Belo exemplo a ser seguido. Foi o que pensei ao ler esta notícia. Florianópolis figura pela segunda vez no Guinness Book como a capital que mais recicla óleo de cozinha no mundo. Ultrapassamos neste quesito as capitais dos 30 países mais “verdes” do planeta, cuja preocupação com o meio ambiente é realmente notável.
Segundo pesquisa realizada pelas universidades de Yale e Columbia, nos Estados Unidos (2012), num ranking de 30 países a Suíça ocupava a primeira posição, seguida pela Letônia e pela Noruega; enquanto o Brasil aparecia em último lugar, atrás de Taiwan, Eslovênia e Colômbia.
Não tenho informações quanto a pesquisas posteriores a 2012, não sei se o Brasil subiu no ranking, mas quanto a Florianópolis, confesso que fiquei agradavelmente surpreso.
Conforme campanha divulgada pelo Programa ReÓleo, da Associação Comercial e Industrial de Florianópolis (Acif), 20 mil litros de óleo foram reciclados, e isto significa 330 trilhões de litros de água despoluída.
Em quase duas décadas de funcionamento, o ReÓleo já coletou e enviou para reciclagem mais de três milhões de litros de óleo vegetal, evitando a poluição de rios, lagos, mares, lagoas e lençóis freáticos, uma vez que apenas um litro de óleo é capaz de poluir um milhão de litros de água potável.
Iniciativas assim merecem ser replicadas em todas as cidades, estados e países. Mas como foi que Florianópolis conseguiu realizar uma façanha tão incrível? Houve investimentos vultosos? Quanto dinheiro foi empregado?
Muito pouco, prezado leitor. Tudo é mérito da campanha de conscientização sobre a preservação ambiental e sustentabilidade realizada pela Acif através do programa ReÓleo, em parceria com a empresa Ambiental Santos.
O processo é simples. Há mais de 200 postos de coletas espalhados pela capital. Só é preciso que se guarde o óleo de cozinha usado numa garrafa PET, ao invés de despejar na pia ou no solo. Quando a garrafa estiver cheia, basta entregar num posto de coleta. “Simples assim”, como se diz por aí. E qualquer pessoa com um mínimo de consciência e de boa vontade pode fazer.
Então o óleo reciclado é transformado em sabão em barra e detergente, por exemplo. Que resultado fantástico! Poupa-se a natureza e toda uma cadeia produtiva é alimentada, inclusive com geração de empregos. “Nada se perde, tudo se transforma”, como disse Lavoisier.
Existe todo um trabalho de conscientização voltado, principalmente, a crianças e adolescentes. Ainda segundo a Acif, este trabalho envolve palestras e atividades dinâmicas; faz uso de música, poesia, escrita e outras formas de interação que estimulam o pensamento crítico e a reflexão sobre a importância da preservação ambiental – não só a reciclagem do óleo, mas também a destinação do lixo.
Parabéns à Acif e a toda a população de Florianópolis por este projeto fantástico, simples e possível, que pode e deve ser copiado por todas as cidades de Santa Catarina, do Brasil e do mundo.
O Projeto ReÓleo é mais uma prova de que, quando há união e cooperação, as coisas acontecem. Simples assim.