domingo, 3 agosto , 2025
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Violência: Mais um homicídio é registrado

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Rafael Andrade
Tubarão

Por volta da 1h30min de ontem, Marli de Souza Amorin, 20 anos, foi assassinada com um tiro na cabeça, em Tubarão. O homicídio ocorreu na rua Tiradentes, Morrotes.
Na hora do crime, Marli utilizava um capacete. Mesmo com o utilitário, a bala entrou pelo lado esquerdo por baixo da orelha, atravessou a cabeça e saiu pela região parietal do lado direito, alojando-se na outra lateral do capacete. O projétil perfurou a região da testa e fez com que ela perdesse massa encefálica. O assassino usou um revólver calibre 38.

Minutos depois do fato, a Polícia Militar e o socorro foram acionados, porém, Marli teve morte instantânea. Moradores da região informaram que ouviram dois disparos. Um deles atingiu Marli.
Até o fechamento desta edição, nenhum suspeito havia sido detido. O Núcleo de Investigações Criminais (NIC) de Tubarão trabalha no caso. O corpo da vítima foi encaminhado ao Instituto Geral de Perícias (IGP) e, posteriormente, liberado para a família.

Ela estava foragida desde o dia 6 de julho do Presídio Regional de Tubarão, onde cumpria pena por tráfico de drogas, associação ao tráfico e porte ilegal de arma de fogo. Na fuga, seis detentas conseguiram a ‘liberdade’. Fizeram um buraco no muro com um martelo. Quatro foram recapturadas, Marli morreu e Maristela Mariano Zin continua foragida.

Foi o quinto homicídio registrado este mês na Amurel. As outras quatro vítimas são Bento de Souza, 56 anos, morto no dia 13, em Pedras Grandes; Alexsandro Fonseca de Lima, 23 anos, no dia 22, em Sangão; Luis Fernando Angioletti, 32 anos, assassinado em Imbituba, dia 23; e Eduardo do Nascimento da Silva Júnior, 26 anos, morto na última sexta-feira em Tubarão.

Por um triz: Caminhão ‘passa por cima’ de carro na BR-101

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Laguna

O casal Ricardo Pereira da Rosa e Lauriane Fernandes, da comunidade de Nova Fazenda, em Laguna, sofreu um grave acidente ontem, às 15 horas, no quilômetro 323 da BR-101, próximo ao CTG do Tio Preto, em Laguna.

O caminhão Ford Cargo placas MCM-9506, de Turvo, conduzido por Dener Elias Scarpato, colidiu com o Escort do casal, placas LZR-3453, de Criciúma. Ricardo dirigia o veículo na BR-101 quando percebeu muita fumaça na pista devido a queimadas próximas à rodovia e reduziu a velocidade. Neste momento, o caminhão, que vinha no mesmo sentido, bateu na traseira do Escort com violência e ‘passou por cima’ do carro.

O cinto de segurança e o suporte de cabeça dos bancos da frente do veículo salvaram a vida do casal. O Corpo de Bombeiros de Tubarão e Capivari de Baixo atenderam a ocorrência. Eles ficaram presos nas ferragens. O teto do Escort teve que ser cortado para facilitar o resgate.
No local do acidente, a pista já é duplicada. O trânsito não foi afetado. O casal foi encaminhado ao Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC) e não corre risco de morte.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Tubarão explica a lentidão no trecho entre a ponte de Cabeçudas e o trevo de Laguna. O local recebe recapeamento asfáltico. O motorista precisa ter paciência.

HIV/Aids: Caminhada marca a luta contra o vírus

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Tubarão

Uma ação integrada ao projeto Caminhar é Viver, da secretaria de saúde da prefeitura de Tubarão, reuniu mais de 70 pessoas para uma caminhada alusiva ao Dia Mundial de Luta Contra a Aids, cuja data foi lembrada em todo o mundo ontem. Agentes comunitários de saúde, universitários, enfermeiras, profissionais do Centro de Atendimento Especializado em Saúde (Caes) e da secretaria de saúde trilharam a beira-rio margem direita e o calçadão.

O secretário de saúde, Roger Augusto Vieira e Silva, também participou do evento e destacou que a Aids, hoje, não pode ser encarada como uma doença com grupo de riscos. “Não importa a raça, idade ou a condição financeira. A Aids não escolhe rosto. A chave é a prevenção”, lembrou.

Atualmente, a maior incidência dos casos é em pessoas heterossexuais entre 20 e 49 anos. “Hoje, são as mulheres e os idosos os que mais contaminam-se. Há alguns anos, a proporção era de uma mulher infectada para cada 15 homens. Agora, é uma para cada dois homens”, revela a coordenadora do programa DST/HIV/Aids de Tubarão, Anelise Soares.

