Outro dia, uma paciente me perguntou se eu era contra esses “robôs que conversam com a gente”. Ela estava se referindo aos chatbots, esses assistentes virtuais que hoje aparecem até quando a gente só quer agendar uma consulta. E eu entendo a dúvida. Afinal, ninguém gosta de se sentir tratado como número — principalmente quando se está doente.
Hoje dificilmente você vai entrar em contato com uma clinica ou um serviço de atendimento ao cliente e vai ser atendido primeiramente por um funcionário do telemarketing, primeiramente, você passa por uma triagem robótica que analisa sua demanda e onde você será encaixado.
Isso também ocorre na saúde, muitas clinicas de grande porte ja realizam o agendamento de forma automática e sistemática, sendo organizados por um “robô”, mas isso ja faz tempo, e é uma tecnologia datada;
Mas deixa eu te contar uma coisa com clareza: chatbots não substituem médicos. Mas podem, sim, melhorar (e muito) o cuidado em saúde. E vou te explicar como.
Imagine um paciente que acabou de sair da consulta, mas ainda tem dúvidas sobre como tomar o remédio. Ou alguém em tratamento psiquiátrico, que acorda de madrugada com ansiedade. Nesses momentos, um chatbot bem programado pode oferecer apoio imediato, lembrar o paciente do que foi combinado, dar orientações seguras e até reconhecer sinais de alerta.
Não estamos falando daquele tipo de robô que só repete frases genéricas. Estamos falando de ferramentas que usam inteligência artificial para entender emoções, personalizar o atendimento, e conversar de forma natural, empática. E sim — hoje isso já é possível, inclusive no WhatsApp.
Eu mesmo estou desenvolvendo um sistema assim. Chama-se PsiBot. A ideia é simples: um assistente que acompanha pacientes de saúde mental entre as consultas, escutando áudios, detectando mudanças de humor e ajudando no cuidado contínuo. Tudo isso com supervisão médica, é claro. O objetivo não é substituir ninguém, mas garantir que o cuidado não se perca no meio do caminho.
Porque, vamos ser honestos: quantas vezes um paciente desiste do tratamento por se sentir sozinho? Ou por não entender direito a prescrição? A verdade é que a medicina de qualidade exige continuidade. E nisso, a tecnologia pode ser nossa aliada.
O desafio, como sempre, é o uso responsável. É garantir que essas ferramentas tenham ética, sigilo, empatia. Que não virem barreiras, mas pontes. Porque o robô pode até responder rápido — mas o que cura de verdade é a conexão humana.
E aí, prontos pro que o futuro nos reserva? A transformação digital está só começando
Até semana que vem!