quarta-feira, 6 agosto , 2025
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Vendas de Natal: Expectativa de incremento é de 10%

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Wagner da Silva
Braço do Norte

O Natal é a melhor data do ano para o comércio. Incentivadas pelo 13º salário, muitas famílias já saíram às compras. Exatamente por isso, a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Braço do Norte espera um acréscimo nas vendas, no crediário e no cheque, neste mês em 10%.

No Natal de 2008, mesmo com a crise econômica, em Braço do Norte o aumento nas vendas ultrapassou os 8%, em comparação a 2007. Além da melhora econômica, o presidente da entidade, Gemerson Della Giustina, aponta a redução das alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) como principal motivo para o aumento nas vendas. “Os comerciantes poderão oferecer prazos mais longos, em função dos preços mais baixos. Isso é benefício para o cliente. Estamos otimistas quanto a este Natal”, avalia Gemerson.

Com o 13º salário, o diretor do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), Dílson Pedro Walter Tramontin, acredita que muitos consumidores aproveitarão para ‘limpar’ o nome e fazer compras. Por isso, a dica é reservar parte do 13º salário para negociar antigas dívidas pode ajudar a obter novamente o crédito. “Depois disso, é avaliar o que se pode gastar e sair às compras”, explica Dílson.
O diretor do SPC sugere a negociação entre cliente e comerciante. “O lojista é um amigo. Mas, para que esta amizade perdure, o dinheiro deve circular entre consumidor, comerciante, fornecedor e fabricante. Todos têm que ter crédito”, diz Dílson.

Empreendimentos : Havan inaugura amanhã

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Amanda Menger
Tubarão

A 16ª loja da rede Havan será inaugurada amanhã, às 10 horas, no Farol Shopping, em Tubarão. Serão três mil metros quadrados com cerca de 100 mil itens à disposição dos clientes, 150 empregos direitos e indiretos e um investimento de R$ 10 milhões. A nova loja representa uma mudança no conceito de apresentação do produto.

“Esta loja tem uma proposta diferente. Contempla uma variedade de produtos grandes, com preços baixos e condições de pagamento facilitados, principalmente com o cartão próprio. A rede Havan está em expansão. Serão mais nove lojas até o fim do próximo ano, quando chegaremos a 25 lojas”, conta o proprietário, Luciano Hang.

Um dos símbolos da Havan é a estátua da Liberdade. Porém, em Tubarão, a estátua não está incluída na obra. “Esta é uma loja de shopping e o espaço não comportaria uma estrutura desta. A estátua tem uma média de altura de 25 a 30 metros. Há outras lojas nossas que também não têm a imagem”, explica Luciano.

A Havan comercializa produtos de cama, mesa, banho, eletrodomésticos, utensílios domésticos, bazar, brinquedos, camping e confecções. Parte do mix de têxteis é fabricado pela própria empresa. “A loja começou como atacado de tecidos. Aliás, vendi muito para empresas de Tubarão. Nós produzimos principalmente cama, mesa, banho e vestuário. Como estamos situados no Vale do Itajaí, no maior polo de têxteis do Brasil, e também somos os maiores compradores de muitas empresas do setor, conseguimos preços melhores e, com isso, conquistamos clientes”, explica o empresário.

Para Luciano, Tubarão é uma município importante para a expansão da rede. “É uma cidade polo no comércio e na região e, com certeza, atrairá muitos consumidores. Temos ótimos produtos, a loja ficou linda, os funcionários estão bem treinados. Estamos muito otimistas”, diz Luciano.

Macrodrenagem: Obras começam em abril

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Tubarão

O pacote de obras de macrodrenagem nos bairros da margem esquerda do Rio Tubarão já tem data para sair do papel. No dia 12 de abril de 2010, será assinada a ordem de serviço e as obras começam oficialmente dois dias depois. O cronograma dos trabalhos foi definido na em uma reunião em Florianópolis, com a participação do secretário de planejamento da prefeitura, Edvan Nunes.

Para garantir os quase R$ 5 milhões do Ministério das Cidades para as obras, a prefeitura tem que apresentar o projeto final das obras para a Caixa Econômica Federal até o dia 15 de janeiro.
O cronograma definiu também a data para a publicação do edital de licitação. O documento deve ser lançado no dia 3 de fevereiro, para que a licitação seja homologada no dia 5 de abril, se não houver nenhum recurso administrativo ou judicial.

O pacote de obras de macrodrenagem inclui também a construção de três estações elevatórias que ajudarão a minimizar os problemas de cheia que hoje afetam os bairros Dehon, Morrotes, Humaitá e Humaitá de Cima.
Os recursos são oriundos do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC). A verba do programa do governo federal, desenvolvido por meio do Ministério das Cidades, foi garantida pelo presidente Lula, em junho deste ano. O contrato com a Caixa Econômica foi assinado no dia 20 do mês passado, em Tubarão.

