O aumento expressivo de casos de hepatite A em diversas capitais brasileiras levou o Ministério da Saúde a ampliar, neste mês, a oferta da vacina contra a doença, tradicionalmente aplicada apenas em crianças, também para adultos em situações específicas. O médico infectologista Marcelo Cordeiro, do Sabin Diagnóstico e Saúde, alerta que adultos com dúvidas sobre o risco de contaminação devem procurar orientação médica para avaliar a necessidade de vacinação.
Hepatite A pode causar complicações graves no fígado
Transmitida principalmente por água e alimentos contaminados ou contato fecal-oral — inclusive em práticas sexuais específicas — a hepatite A é uma infecção viral no fígado que geralmente se manifesta como uma gripe, com febre, cansaço e náuseas. Em alguns casos, principalmente entre adultos, pode evoluir para quadros graves, como inflamação intensa do fígado e até falência hepática.
- Sintomas iniciais: febre, náusea, dores no corpo e cansaço
- Sintomas avançados: icterícia, urina escura, fezes claras
- Pode exigir transplante em casos raros de agravamento
- Repouso e hidratação são indicados para a maioria dos casos leves
Quem deve tomar a vacina contra hepatite A
A vacina faz parte do calendário infantil, mas a Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim) também recomenda a aplicação em adultos de grupos de risco. Segundo Marcelo Cordeiro, a imunização é essencial para:
- Pessoas com doenças crônicas no fígado
- Profissionais da saúde ou que manipulam alimentos
- Viajantes para regiões com surto
- Homens que fazem sexo com homens
- Pessoas com HIV
- Indivíduos que tiveram contato com casos confirmados
A prevenção também inclui hábitos simples como lavar bem as mãos, evitar alimentos mal lavados e água não tratada, além do uso de preservativos em relações sexuais.
Casos disparam em capitais brasileiras em 2024
Capitais como São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba e Campo Grande já confirmaram aumento significativo de casos:
- São Paulo: 353 casos até 15 de maio — 57,1% do total de 2023
- Belo Horizonte: aumento de 265% entre janeiro e abril
- Curitiba: mais de 150 registros em 2024
- Campo Grande: de 0 casos em 2023 para 56 até fevereiro
O Ministério da Saúde acompanha o avanço e reforça a importância da vacinação preventiva em todo o país.