O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou nesta terça-feira (2) o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de sete ex-auxiliares acusados de tentativa de golpe de Estado e outros quatro crimes. As penas, somadas, podem ultrapassar os 40 anos de prisão.
O advogado Celso Vilardi, responsável pela defesa de Bolsonaro, afirmou ao chegar ao tribunal que fará uma defesa “verdadeira, baseada em pontos jurídicos”. Segundo ele, o ex-presidente chegou a manifestar interesse em acompanhar o julgamento presencialmente, mas desistiu por problemas de saúde.
Réus no processo
Além de Bolsonaro, respondem ao processo:
Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do DF;
Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa e candidato a vice de Bolsonaro em 2022;
Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
Eles foram denunciados pelos seguintes crimes:
liderar ou integrar organização criminosa armada,
atentar violentamente contra o Estado Democrático de Direito,
tentativa de golpe de Estado,
dano qualificado por violência e grave ameaça,
deterioração de patrimônio tombado.
A exceção é Alexandre Ramagem, atualmente deputado federal, que responde a apenas três dos cinco crimes após parte das acusações terem sido suspensas, conforme previsto na Constituição.
Julgamento em andamento
O julgamento foi aberto com a leitura de um resumo do caso pelo relator, ministro Alexandre de Moraes. O processo deve se estender por vários dias, com as manifestações das defesas, parecer do Ministério Público Federal e os votos dos ministros.