Expansão da rede: Centro de distribuição está em negociação

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Amanda Menger
Tubarão

A abertura da Havan em Tubarão mostra que a rede está em franca expansão. O proprietário da empresa, Luciano Hang, negocia a instalação de um Centro Comercial e de Distribuição (CCD). O projeto está pronto e será construído entre Brusque, sede da empresa, e Curitiba, capital paranaense.

“Estamos vendo qual o melhor local. Além de centralizar a distribuição dos produtos, teremos uma loja, com 30 mil metros quadrados, posto de combustíveis e praça de alimentação. Um deles é a construção de um mirante, que terá vista para o mar”, afirma o empresário, sem revelar, mas já dando algumas pistas, de onde será o novo empreendimento.

O Paraná é a próxima ‘fronteira’ para a Havan. A rede tem hoje lojas em Curitiba (onde há quatro filiais) e Cascavel, mas abrirá em breve também em Foz do Iguaçu e São José dos Pinhais. A intenção é ser referência em lojas de departamento no sul do país. Por enquanto, não há previsão de investimentos no Rio Grande do Sul.

Além de novos investimentos, a Havan já planeja promoções para atrair ainda mais clientes. Para 2010, a rede sorteará uma viagem para Nova Iorque. “O símbolo da empresa é a estátua da Liberdade. O vencedor da promoção, que será sorteada no dia dos Namorados, poderá levar um acompanhante para conhecer a estátua original e ainda ganhará US$ 2 mil para gastar por lá”, adianta Luciano.

História de Braço do Norte: Escritor lança dois livros

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Braço do Norte

O registro da história de Braço do Norte para as próximas gerações está garantido. Isso porque serão publicadas amanhã duas obras sobre o tema, escritas pelo historiador Enerzon Xuxa Harger (foto). O evento ocorre às 20 horas, no salão nobre da paróquia.

Um dos livros, Expoentes da Política braçonortense, está em sua segunda edição, a outra obra é intitulada, “Respingos da nossa história”. O autor faz um resgate da história do município, a partir de 1838. Ele trata da colonização, desenvolvimento e apresenta mais de 200 nomes de representantes públicos que marcaram a política da cidade.

Para chegar ao livro Respingos da nossa história, foram necessários oito anos de pesquisas. Através de familiares e outras publicações, Xuxa coletou dados e fotos, que ilustram os principais fatos, desde os grupos indígenas, que viveram na região até o início do século 20, e até os dias atuais. “Procuro descrever quem foram estas pessoas que nasceram e lutaram para a emancipação e o crescimento do município”, explica Xuxa.

A tiragem de 500 exemplares faz parte de um projeto de vida do autor. “Apesar de ter apenas a quarta série, queria deixar algo que as futuras gerações pudessem aproveitar. Como um apaixonado pela história, decidi realizar o sonho de escrever a história do município para ser utilizada como fonte de pesquisa, nas escolas e bibliotecas”, justifica. Durante o evento, o escritor reapresentará a obra Os homens que fizeram nossa história, também com tiragem limitada a 500 exemplares.

Padre Raimundo Ghizoni: “Teve momentos que fiquei balançado sim”

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Zahyra Mattar
Tubarão

Notisul – Com quantos anos o senhor sentiu que tinha a vocação sacerdotal?
Padre Raimundo
– Acho que aos pouquinhos Deus foi plantando esta sementinha no meu coração. Começou desde criança. Quando completei 11 anos, manifestei à mãe que queria ser padre. Adorada ver o padre da cidade, na época o saudoso padre Geraldo Spettmann, trabalhar e achava lindo. No ano seguinte, quando eu iria concluir o ensino complementar, manifestei a mesma vontade para as irmãs também (padre Raimundo estudou no Colégio São José). Elas não acreditaram e diziam: “Raimundinho vai ficar no seminário um ou dois meses e volta”. No fim das contas, fui para o seminário e completo neste dia 4 (sexta-feira) 60 anos de sacerdócio. As irmãs se enganaram redondamente, graças a Deus.

