Um acordo de cessar-fogo histórico na guerra da Faixa de Gaza foi assinado nesta segunda-feira (13), em Sharm El-Sheik, no Egito, com a presença de líderes mundiais, mas sem representantes de Israel ou do grupo terrorista Hamas.
A assinatura ocorreu durante uma cúpula de paz em Gaza, e contou com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o presidente do Egito, Abdul al-Sisi, o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, e o emir do Catar, Tamim bin Hamad Al Thani, países que atuaram como mediadores nas tratativas.
O encontro aconteceu horas após o Hamas libertar os 20 últimos reféns israelenses vivos em Gaza. Trump declarou que o dia “marca o fim de uma era de terror no Oriente Médio”.
“Juntos, conseguimos fazer o que todos disseram ser impossível. Agora, a reconstrução de Gaza começa”, disse Trump durante o evento.
Acordo mediado por Trump
O acordo faz parte do plano de paz proposto por Trump em setembro e negociado entre representantes de Israel e Hamas, com mediação de Egito, Catar e Turquia.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, chegou a confirmar presença na cúpula, mas desistiu de comparecer alegando conflito com um feriado judaico.
Entre os mais de 20 líderes presentes estavam:
Donald Trump (EUA)
Abdul Fatah Al Sisi (Egito)
Recep Tayyip Erdogan (Turquia)
Tamim bin Hamad Al Thani (Catar)
Mahmoud Abbas (Autoridade Palestina)
Giorgia Meloni (Itália)
Keir Starmer (Reino Unido)
Emmanuel Macron (França)
Primeira fase concluída
O cessar-fogo prevê o fim dos bombardeios israelenses e a retirada gradual das tropas de Gaza, reduzindo a ocupação militar de 75% para 53% do território.
Como contrapartida, Israel libertou cerca de 2 mil prisioneiros palestinos, incluindo 250 condenados à prisão perpétua, enquanto o Hamas devolveu 20 reféns israelenses com vida e iniciou a busca pelos corpos de reféns mortos durante o conflito.
O que ainda falta definir
Embora o cessar-fogo tenha entrado em vigor, vários pontos do acordo ainda estão em aberto, entre eles:
A governança provisória de Gaza, que deve ser supervisionada por um conselho internacional;
O processo de desarmamento do Hamas, ponto que o grupo rejeita;
A retirada total das forças israelenses do território palestino.
Segundo Trump, novas rodadas de negociação devem ocorrer nas próximas semanas.
“Esta é apenas a primeira etapa. A verdadeira paz virá quando o povo de Gaza e Israel puder viver lado a lado sem medo”, afirmou o presidente americano.
Contexto do conflito
O conflito começou após o ataque terrorista do Hamas em 7 de outubro de 2023, quando 251 pessoas foram sequestradas em Israel. Desde então, mais de 40 mil pessoas morreram na Faixa de Gaza, segundo estimativas da ONU.
Com o cessar-fogo, forças internacionais devem iniciar operações de ajuda humanitária e reconstrução do território palestino ainda em outubro.