).

Reorientamos, individualmente, um professor que não elaborou a prova conforme orientação e outro que apresentou dificuldades no ‘manejo de classe’. Ficamos disponíveis para o caso de mais ajuda.

Em breve, amanheceremos em outra ou na mesma escola. Ou todo dinheiro do mundo não salvará a Educação, nem a nós mesmos.

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