Referências para animados bate-papos, quase sempre abastecidos etilicamente, e em alguns casos, por simples cafezinhos, não poucos bares do centro da cidade de Tubarão e Oficinas, ao longo dos anos “marcaram território” e acabaram ganhando fama pela longevidade, boa frequência e fatos marcantes neles ocorridos.
Desses, um foi o Bar Vitória, na rua São Manoel, o mais central dos passeios públicos da cidade, que naquele tempo chamavam de rua do Cinema e que hoje identificam simplesmente por “Calçadão”. Ali, no Vitória, por antecipação, muitos candidatos, eleitores e simpatizantes ganhavam e perdiam acirradas eleições e, principalmente grandes apostas, tudo na época do PSD/UDN/PTB e, mais tarde, da Arena 1 e 2 e MDB.
É que o lugar, quando se aproximava um pleito eleitoral para prefeito e vereador, transformava-se na principal “boca de urna” da cidade, o preferido ponto de políticos, politizados, politiqueiros e, mais que tudo, dos grandes palpiteiros de todos os partidos. Eles gastavam horas discutindo e indicando, por suposta experiência no ramo, onde cada candidato tinha mais ou menos voto. O curioso é que mesmo vencido, após o real escrutínio, o perdedor nunca se dava à derrota por seu erro de cálculo, preferindo deixá-la a crédito do acaso, ou das costumeiras desculpas de “traições” dos, até então, fieis eleitores. A choradeira era grande, mas o pagamento da aposta pouco falhava.
Também no centro, o Bar 5×2, de Tasso Freitas, marcou presença. Ficava na Rua Lauro Muller e tinha por característica reunir os desportistas da cidade, fossem eles torcedores fanáticos do Hercílio Luz ou, em menor número, do Ferroviário, naquele tempo os grandes rivais da vida futebolística da cidade. O bar, que não era tão grande quanto o Vitória, ganhou este nome em homenagem à memorável vitória do Brasil sobre a Suécia na grande final da Copa do Mundo de 1958.  
Outra marca do Bar 5×2 era a exposição da charge do Bexigão (Luiz Gonzaga Zin), que às segundas-feiras satirizava, com seus hábeis traços, numa cartolina, o resultado do último jogo do Hercílio, tanto na derrota como na vitória. Do clássico Ferro-luz e de jogos com o Metropol eram as artes mais aguardadas.
Para as crianças, a parte boa do mesmo Bar 5×2 ficava por conta da incrível “liquidação relâmpago” de picolés. De quando em quando, o dono oferecia para a petizada o produto pelo menor preço da praça: um cruzeiro! – Fora dali, não se encontrava a mesma delícia gelada por menos de dois cruzeiros. – Que festa!
Em Oficinas, o Bar do Bernardo – estabelecido na rua Altamiro Guimarães, em frente ao Grupo Mauá e que ainda existe e resiste ao tempo -, é outro tradicional estabelecimento do gênero. Ali, com a mesma paciência e atenção desde os anos 60, tempos do Ginásio John Kennedy que funcionava à noite no Grupo Mauá, o proprietário atende diuturnamente a seus clientes, tendo nos jovens, em várias gerações, seus fiéis fregueses, quase todas de estudantes. Lá dentro, naquela época, além de um cafezinho com leite muito delicioso, havia a concorrida disputa por uma vaga nas mesas de pebolim, mais conhecidas por pacau. 
Outros bares dos anos 60 e 70 continuam na memória dos tubaronenses: Bar do Radialista e Bar do Lambretista – com ambientes quase temáticos e estabelecidos no centro da cidade; Bar Marrocos, Bar Tayze e Mimo´s Brink, na rua São Manoel – dos dois últimos, um deu lugar ao outro na Galeria Pio XII; Bar do Maneca e Tassos Bar, na rua Coronel Collaço; Mimo´s Bar, Bar Continental, Bar Mauá e Bar São Vicente, em Oficinas; Bar Copacabana, na rua Rui Barbosa; Bar Diana e Bar Catarinense, na rua Altamiro Guimarães e Bar Veneza e Bar Guarany, na rua Marechal Deodoro.

