Usuários da internet via satélite da Starlink, empresa de Elon Musk, enfrentaram uma pane global inédita nesta quinta-feira (24). O serviço ficou fora do ar por cerca de 2h30 e causou impacto em todos os continentes, afetando residências, empresas e até comunicações estratégicas.
Apagão começou à tarde e gerou pane massiva
O problema foi identificado por volta das 16h (horário de Brasília). Relatos se espalharam rapidamente pelas redes sociais e plataformas como o Downdetector, que registrou mais de 61 mil notificações de falha.
De acordo com a própria Starlink, a origem do apagão foi uma falha nos serviços internos de software, responsáveis por controlar a rede dos satélites.
O vice-presidente de engenharia da empresa, Michael Nicolls, afirmou que a equipe estava “implementando ativamente uma solução”. A normalização do serviço ocorreu gradualmente, com a maior parte da rede restabelecida por volta das 19h30.
Elon Musk se pronuncia e pede desculpas
O bilionário Elon Musk, dono da SpaceX e da Starlink, reconheceu a falha em sua conta oficial no X (antigo Twitter) e pediu desculpas aos usuários. “Estamos revendo nossos processos para evitar que algo assim volte a acontecer”, declarou.
Especialistas apontam possíveis causas
Para especialistas em cibersegurança e redes espaciais, a falha pode ter sido causada por uma atualização de software mal implementada. Gregory Falco, da Universidade Cornell, chegou a levantar a possibilidade de um ciberataque, embora nada tenha sido confirmado oficialmente.
Mesmo sendo uma hipótese remota, a preocupação cresce devido à natureza crítica do serviço, que já é utilizado por forças militares, empresas de aviação e comunidades isoladas que dependem exclusivamente da Starlink.
Impactos globais e estratégicos
Durante o pico da falha, o tráfego de dados da rede operava com 16% abaixo do volume normal, segundo a NetBlocks. A queda afetou regiões das Américas, Europa, África, Ásia e Austrália, incluindo áreas onde a Starlink é única opção viável de acesso à internet.
Um dos impactos mais graves ocorreu na Ucrânia, onde a Starlink é usada em operações militares desde o início da guerra. Relatos de instabilidade e até perda temporária de comunicação em zonas de conflito acenderam alertas nos bastidores da OTAN e aliados.
Histórico e gravidade do incidente
Desde sua criação, a Starlink enfrentou apenas instabilidades pontuais e localizadas. Esta foi, segundo analistas, a maior pane já registrada, tanto pela duração quanto pelo alcance. A queda revelou o quanto o mundo já depende de sistemas satelitais de grande escala para manter serviços essenciais.
Próximos passos e promessas
A empresa prometeu reforçar os sistemas de redundância e revisar as políticas de atualização para garantir maior estabilidade. Elon Musk afirmou que “o incidente servirá como aprendizado para tornar a rede ainda mais confiável”.
A Starlink opera com mais de 5 mil satélites ativos e planeja expandir ainda mais sua cobertura nos próximos anos, incluindo serviços empresariais e de segurança nacional.