Estamos vivendo um momento que tudo virou de cabeça para baixo. Nada se pode afirmar como verdadeiro ou falso. A senha agora é: “tudo depende”. Remete-nos a uma atitude relativa sobre o que nos rodeia. Torna-se cada vez mais dramático achar a verdadeira bússola moral para orientação de nossas convicções. Tudo virou motivo para questionamentos. O que se acreditava como certo, sem discussão, já não é mais tão certo assim. O que se considerava errado, já não é mais considerado assim. Nada mais é seguro. Não existem verdades absolutas. Cada um tem o direito de formular sua própria versão. Estamos vivendo uma verdadeira turbulência moral. Até a sagrada Bíblia está se ousando contestar, onde justamente está essência moral da civilização ocidental.
O relativismo moral se fundamenta na crença de que não é possível determinar, de maneira natural ou racional, o que é moralmente correto. Segundo os relativistas as normas e preceitos morais – que regulam o comportamento dos indivíduos dentro de uma sociedade – são sempre convencionais. A aceitação está condicionada por interesses, por conveniência. Por este viés as pessoas julgam sobre o que é bom ou mau em função de seu modo de ser, de seus interesses, dos objetivos que tem em mente. Se julgar é moralmente bom, só o será pelo tempo que há interesse. Não existe um padrão definitivo de moralidade, e nenhuma declaração ou posicionamento pode ser considerado absolutamente “certo ou errado”, “melhor ou pior”. A verdade é distorcida por argumentos convenientes, para ter aparência de mentira e vice versa.
Conceitos de família, pai-mãe-filhos não é mais uma verdade absoluta, deu espaço para outras formas antinaturais; os conceitos de ensino, dos relacionamentos afetivos, do ser homem ou do ser mulher, do certo e do errado, do bem e do mal, tudo estão sendo colocado sob condições. Tudo está sendo relativizado, questionado.
O vírus do relativismo moral está contaminando todas as estruturas da sociedade. Pessoas despreparadas, com baixa imunidade de fé estão se deixando contaminar pelas chamadas “novas” idéias, se levando por outras concepções morais, onde o aborto é um dos casos mais deplorável. Esquecem que o valor moral da vida é inegociável.
Toda lei humana tem algum princípio moral, pela ameaça das consequências. A exigência de limite de velocidade nas estradas leva em consideração de que arriscar a vida de outras pessoas é errado. O mesmo é válido para assassinato, estelionato, roubo, fraude, corrupção entre outros. A única razão universal para respeitá-las é evitar as conseqüências. Assim, encoraja as pessoas a procurarem uma saída de ”se safar” das consequências, pois é a opinião de uma pessoa contra a opinião de outra.
A confiança é o único fio que mantém o tecido social coeso. A cada dia que ela é deteriorada pelo relativismo. Se pensarmos um pouco, a violência explodirá. Quem viver verá.