O presidente dos Estados Unidos Donald Trump, anunciou a aplicação de uma tarifa de 50% sobre o aço e o alumínio brasileiros. A medida, classificada como “protecionista” por especialistas, já começou a provocar reações políticas e econômicas no Brasil. A decisão deve vigorar a partir de 1o de agosto.
A decisão consta em um conjunto de “cartas de compromisso” que Trump vem divulgando como parte de seu plano econômico para 2025. Em tom duro, a carta diz que a decisão é uma resposta à perseguição que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estaria sofrendo no Brasil, devido ao processo criminal que enfrenta no Supremo Tribunal Federal (STF), acusado de liderar uma tentativa de golpe de Estado.
Entre os afetados diretamente estão empresas brasileiras de siderurgia e exportação de metais, setores que mantinham fluxo constante de vendas para os EUA.
Reação do mercado: dólar dispara
Logo após o anúncio das tarifas por Donald Trump, o mercado reagiu com instabilidade. O dólar futuro chegou a R$ 5,60, a maior alta em semanas.
Analistas atribuem a movimentação à incerteza sobre o impacto nas exportações brasileiras e à possível deterioração das relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos.
A reação no Brasil foi imediata.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), criticou duramente o presidente Lula, afirmando que o governo colocou “ideologia acima da economia” ao não manter canais ativos de negociação com a equipe de Trump.
Tarcísio pediu “diálogo pragmático” e alertou para os efeitos da tarifa sobre o emprego e a produção paulista.
Já o Palácio do Planalto, em nota oficial, disse que o governo “lamenta a decisão unilateral” e que buscará negociar com os EUA por meio do Itamaraty e da OMC.
O que o Brasil exporta para os EUA?
O Brasil é um dos principais fornecedores de aço semiacabado para os EUA, além de alumínio bruto utilizado na indústria automotiva norte-americana. A nova tarifa pode aumentar o custo final dos produtos brasileiros em até 70%, inviabilizando boa parte das exportações.