A OpenAI deu um novo passo no mercado de conteúdo gerado por inteligência artificial com o Sora 2, plataforma que transforma o antigo gerador de vídeos da empresa em uma rede social interativa. A atualização introduz feed, curtidas e comentários — um formato que muitos já compararam ao TikTok, mas com vídeos totalmente criados por IA.
O Sora, que antes era voltado apenas para geração de vídeos curtos, agora permite clones digitais de imagem e voz, sincronização automática de áudio e cenas com coerência contextual entre múltiplos takes. Os vídeos podem ter até 10 segundos e contam com narração, sons ambientes e efeitos sincronizados.
Entre as novidades técnicas, o Sora 2 introduz:
Vídeos de até 10 segundos com múltiplas cenas interligadas;
Áudio integrado, recurso popularizado pelo modelo Veo 3;
Clones controlados, que permitem ao usuário autorizar ou revogar o uso de sua aparência e voz.
A campanha de lançamento usou o próprio Sam Altman, CEO da OpenAI, como personagem em memes virais dentro do app — repetindo o sucesso da xAI, de Elon Musk, que havia transformado o “Grok” em ícone de humor online.
Para conter abusos e uso indevido de deepfakes, a OpenAI implementou marca d’água dinâmica (em movimento, semelhante ao TikTok) e metadados C2PA criptografados, que comprovam a origem das criações.
Por enquanto, o acesso ao Sora 2 é gratuito, mas limitado a quem receber convite com código. A empresa afirma que em breve o modelo será integrado à API da OpenAI, permitindo uso em aplicativos de terceiros.
IA por aí: novas ferramentas e disputas
Outras empresas também movimentaram o setor de IA nesta semana:
Opera lançou o navegador Neon, com assistente capaz de executar tarefas em abas abertas;
Google DeepMind apresentou o Dreamer 4, uma IA autônoma testada no Minecraft que consegue construir e minerar sem intervenção humana;
Disney enviou carta de cease-and-desist ao Character.AI, exigindo a remoção de personagens como Elsa e Darth Vader;
ServiceNow apresentou o Apriel v1.5-15B-Thinker, modelo de 15 bilhões de parâmetros com performance próxima ao DeepSeek R1;
Thinking Machines Lab, de Mira Murati (ex-CTO da OpenAI), lançou o Tinker, API em Python para fine-tuning de modelos de linguagem, elogiada por Andrej Karpathy.
Estudo do MIT: uso excessivo de IA pode reduzir memória e originalidade
Um estudo recente do MIT revelou que o uso contínuo de modelos de linguagem pode fazer o cérebro humano entrar em um “modo de economia de energia”, reduzindo o engajamento neural e a capacidade de lembrar o que foi escrito.
O experimento, realizado com 54 pessoas, mostrou que os participantes que usaram IA apresentaram menor conectividade cerebral e recordaram menos dos textos que produziram.
A conclusão dos pesquisadores: é mais eficaz escrever primeiro e usar a IA depois, apenas para revisar e expandir o conteúdo.
JP Morgan se transforma no primeiro “megabanco de IA”
O JP Morgan Chase, maior banco do mundo, anunciou a consolidação de 2.000 especialistas em IA e machine learning — mais do que os sete maiores concorrentes juntos.
A instituição lançou a LLM Suite, plataforma interna que conecta seus sistemas a modelos da OpenAI e Anthropic, atualizados a cada oito semanas com dados corporativos.
A ferramenta já é usada por 250 mil funcionários em tarefas como elaboração de relatórios financeiros, análises e atendimento a clientes.
A meta do banco é tornar-se “AI-First”, com operações e produtos baseados em automação inteligente. Analistas de mercado apontam que essa tendência pode mudar a relação entre analistas juniores e seniores em Wall Street, reduzindo custos e ampliando o uso de agentes autônomos.
Prompts do momento: “Show Me”
Entre as dicas de criação, a comunidade descobriu duas palavras que melhoram resultados em edições de imagem com IA: “Show Me”.
O comando ajuda a gerar novas perspectivas da mesma foto, com exemplos como:
“Show me an aerial shot” → mostra a vista aérea;
“Show me a side shot of that person” → exibe a vista lateral;
“Show me the front bump of the red car” → mostra o para-choque do carro vermelho.
O Sora 2 marca a entrada definitiva da OpenAI na disputa das redes sociais com conteúdo gerado por IA. Enquanto isso, estudos alertam sobre o impacto cognitivo do uso excessivo de assistentes e grandes bancos, como o JP Morgan, se preparam para a era das finanças autônomas.