Notisul – O senhor nunca sentiu vontade de largar a batina e formar uma família ou até mesmo seguir outra profissão?
Padre Raimundo
– Vou ser bem franco: eu fui para o seminário de Azambuja com 12 anos. Naquele tempo, íamos para lá e tinha o chamado internato. Então, a gente ficava lá o ano todo. Só voltava para casa nas férias. Fui e chorei muito de saudades da minha família. Sabe como são os italianos da época: família enorme, comilança de domingo. Éramos felizes e muito apegados uns aos outros. Mas, com o tempo, a saudades foi passando. Tive ótimos professores e amigos. A cada ano, sentia que Deus me empurrava para a vida sacerdotal. Teve momentos que fiquei balançado, sim. Cheguei a pensar em voltar. Anos depois, recebi a batina e me preparei para ingressar na filosofia. Foi quando me mandaram para Mariana, em Minas Gerais. Eu e minha malinha. Sozinho, nunca tinha viajado assim. Depois, fui para São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, onde fiz a faculdade de teologia e, nesta mudança, balancei. Eu tinha 21 anos e sentia vontade de ser mais independente. Tinha decidido: não queria mais ser padre. Dois grandes amigos seminaristas ficaram perplexos e disseram que antes eu deveria conversar com o padre Luiz Müller, o diretor vocacional. Ele era uma figura. Olhou para mim e disse: “Ô Ghizoni, tu podes dar um bom pai de família ou um bom padre. Pronto, podes escolher, as duas coisas são boas para ti”. Eu respondi: “Certo. Escolho ser padre então. Já estou aqui mesmo (risos)”. A partir daí, nunca mais tive nenhuma dúvida quando ao sacerdócio.

Notisul – E como foi a ordenação?
Padre Raimundo
– Passei os quatro anos da faculdade e depois me ordenei padre, em 4 de dezembro de 1949, em Florianópolis, na Catedral Metropolitana. Foi uma das maiores emoções da minha vida. Chorei de emoção. Quatro dias depois, cheguei em Tubarão para rezar minha primeira missa na igreja Nossa Senhora da Piedade. Na época, não tinha a catedral. Minha família morava ali onde hoje é a Ases e, antes de eu vir para a igreja, meus pais me levaram para o oratório da casa e me deram a bênção. Foi um momento de muita emoção (o padre Ghizoni emociona-se neste momento e algumas lágrimas rolam. Ele continua, com a voz embargada). Foi um momento muito bonito, e muito real.

Notisul – O senhor foi literalmente o mestre de obras na construção da Catedral. Como foi?
Padre Raimundo
– O meu trabalho principal é o apostólico, o sacerdotal. Passei por São Ludgero, Araranguá, Criciúma e somente depois é que vim para Tubarão, em 1955, quando se criou a Diocese de Tubarão. Naquele ano, tinha somente a igrejinha velha e antiga de Nossa Senhora da Piedade, a Casa Paroquial, o edifício Dom Joaquim e as capelas de Mato Alto, Madre, Congonhas, São Martinho e Rio do Pouso. Fui chamado de Criciúma para cá pelo padre Monsenhor Bernardo Peters, que era o vigário geral, e pelo Dom Anselmo Pietrulha, o primeiro bispo de Tubarão, e fiquei como vigário paroquial. Quando chegaram os padres Urbano Mendes e Osni Rosembrock formamos um trio e começamos a trabalhar. Reunimos o pessoal mais graduado da cidade e formamos uma comissão para alavancar a Diocese de Tubarão. E foi daí que surgiu a ideia de construir a Catedral. E adivinha quem apontaram para ficar à frente da obra? Eu mesmo.

Notisul – E como foi que o senhor fez?
Padre Raimundo
– Na época, eu era o pároco da Catedral. Entrei no lugar do Monsenhor Peters, oito anos após minha chegada a Tubarão, em 1963. Organizei uma equipe de construção para ajudar. Naquele tempo, não tinha esta organização de hoje. O padre era um faz tudo. Qualquer coisa que a comunidade precisa sempre tinha um padre no meio (risos). Sabia que não estava sozinho. Começamos a construção da catedral em 1965. Isto porque a parte arquitetônica demorou muito. O trabalho real começou no dia 15 de agosto de 1965. Fizemos uma missa especial do lançamento da pedra fundamental. Ela está assentada bem na frente da Catedral até hoje. Nunca tive dificuldade grande na construção da Catedral. Fizemos rifas e eu buscava nas lojas e nas casas as contribuições. Teve um ano que fizemos uma rifa de 27 Fuscas. Era o carro da moda. Acho que nunca circulou tanto Fusca por Tubarão (risos). Quando faltava alguma coisa, eu subia a serra com o seu Alfredo Moreira Maia, meu ajudante especial, e pedia tábuas. Tinha parentes por lá. Família italiana é bom por causa disso. Sempre tem um primo, um tio em algum lugar (risos). Ia com o caminhão vazio e voltava com o caminhão cheio. No dia 4 de dezembro de 1971, cinco anos e meio depois do início da obra, a Catedral era inaugurada.