A programação alusiva ao combate à Aids continua durante todo o mês. No dia 16, uma qualificação para enfermeiros e médicos das unidades da Estratégia Saúde da Família (ESF) será realizada. Os multiplicadores serão o médico infectologista Rogério Sobroza de Mello e a médica de família e comunidade Guidja Souza da Silva.

Basquete: Tubarão tem um representante na seleção catarinense

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Priscila Loch
Tubarão

A parceria deu certo e, como diz o ditado, em time que está ganhando não se mexe. O professor e técnico tubaronense Luiz Ernani Buerger foi novamente convocado para ser o assistente técnico da seleção catarinense de basquete feminino sub-17. O treinador será Júlio César Patrício, de Jaraguá do Sul.

O 33º Campeonato Brasileiro Sub-17 Especial começa na próxima terça-feira e segue até o dia 13, domingo, em Matinhos (PR). Reunirá a elite do esporte, um total de oito seleções. Na chave de Santa Catarina, estão Rio de Janeiro, Mato Grosso e Pernambuco. Na outra, Paraná Espírito Santo, Maranhão e (o quase imbatível) São Paulo.

No ano passado, Santa Catarina e São Paulo classificaram-se à final, em Joinville, mas não houve disputa, por conta das enchentes que assolaram o norte do estado em novembro. Desta forma, a Confederação Brasileira de Basquete decidiu por considerar ambas as seleções campeãs da competição nacional.
“Nossa meta é vencer Mato Grosso e Pernambuco, e disputar com o Rio uma posição que não nos deixe nas finais já de cara com São Paulo, que é um time muito forte. Eles só perderam duas vezes no Brasileiro”, destaca Ernani.

O professor está muito orgulhoso pela convocação e quer aproveitar a oportunidade também para divulgar o nome da cidade. “E também motivar os meus alunos, mostrar que eles também podem chegar lá”, acrescenta o tubaronense, referindo-se aos acadêmicos do curso de educação física da Unisul, onde ministra aulas na cadeira de basquete.

Revista Sua Casa é homenageada

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Amanda Menger
Tubarão

A equipe da revista Sua Casa, do núcleo especial do Notisul, recebeu esta semana uma menção honrosa na câmara de vereadores de Tubarão. O título é uma indicação do presidente do legislativo, João Fernandes (PSDB), e foi entregue na sessão de segunda-feira, aos diretores Nazareno Schmoeller Souza e Cristiano Carrador.

A revista Sua Casa é voltada ao setor de arquitetura, engenharia e decoração. A publicação circula a cada dois meses, em todo o estado, com tiragem de 33 mil. Por questões de logística, a base da revista vai para Florianópolis. O conteúdo é produzido nas regionais de Tubarão, Criciúma e Florianópolis. Em breve, serão mais dois polos: Blumenau e Joinville.

“Temos profissionais e produtos de destaque, que não deixam a desejar em nada aos dos grandes centros. Com as regionais, poderemos contemplar os trabalhos desenvolvidos em outros locais, inclusive aumentamos o número de páginas”, afirma o diretor comercial do núcleo especial, Jefferson Pereira da Silva. Nesta semana, foi lançada a sexta edição da revista, com 170 páginas.

Para Jefferson, a menção honrosa é uma forma de reconhecimento do trabalho. “É muito bom ter o trabalho reconhecido na cidade onde nasceu o projeto. O tubaronense é acolhedor e o sul tem grandes exemplos de empreendedorismo”, observa o diretor comercial.

Nos próximos dias, chega às bancas o segundo número da revista Negócios & Empreendimentos, também do núcleo especial do Notisul. A publicação é voltada para o setor empresarial, circula em todo o estado e tem tiragem de 33 mil exemplares. As novidades não param por aí. Em abril, será lançada mais uma revista, voltada ao segmento feminino. As duas revistas são impressas na gráfica Coan.

Sabe o que os astros guardam para você hoje?

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Áries (21/03 a 19/04)
O planeta Vênus ingressa no setor astrológico relacionado aos ideais, crenças, justiça, viagens e crescimento. Indica um movimento no sentido de refletir sobre os ideais associados aos relacionamentos.

Touro ( 20/04 a 20/05)
O novo movimento do regente taurino, Vênus, indica benefícios em negócios e recursos compartilhados. Expansão associada à união de talentos. Mudanças nas amizades e nos apoios recebidos.

