FOTO Thaís Venâncio/Sape Divulgação, Notisul
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A Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária (Sape) reuniu, na quinta-feira (4), lideranças do setor leiteiro, parlamentares e as vinculadas Epagri e Cidasc para discutir soluções voltadas ao fortalecimento da cadeia leiteira catarinense. O encontro tratou de estratégias para ampliar a competitividade e apresentou programas do Governo do Estado que destinam mais de R$ 216,3 milhões em apoio direto aos produtores.
Panorama da produção em Santa Catarina
Santa Catarina é o quarto maior produtor de leite do Brasil, com mais de 24,5 mil produtores. Em 2024, o estado alcançou 3,3 bilhões de litros, cerca de 9% da produção nacional.
Entre os temas debatidos estiveram custo de produção, produtividade, rentabilidade, efeito das importações no preço pago ao produtor e ações para estimular o consumo interno.
O secretário Carlos Chiodini destacou que o foco é agregar valor à cadeia. “Estamos em um trabalho intenso com o setor produtivo e lideranças na busca de soluções para conquistarmos um melhor momento para esse mercado. O Governo do Estado está fazendo a sua parte com políticas públicas e ouvindo a cadeia leiteira”, afirmou. Segundo ele, as sugestões serão sistematizadas e avaliadas pela equipe técnica.
Nesta semana, Chiodini também participou de uma reunião sobre o tema no Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), em Brasília.
Cenário nacional e comportamento do consumo
Dados do IBGE apontam que a captação de leite no Brasil chegou a 13 bilhões de litros no primeiro semestre de 2025 — o maior volume da última década e 7% superior ao registrado em 2024.
Economistas do CEPA/Epagri ressaltam ainda os dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF/IBGE), que revela consumo médio de apenas 5 litros de leite por família, considerando leite fluido e derivados.
Programas de apoio à cadeia leiteira catarinense
Com o objetivo de fortalecer a competitividade do setor, os produtores contam com programas estaduais que somam R$ 216,3 milhões em 2025, beneficiando mais de 49 mil famílias.
O Programa Leite Bom SC engloba o Pronampe Leite SC e o Financia Leite SC, ambos via Fundo Estadual de Desenvolvimento Rural (FDR). Os programas terão R$ 150 milhões entre 2024 e 2026 para subsidiar juros de empréstimos e conceder financiamentos sem juros.
Outra frente prevê R$ 150 milhões em incentivos tributários à indústria leiteira catarinense, distribuídos em três anos: R$ 75 milhões no primeiro, R$ 50 milhões no segundo e R$ 25 milhões no terceiro. Também seguem em vigor medidas como a suspensão de benefícios para a importação de leite e derivados.
Impacto da suspensão dos incentivos à importação
Segundo monitoramento da Secretaria de Estado da Fazenda (SEF/SC), as importações de leite e derivados caíram quase 75% no primeiro semestre deste ano, passando de R$ 512,5 milhões para R$ 135,2 milhões. A redução é vista como um alívio para a indústria local.
Além disso, a cadeia conta com o Programa Terra Boa, direcionado à melhoria das pastagens e ao aumento da produtividade. O leite catarinense também segue rígidos controles de qualidade, inspeção e rastreabilidade.