Notisul – Como foi para o senhor ver a cidade crescer?
Padre Raimundo
– Lembro muito bem quando cheguei em Tubarão para trabalhar como padre, em 1955. A cidade não tinha 35 mil habitantes. Hoje tem 100 (mil). A transformação, nestes 60 anos, é visível. Na década de 50, isto aqui era um vasto campo de pasto. Hoje, uma cidade enorme. A margem esquerda, lembro, não tinha quase nada. Duas ou três famílias moravam lá. Hoje, parecem duas cidade ligadas pelas pontes. Do lado de cá (margem direita), era mais habitado, especialmente nos arredores do Morro da Capela (hoje, Morro da Catedral). Tubarão mudou. E mudou radicalmente.

Notisul – E as pessoas, padre? Elas também mudaram muito na sua opinião?
Padre Raimundo
– Tínhamos um povo muito mais unido, muito mais fraterno, muito mais irmão. Havia praticamente dois partidos políticos, a UDN e o MDB. E o pessoal se entendia e se ajudava. Na construção da Catedral, por exemplo, nunca senti alguma diferença porque era de um partido ou de outro. Hoje, como tudo é diferente! A cidade está retalhada por partidos políticos que não pensam mais no coletivo. Estes partidos acreditam que, por serem estruturados, têm o poder de governar a cidade só para si, quando na realidade não é isso que tem que ocorrer. O partido político é só uma organização para se chegar ao poder. Depois disso, todas as siglas precisam entender que a cidade é uma só e deve-se trabalhar para o povo. E hoje não vejo mais isso. Eu e ninguém mais. Infelizmente, as autoridades sobem e obedecem somente as siglas partidárias e não a interesse do povo que governam. É triste.

Notisul – Quais as principais mudanças que o senhor observou na igreja nestes 60 anos?
Padre Raimundo
– Assim como a cidade e as pessoas mudaram, a igreja também…

Notisul – O senhor chegou a rezar missa em latim, padre?
Padre Raimundo
– Ô. E muito. Rezei em latim e virado de costas para o povo. A liturgia tem um esquema a ser seguido, um ritual que não muda muito, mas permite que sejam feitas alterações em diversas partes da missa. Seja mais simples ou mais solenes. Avalio que estas mudanças, principalmente o fato da missa ser feita em português, foram muito boas. O povo passou a participar mais. Antes, em latim, as pessoas apenas costumavam-se a ouvir palavras incompreensíveis e misteriosas. Ninguém entendia. Mas que é bonita uma missa em latim, ah é!

Notisul – O senhor já passou por alguma situação pitoresca nestes 60 anos de sacerdócio?
Padre Raimundo
– Ixi, muitas. Quando eu comecei, o padre era um faz tudo na cidade. Qualquer coisa que ocorria diziam: ‘chama o padre’ (risos). Quando eu comecei a trabalhar como padre, o caminho que percorria entre a matriz e as capelas era no lombo do cavalo. Uma vez, eu estava subindo a região da serrinha, ali para frente do Rio do Pouso. Eu e o cavalinho. De repente, vi uma caninana enorme, de mais de dois metros de comprimento. Eu iria levar a comunhão para um doente e cheguei lá tremendo. Sempre fui um cavaleiro atrapalhado (risos). Teve uma vez também, em Araranguá, que eu ia rezar a missa em uma capela afastada. Eu não conhecia o caminho. Disseram-me que não tinha problema. Era só embarcar na charrete que o cavalo sabia onde ficava a capela (risos). Mandaram eu atravessar a balsa e deixar o cavalinho me levar. Eu fui né! E não é que o cavalinho sabia mesmo o caminho!? Tinha mais sabedoria e juízo do que o cavaleiro (risos).

Notisul – Hoje, as missas são mais ‘agitadas’, os padres tornaram-se quase celebridades. Como o senhor vê esta renovação?
Padre Raimundo
– Admiro muito a liturgia da igreja. Com esta renovação, surgiram mesmo estas missas mais movimentadas, e acho muito bonito. Já participei de missas mais ritualísticas e de outras mais movimentadas. Acho que, se estiver dentro do esquema da igreja, cabem os dois gostos. Mais do que a movimentação da missa, é a participação do povo. Gosto de ver as pessoas cantando, dando as mãos. Aprovo muito esta renovação porque é uma maneira de levar a palavra do Senhor de uma maneira que toca o coração da pessoa. Acho bonito os padres que têm o dom de cantar, de movimentar a população. Só não concordo com estas missas-shows. O padre é um instrumento para levar a palavra de Deus e deve colocar-se no seu lugar. O padre deve apresentar Jesus Cristo ao povo e não a si mesmo. Na nossa região, caminhamos certo. Os padres, especialmente os mais jovem, fazem missas mais movimentadas, mas com muita responsabilidade e integridade.

