Eliminada do Brasil desde 1994, a poliomielite ainda representa uma ameaça à saúde pública, especialmente diante da queda nas coberturas vacinais. Em Santa Catarina, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) reforça o alerta para ampliar a imunização infantil e evitar a reintrodução do vírus.
Conhecida como paralisia infantil, a poliomielite é uma doença infecciosa grave, causada por um vírus que pode provocar paralisias permanentes e até levar à morte. A transmissão ocorre principalmente pela via fecal-oral, pelo contato com fezes ou secreções de pessoas infectadas.
Cobertura vacinal abaixo da meta
De acordo com a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE), a cobertura ideal para garantir proteção coletiva é de, no mínimo, 95% das crianças menores de cinco anos. No entanto, Santa Catarina não atinge essa meta desde 2017.
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2017: 95,23% (última vez que a meta foi alcançada)
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2022: 86,33%
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2023: 91,81%
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2024: 92,37%
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Até maio/2025: 87,99%
A Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou o Brasil como país de risco para a reintrodução da doença, reforçando a urgência de ampliar as coberturas.
“A ausência de casos há mais de 30 anos criou uma falsa sensação de segurança. É fundamental retomar as altas coberturas para impedir o retorno da pólio e de outras doenças imunopreveníveis. A imunização ainda é a única forma eficiente de prevenir a poliomielite”, destacou Arieli Schiessl Fialho, gerente de Doenças Infecciosas Agudas e Imunização da DIVE.
Calendário atualizado da vacinação contra a pólio
O Ministério da Saúde passou a adotar exclusivamente a vacina injetável (VIP). O esquema para crianças menores de cinco anos é:
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1ª dose: 2 meses (VIP)
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2ª dose: 4 meses (VIP)
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3ª dose: 6 meses (VIP)
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Reforço: 1 ano e 3 meses (VIP)
Mesmo que as doses estejam atrasadas, pais e responsáveis devem levar as crianças ao posto de saúde para atualizar a caderneta e garantir a proteção.