A Ucrânia pediu oficialmente nesta terça-feira (13) a ajuda do Brasil para garantir a presença do presidente da Rússia, Vladimir Putin, em uma reunião marcada com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, na próxima quinta-feira (15), em Istambul, na Turquia. O pedido foi feito pelo chanceler ucraniano, Andrii Sybiha, durante uma conversa telefônica com o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira. Kiev espera que o governo brasileiro use sua “voz competente” para convencer Putin a comparecer.
Chanceler ucraniano fala com Mauro Vieira e pede ajuda direta
Segundo Andrii Sybiha, o presidente Zelensky está pronto para se encontrar pessoalmente com Putin e quer que o Brasil exerça influência no diálogo com Moscou. Ele afirmou que o Brasil ainda é um interlocutor relevante e pode ajudar na mediação de paz entre os dois países. O Itamaraty confirmou a ligação e disse que Mauro Vieira reafirmou a posição do Brasil favorável ao diálogo direto e à solução pacífica para o conflito.
Brasil já tentou intermediar, mas perdeu espaço na negociação
Apesar do novo pedido ucraniano, o Brasil já havia sido afastado do centro das negociações. Em 2023, o próprio Zelensky afirmou que o país “não era mais um player” relevante nas tratativas, depois de desentendimentos com o presidente Lula. Na época, Lula chegou a afirmar que, se Zelensky fosse “esperto”, buscaria uma saída diplomática em vez de militar. As críticas públicas esfriaram as relações, e Lula até se recusou a receber o líder ucraniano durante uma visita ao Brasil.
Possível encontro é cercado de incertezas por parte da Rússia
O encontro em Istambul, se confirmado, será o primeiro cara a cara entre Putin e Zelensky desde o início da guerra, em 2022. No entanto, o Kremlin ainda não confirmou a presença de Putin. Há especulações de que a Rússia pode enviar apenas representantes. Zelensky afirmou que só participará da reunião se Putin estiver presente e acusou o russo de “medo”. A pressão ucraniana para envolver o Brasil surge nesse cenário de incerteza e tentativa de manter o diálogo aberto.