Notisul – O senhor prefere a igreja como ela era antes, um pouco mais ritualística, ou a de hoje?
Padre Raimundo
– A igreja vai se adaptando conforme as necessidades do povo. Hoje, não podemos mais pensar em uma igreja onde o padre ande de batina ou reze a missa de costas e em latim.

Notisul – O senhor usou a batina por muito tempo?
Padre Raimundo
– Alguns anos sim. Era quente. Depois, veio a licença para usar o clegimam, que é o terno simples com aquela golinha de plástico branco. Agora, o padre veste-se como o povo, o que acho mais correto. Afinal, o padre está no meio do povo, para o povo e vestido como o povo. Não precisa uma veste espetacular para diferenciar: “Olhem, ali está o padre”.

Notisul – Na sua opinião, o conservadorismo da igreja católica é o principal motivo para a perda de tantos fiéis?
Padre Raimundo
– A igreja é conservadora somente no seguinte aspecto: ela guarda a verdade recebida de Deus através da sagrada escritura e da tradição. Então, a igreja conserva esta verdade. Neste sentido, admito que a igreja seja conservadora. Agora, no sentido pejorativo, não. Porque a igreja é muito para frente, está e caminha com a sociedade. A igreja adapta-se às épocas, apenas isso. Na África, por exemplo, o esquema da missa é o mesmo, mas eles cantam, dançam. A igreja absorveu a cultura do povo para poder evangelizar. E isso não tem nada de conversadorismo. Se fosse, não haveria esta adaptação. O que afasta o povo da igreja não é a liturgia, é a falta de educação religiosa. Os pais educam mais seus filhos somente nos valores terrenos. Os filhos não são nem convidados para irem em uma missa. Os pais estão caindo em um erro tão fatal que daqui a 15, 20 anos chorarão amargamente porque seus filhos não terão mais princípios morais comuns, eles serão individualistas. Hoje, o jovem valoriza somente a balada. Que erro. A igreja está de portas abertas, aqui será sempre valorizado, porque são os jovens que darão continuidade. O culpado não é o jovem, mas a má educação de pais e algumas escolas.

Notisul – Alguma pista do novo bispo?
Padre Raimundo
– Só Deus sabe! Lembro de todos os bispos que passaram por aqui e pela minha vida. Aqui em Tubarão, passaram três, mas para mim foram cinco. Primeiro teve o bispo Dom Joaquim Domingues de Oliveira, que era o arcebispo metropolitano de Florinópolis. Ele era muito fino, era tratado como um príncipe da igreja. Uma maravilha de pessoa. Depois, teve o Dom Anselmo Pietrulha, o primeiro bispo de Tubarão. Era um ser amigo, tomava caipirinha com a gente. Era um figuraça. Depois, o terceiro foi o Dom Osório Beber. Ele foi missionário aqui na região. Em seguida veio o Dom Hilário Moser, que foi o segundo bispo de Tubarão, que cuidou mais das vocações e do seminário. O quinto bispo da minha vida e o terceiro de Tubarão foi Dom Jacinto Bergmann. Quem virá agora é um enigma. Mas torcemos que venha logo, porque uma Diocese sem bispo é ruim.

Perfil
Padre Raimundo Ghizoni, 84 anos, completou, nesta sexta-feira, 60 anos de sacerdócio. Caçula de uma família muito numerosa, padre Raimundo diz que tem duas cidades-mães: Braço do Norte, onde nasceu, em 13 de agosto de 1925, e Tubarão, onde reside até hoje, desde os dois meses de idade. Lúcido, de uma educação e gentileza quase extintas nos dias de hoje, padre Raimundo emociona-se quando lembra da família, especialmente dos pais. “Eu me sinto feliz. Cumpri minha missão, a estou cumprindo, mas ainda não a terminei. Sei que ainda tenho coisas para fazer. Sonho com uma igreja mais participativa, uma sociedade mais fraterna. Onde possamos sair à noite sem ter medo. Mas este sonho não pode ser só meu, deve ser de todos. Quando muitas pessoas têm o mesmo sonho, ele passa a se tornar realidade”, ensina. Padre Raimundo é o fundador da Aproet, instituição que mantém quatro centros de educação infantil e vários grupos de idosos, e ocupa a cadeira 22 na Academia Tubaronense e Letras (Acatul).

Sabe o que os astros guardam para você hoje?

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Áries (21/03 a 19/04)
Fase lunar minguante, sinalizando um período de sete dias propício à reflexão sobre o que vem ocorrendo em termos emocionais e financeiros. E sobre as mudanças que você verificou serem necessárias na intimidade.

