Cessar-fogo foi anunciado, mas ataques continuam dos dois lados
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou na manhã desta terça-feira (24) que o cessar-fogo entre Israel e Irã segue em vigor. O pronunciamento veio após novos confrontos entre as duas nações, que já se enfrentam há quase duas semanas no Oriente Médio.
“Israel não atacará o Irã. Todos os aviões darão meia-volta e retornarão para casa, enquanto fazem um amigável ‘aceno de avião’ para o Irã. Ninguém se machucará, o cessar-fogo está em vigor”, escreveu Trump em sua rede social oficial.
Apesar do anúncio, os combates não cessaram imediatamente. Tanto Israel quanto o Irã confirmaram novas ofensivas e seguem em estado de alerta.
Troca de ataques e mortes
Poucas horas após o pronunciamento de Trump, a Guarda Revolucionária do Irã confirmou mais um ataque a Israel, lançando 14 mísseis contra alvos militares. Segundo as autoridades iranianas, foi uma resposta ao bombardeio realizado por Israel na noite anterior contra Teerã, que teria deixado mortos civis e militares.
O exército israelense, por sua vez, confirmou ter bombardeado “dezenas de alvos militares” em Teerã, utilizando mais de 100 munições. Dois líderes da milícia Basij, ligada à Guarda Revolucionária, estariam entre as vítimas.
Israel reconheceu que mísseis iranianos atingiram Berseba, matando pelo menos quatro civis. A cidade do sul israelense sofreu danos consideráveis, e imagens divulgadas pela Força de Defesa de Israel (FDI) mostraram prédios destruídos e equipes de resgate em ação.
Divergências sobre o cessar-fogo
O Irã nega que tenha aceitado formalmente o cessar-fogo proposto pelos EUA. O ministro das Relações Exteriores iraniano, Seyed Abbas Araghchi, afirmou que a trégua estaria condicionada à suspensão imediata dos ataques israelenses, o que, segundo Teerã, não ocorreu.
Trump reconheceu que “ambos os países violaram o cessar-fogo”, mas responsabilizou o Irã pela continuidade das hostilidades. O ministro da Defesa de Israel, Israel Kartz, autorizou o exército a reagir “com vigor” a qualquer nova agressão iraniana.
Contexto do conflito
O atual conflito foi desencadeado por ataques surpresa de Israel ao Irã em 13 de junho, sob a justificativa de conter o suposto avanço do programa nuclear iraniano. No último sábado (21), os Estados Unidos atacaram três instalações nucleares no Irã, escalando ainda mais a crise.
O Irã insiste que seu programa nuclear tem fins pacíficos e que estava negociando com os EUA um novo acordo sobre o tema. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) não encontrou provas conclusivas de que o Irã buscasse armas nucleares, mas apontou irregularidades no cumprimento das obrigações internacionais.
Israel, que nunca reconheceu oficialmente possuir armas atômicas, é apontado por diversos relatórios como detentor de um arsenal de pelo menos 90 ogivas nucleares.
A situação permanece instável, com ambos os lados monitorando e ameaçando responder a futuras agressões.