Após 30 dias de aulas teóricas, práticas e estágios em campo, 41 policiais rodoviários federais de diversos estados concluíram, nesta quinta-feira (7), o Curso de Habilitação em Atendimento Pré-Hospitalar, realizado em Florianópolis. A capacitação, promovida pela Secretaria de Estado da Saúde (SES) em parceria com o Samu SC, Corpo de Bombeiros Militar e Polícia Rodoviária Federal, não era ofertada há 15 anos.
Os participantes foram selecionados por processo seletivo nacional e receberam formação baseada na Portaria 2048, que regula os protocolos de urgência e emergência no país. Com carga horária de 237 horas, o curso incluiu módulos de atendimento pré-hospitalar, resgate veicular, salvamento aquático e em altura, suporte básico de vida, combate a incêndio e outros procedimentos críticos.
Preparação para grandes eventos e resposta rápida
O treinamento também tem como objetivo preparar a PRF para atuar em grandes eventos internacionais, como as reuniões do Brics e a COP30. “O Samu catarinense qualificou policiais para atuarem de forma eficiente e segura nas urgências e emergências, aproximando a prática da realidade enfrentada no dia a dia”, explicou o superintendente de Urgência e Emergência.
Durante o curso, os policiais realizaram estágios de 24 horas nas ambulâncias do Samu e 12 horas na emergência do Hospital Regional de São José, acompanhando de perto a rotina dos profissionais de saúde.
Ineditismo e integração entre forças
É a primeira vez que o Samu SC é selecionado para ministrar um curso dessa dimensão para a PRF. O treinamento foi conduzido por profissionais do Núcleo de Educação em Urgências (NEU) do Samu 192, Corpo de Bombeiros Militar, Instituto Geral de Perícias e instrutores da própria PRF.
A coordenadora do NEU, Juliana Guaresi, destacou que a integração fortalece a capacidade de resposta. “Os alunos acompanham a rotina e aplicam na prática o que aprendem, compreendendo melhor como o Samu atua e se tornando mais preparados para intervir em emergências”, disse.
Depoimentos reforçam importância da capacitação
O policial rodoviário e médico Moisés Gustavo da Cunha, de Itatiaiuçu (MG), destacou que mesmo profissionais experientes se beneficiam do curso. “O básico bem feito é o que faz a diferença no hospital”, afirmou.
Já o PRF Yan Marques, de Belo Horizonte (MG), lembrou o papel estratégico da PRF. “Muitas vezes, somos a primeira resposta em uma emergência. As pessoas nos enxergam como aqueles que podem resolver desde uma pane mecânica até uma criança engasgada”, disse.
Expectativa para novas turmas
O coordenador-geral do curso, Rodrigo Caminha Maia, ressaltou que a formação aprofunda competências que muitas vezes não são tão internalizadas no dia a dia do policial. A previsão é que novas turmas sejam abertas, ampliando o alcance da capacitação e reduzindo o tempo de resposta em situações críticas, salvando mais vidas.