Touro ( 20/04 a 20/05)
Momento importante para dar um fechamento em questões que envolvem os relacionamentos, refletindo sobre como as suas relações vem se modificando. É interessante concluir o que esteja pendente.

Gêmeos (21/05 a 21/06)
Periodo interessante para refletir sobre a conduta emocional, no trabalho e em relação à qualidade de vida e saúde. Percepção de como as emoções estão presentes nas diferentes situações de vida.

Câncer (22/06 a 22/07)
A Lua, regente canceriano, está agora na fase minguante, propondo a reflexão sobre as transformações emocionais que vem ocorrendo com você. Sobre a sua coragem em enfrentar tabus e acessar o poder interior e criativo.

Leão (23/07 a 22/08)
De um período introspectivo você passa a uma fase de maior confiança, simbolizada na passagem do Sol pelo signo de Sagitário. E isso está especialmente estimulado nesta semana, em que Marte, em seu signo está em contato com o Sol. A força leonina quer brilhar.

Virgem (23/08 a 22/09)
Em seu signo, a Lua está na fase minguante, indicando um período favorável para introspecção e para tomar consciência das emoções e atitudes que você deve modificar.

Libra (23/09 a 22/10)
Reflexões a fazer sobre finanças, valores pessoais, emoções, condução de negócios e de relacionamentos. Os próximos dias são interessantes para observar como tem se portado em relação a esses temas. Autoconhecimento. Cuidado com excesso de crítica ou cobrança.

Escorpião (23/10 a 21/11)
A Lua minguante indica encerramento do ciclo iniciado há três semanas atrás e que diz respeito à energia escorpiana, ou seja, às emoções e às transformações.

Sagitário (22/11 a 21/12)
O Sol em seu signo em contato com a Lua em Virgem caracteriza a fase lunar minguante, um período apropriado para refletir sobre os últimos acontecimentos. Interessante para compreender.

Capricórnio (22/12 a 19/01)
A fase que antecede o aniversário é caracterizada naturalmente por um período de interiorização, em que você se depara com as consequencias do que foi feito desde o seu último aniversário. Mas também já se mostram as possibilidades de um novo ciclo.

Aquário (20/01 a 18/02)
A consciência da finitude da vida humana deveria levar as pessoas a viver com mais profundidade e intensidade, percebendo que tudo vai se transformando. Este é o sentido da fase lunar minguante.

Peixes (19/02 a 20/03)
Se você teve a coragem de efetuar os cortes necessários, para viver mais de acordo com a sua essência, este tende a ser um período positivo, pisciano. A Lua minguante convida à reflexão sobre os seus sonhos, ideais, crenças e fé. Como estão os seus relacionamentos?

Natal. E se Maria tivesse abortado?

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Incrível, mais uma vez, os cristãos são introduzidos no espírito natalino. Com o rápido passar do dia-a-dia, pode-se, talvez, nem perceber, mas o Natal está no ar! Na fragilidade de uma criança, Deus torna-se presente na pessoa humana.
O Menino Jesus, nascido na gruta santa de Belém, poderia não ter vindo ao mundo! Você já se deu conta disso? Já refletiu sobre essa questão? Bastaria que Maria, por exemplo, tivesse decidido abortar. Como seria o mundo sem Jesus? Obviamente, caberia a Deus, que teve a iniciativa de enviar seu filho ao mundo, dar continuidade ao projeto de salvação conforme lhe aprouvesse o coração. Mas que bom, não foi assim…

Diante da realidade do aborto, quando tantas pessoas lutam descaradamente por sua descriminalização, vale refletir sobre até onde vai o direito de uma pessoa ou grupo, ceifar uma vida inocente? Alguém teria direito de impossibilitar a constante atualização do Natal que se dá através do nascimento de cada criatura humana? Pois bem, essa afronta à natureza humana se dá nos vários abortos praticados diariamente em todo o mundo. Os números de abortos realizados no Brasil e no mundo são elevados. Contudo, sobre isso, a OMS divulgou a seguinte nota: “A Organização Mundial de Saúde e a Organização Pan-Americana de Saúde não auspiciaram, financiaram nem realizaram qualquer estudo ou investigação sobre abortos no Brasil”.

A citação anterior deixa claro que não existem estudos sobre os reais números de aborto cometidos no Brasil. Assim, os números exagerados que são divulgados de supostos abortos provocados, bem como os de mortes maternas decorrentes, é uma armadilha, como ressaltou o Dr. Bernard Nathanson, ginecologista e obstetra norteamericano, uma das maiores lideranças nos anos 60 e 70 dos grupos pró-aborto nos EUA e que, a partir de estudos de embriologia, em que foi constatado que o feto desenvolve uma vida com semelhanças à da criança fora do útero, começou a se questionar sobre sua prática abortista, sendo atualmente defensor da vida desde a concepção.

