A Polícia Civil de Santa Catarina indiciou o prefeito de Garopaba, Júnior de Abreu Bento (PP), por suspeita de comandar um esquema de fraudes em licitações na administração municipal. A investigação é parte da operação Maestro, que já teve duas fases na cidade do Litoral Sul e aponta irregularidades em contratos públicos da prefeitura. O relatório com o indiciamento foi entregue à Justiça no último dia 27 de junho.
De acordo com o inquérito assinado pelo delegado Ricardo Leal Kelleter Neto, o esquema teria operado em obras como a construção de uma escola no bairro Encantada, melhorias no Pronto Atendimento de Garopaba e a compra de um portão de ferro para o prédio da prefeitura. O prefeito é apontado como líder de uma suposta organização criminosa formada por servidores públicos e empresários que atuavam para fraudar licitações, driblar exigências legais e desviar dinheiro público.
As investigações indicam que Júnior Abreu teria determinado diretamente pagamentos por serviços que não foram realizados ou foram executados parcialmente, causando prejuízos ao erário. Ainda conforme a polícia, movimentações financeiras incompatíveis com a renda declarada foram identificadas nas contas do prefeito, levantando suspeitas sobre o destino dos recursos públicos.
Ao todo, 17 pessoas foram indiciadas na operação. O grupo, segundo a Polícia Civil, tinha divisão clara de funções, com servidores executando ordens ilegais e empresários cedendo empresas para justificar repasses irregulares. Fora da prefeitura, nove pessoas também são investigadas por envolvimento no esquema.
A defesa do prefeito, representada pelo advogado Guilherme Silva Araujo, afirma que o indiciamento é apenas um ato unilateral da autoridade policial e que não representa culpa ou condenação. Em nota, a defesa sustenta que as acusações são infundadas, motivadas por um período eleitoral, e afirma que Júnior Abreu não recebeu vantagens indevidas nem causou dano intencional aos cofres públicos.