Disse o Dr. Bernard Nathanson, referindo-se ao aumento do número de abortos: “É uma tática importante. Dizíamos, em 1968, que na América se praticavam um milhão de abortos clandestinos, quando sabíamos que estes não ultrapassavam de 100 mil, mas esse número não nos servia e multiplicamos por dez para chamar a atenção. Também repetíamos constantemente que as mortes maternas por aborto clandestino aproximavam-se de dez mil, quando sabíamos que eram apenas 200, mas esse número era muito pequeno para a propaganda. Esta tática do engano e da grande mentira repete-se constantemente e acaba sendo aceita como verdade. Nós nos lançamos para a conquista dos meios de comunicações sociais, dos grupos universitários, sobretudo das feministas. Eles escutavam tudo o que dizíamos, inclusive as mentiras, e logo divulgavam pelos meios de comunicações sociais, base da propaganda” (Conferência realizada no Colégio Médico de Madri, em 5 de novembro de 1982, intitulada: “Eu pratiquei cinco mil abortos”, publicada pela revista Fuerza Nueva).

As mães que provocam essa atrocidade vivem as consequências psíquicas do aborto. A vida dessas mulheres torna-se vazia – uma chaga aberta que não cicatriza. Mas também para elas veio a Criança da manjedoura – visível e portadora de redenção.
Que esse tempo de preparação para o Natal, o Advento, seja um apelo à consciência, de luta constante pelo direito à existência, fundamentada na lei natural da vida. Santo Tomás de Aquino dizia que: “A lei natural outra coisa não é senão a luz da inteligência posta em nós por Deus. Por ela, conhecemos o que se deve fazer e o que se deve evitar. Esta luz ou esta lei deu-a Deus à criação”. Aqueles que lutam pela vida, defendendo-a do seu princípio ao fim, poderão, sim, saudar a todos coerentemente desejando: “Feliz Natal”.

Aeroporto Regional Sul: Convênio para o acesso é assinado

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Zahyra Mattar
Jaguaruna

No próximo ano, iniciam as obras de construção do acesso ao Aeroporto Regional Sul, em Jaguaruna. O convênio entre o estado e o Departamento Nacional de Infraestrutura em Transportes (Dnit) foi assinado no começo da noite de ontem. Como o Notisul adiantou com exclusividade na edição do dia 25 do mês passado, o edital de licitação será lançado no começo de janeiro do próximo ano.

“Para fazer isto este ano, fica difícil. A assinatura do convênio será publicada na semana que vem e, depois disso, o estado está liberado para lançar a licitação. O documento está pronto, mas acredito que isto será feito somente em 2010, já nos primeiros dias”, comemora o diretor de transportes da secretaria estadual de infraestrutura, engenheiro Dilney Cabral Filho.

A estrada de acesso tem cinco quilômetros. A obra também contempla as vias internas de serviço do aeroporto e o pátio de estacionamento. No trajeto, ainda serão feitos um viaduto sobre os trilhos da Ferrovia Tereza Cristina (FTC) e uma ponte sobre o Rio Jaguaruna.

Terminal de cargas
Esta parte do empreendimento era prevista nesta segunda etapa, mas não foi licitada por questões orçamentárias. Isto não significa, porém, que não será construído. “Esta parte da obra está dentro do planejamento para 2010, mas, como é um ano eleitoral, pode ser que não tenhamos tempo hábil para sua licitação. Vamos aguardar sua priorização”, indica o diretor de transportes da secretaria estadual de infraestrutura, engenheiro Dilney Cabral Filho.

A segunda etapa
O investimento do estado na segunda fase da obra é de R$ 6 milhões e compreende a construção do terminal de passageiros, redes elétrica e hidrossanitária, climatização, subestação de energia com capacidade para 300 KVA, estação de tratamento de esgoto e de água, estrutura contra incêndio (unidade do Corpo de Bombeiros), telecomunicação de telefonia e cabeamento estruturado, proteção contra descargas atmosféricas, paisagismo e torre de controle de tráfego aéreo.

Filosofia em vídeo

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Sócrates, Aristóteles, Platão… Estes são alguns dos nomes mais conhecidos da filosofia. A disciplina é vista muitas vezes como algo chato e monótono. E mudar esta visão foi um dos objetivos de um trabalho realizado pelo professor Giovani Silveira. Ele propôs para os alunos do 2º ano do ensino médio da Escola Jovem que fizessem vídeos de até cinco minutos sobre a ética. Além da avaliação em sala de aula, foi promovido um concurso de vídeo amador. Os estudantes fizeram a inscrição e os melhores em cada turno foram premiados na semana passada.

“Fizemos este projeto no ano passado com foco na propaganda eleitoral. Este ano, foi sobre a ética. A intenção é fazer o jovem pensar sobre o assunto e relacionar com questões do dia-a-dia. Teve vídeos ótimos, com mensagens fortes. Pena que nem todos participaram da mostra competitiva, mas acredito que, no próximo ano, mais alunos participarão”, avalia Giovani.

O resultado motivou tanto a direção da escola, que para o próximo ano, serão comprados equipamentos para gravar e editar o material. “Eles já fizeram trabalhos maravilhosos com câmeras de celular e fotográficas. Isso prova a capacidade e a criatividade deles. Queremos dar mais suporte em 2010. E também juntaremos todos os vídeos para formar um documento único e inscrever em competições nacionais”, revela a supervisora Silvana Nogueira.
As equipes vencedoras do concurso receberam prêmiações em dinheiro. O julgamento dos trabalhos ficou por conta das responsáveis pelo Notisul Escola.

Um e-mail…
“É muito importante e interessante a integração do Notisul com os colégios. Essa prática estimula professores e alunos a trabalharem com mais empenho. A iniciativa de levar o jornal para a sala de aula fez a diferença neste último ano, transformou muitos ‘ledores’ em leitores assíduos do jornal. Parabéns! Que essa iniciativa perdure e se aperfeiçoe ainda mais”.
Anice Gomes, aluna do 4º ano de magistério do Colégio Dr. Otto Feuerschuette, de Capivari de Baixo.

… Milhões de
agradecimentos!

“Oi, Aniece. Tudo bem!? Obrigada por ter nos escrito. O reconhecimento do nosso trabalho é sempre um incentivo para continuarmos a fazer sempre mais e melhor. Ao mesmo tempo que agradecemos, também elogiamos a todos que participaram do projeto. Nada teria sido feito se os principais ‘personagens’, as escolas, não estivessem comprometidas. Para o próximo ano, o Notisul Escola voltará cheio de novidades. Ainda melhor! Um grande abraço e maravilhosas férias”.
Amanda, Pri e Zah – equipe do Notisul Escola.

Construindo história

A sociedade atual foi o foco de um trabalho proposto pelo professor de sociologia Santos Crozeta de Sociologia, da Escola Dite Freitas, a Escola Jovem de Tubarão, aos alunos das 1as séries do ensino médio. A ideia foi produzir textos com os conteúdos abordados no 4º bimestre: símbolos, transcendência e crenças populares.
No papel, conteúdos fantásticos foram desenvolvidos pelos alunos, que abordaram assuntos de suas próprias comunidades. “Foi percebido, no desenrolar do projeto, o empenho e a vontade dos alunos em mudar a sociedade. Através de situações fictícias, eles trouxeram, de uma maneira ou outra, a verdadeira realidade”, avalia o professor Santos.
Confira a seguir algumas das histórias escritas pelos alunos:

• O Mistério das Congonhas – a equipe procurou desvendar assassinatos até então nunca esclarecidos pela polícia.
• Metavoia – os alunos abordaram problemas familiares e escolares através de uma banda batizada de Metavoia, uma música de estrutura religiosa que traz a reflexão das próprias atitudes.
• Deu a Louca Nos Contos de Fada – aborda questões como bulimia, anorexia, drinknorexia.
• Recomeçar – conta a história de Peter, um garoto que não gostava de estudar e envolveu-se no mundo das drogas.
• Lesbianismo – versa a história daquelas que têm coragem e vencem o preconceito.

Até breve!

Acabou e já estamos com saudades. Desde julho, um trio de repórteres do Notisul empenhou-se ao máximo para contribuir com a educação nos municípios em que o jornal circula. Depois de quase seis meses ‘perturbando’ os professores das seis escolas participantes (desculpem, mestres, mas foi preciso), percebemos que ganhamos mais do que contribuímos. O aprendizado foi enorme. Para nós, valeu a pena!
Apesar de o trabalho normal do jornalista não ser dos mais fáceis – é uma correria o dia todo -, vir para o Notisul e dedicar tempo para fazer, toda semana, a página do projeto Notisul Escola foi um privilégio e não um trabalho extra.
No próximo ano, voltamos com a corda toda e esperamos que vocês também voltem com a mesma empolgação que nos contagiou. Agradecemos a todos que participaram, aos professores, diretores e orientadores, que se esforçaram muito para colaborar com o sucesso do Notisul Escola.

Um abraço, maravilhosas férias e até 2010!

Amanda, Pri e Zah

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