Gêmeos (21/05 a 21/06)
Vênus transita o signo oposto a Gêmeos, indicando favorecimento para as relações. Tendência a conhecer outras pessoas e ampliar o círculo de relações. Especialmente com quem pensa diferente de você e provém de outra cultura ou nacionalidade.

Câncer (22/06 a 22/07)
Planos associados à expansão pessoal e profissional ganham novo impulso a partir de hoje. Viagens, conhecimentos, publicações e ampliação de horizontes estão estimuladas. Bom período também para cuidar da saúde.

Leão (23/07 a 22/08)
Amor é a energia estimulada com o novo movimento de Vênus, que pede aos leoninos expressar a verdade do seu coração. Há também menos receio de se envolver emocionalmente, sem perder a individualidade.

Virgem (23/08 a 22/09)
A partir de agora, as mudanças que tentaram ser refreadas nos relacionamentos não conseguem mais conter a força de renovação. Muitas coisas se modificarão e você deve acompanhar este processo.

Libra (23/09 a 22/10)
Não se apegue a velhas formas de agir emocionalmente e de lidar com os relacionamentos, pois tudo agora pede renovação, abertura a novos horizontes e coragem de expressar sentimentos com a verdade do coração, que pode assustar pelo tabu que representa, mas é a sua verdade.

Escorpião (23/10 a 21/11)
As posições de Lua e de Marte indicam tendência a conflitos nos relacionamentos, se as pessoas insistirem em agir com arrogância e inflexibilidade. Devem ser evitados excessos emocionais e financeiros.

Sagitário (22/11 a 21/12)
O planeta do amor, dos relacionamentos e dos valores pessoais, Vênus, passa a atuar em seu signo, indicando novo ciclo emocional para os sagitarianos.

Capricórnio (22/12 a 19/01)
Reflita sobre os principios éticos que orientam os seus relacionamentos e sobre a verdade de sua alma, capricorniano. Relações e afeto passarão por uma fase de reflexão.

Aquário (20/01 a 18/02)
Urano, o planeta regente aquariano, retoma o movimento direto, simbolizando mais fluidez para questões emocionais, financeiras e reconhecimento de seus talentos. Independência e autonomia. Mudanças na forma de obter e lidar com o dinheiro. Amizades estimuladas.

Peixes (19/02 a 20/03)
Em seu signo, o planeta Urano finaliza o movimento retrógrado, indicando que a partir de agora você sente uma energia de libertação e de independização. Novas experiências. O posicionamento de Vênus estimula viagens, conhecimentos e progresso profissional, pisciano.

A lei que regulamenta o direito dos trabalhadores e dos idosos

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Uma luta incessante de poucos abnegados que já vai completar 16 anos em 2010 e sem nenhuma solução diz respeito à famigerada alteração constitucional de reajuste salarial igual para todos os brasileiros. Se não bastasse a exploração da maioria da classe patronal, o governo também cinicamente aplica o mesmo golpe, especialmente a classe menos favorecida do país e dos idosos. Desde a época do então presidente Fernando Henrique Cardoso, ainda no primeiro mandato, quando houve modificação na Constituição pelo congresso nacional, os velhinhos foram nocauteados abruptamente, por via de consequência, estão perdendo aos poucos o poder econômico, sua força física, naturalmente, e mais ainda, são afligidos de maneira criminosa na fase mais frágil e crítica da vida de uma pessoa.

Os que mais sofreram e continuam até hoje são aqueles que contribuíram obrigatoriamente com o sistema previdenciário público com valores acima do salário mínimo. Louva-se, fizeram sua parte. Essas políticas de governantes com ideias neoliberais só atrapalham e ocasionam constrangimento, mormente aos trabalhadores economicamente ativos que são hoje responsáveis pelo crescimento e desenvolvimento do país. Como o modelo é escorchante para todos, a Confederação Brasileira dos Aposentados e Pensionistas (COBAP), Federações nos Estados e Associações espalhadas em diversos municípios, juntas, empenham-se pateticamente em defesa desta desamparada categoria de ontem e de hoje.

De acordo com autor das leis que tenta reaver e preservar os direitos adquiridos, senador Paulo Paim (PT- RS), uma parte já foi feita. Mas ainda existe um longo caminho a ser percorrido, fato pelo qual depende exclusivamente do interesse e da boa vontade dos parlamentares na câmara dos deputados. Coagidos pela equipe técnica do governo Lula, a maioria da base aliada covardemente omite-se e prefere obstruir a discutir e votar a matéria favoravelmente aos idosos, segundo eles, por conta do rombo que causaria nos cofres da Previdência Social. Estão querendo literalmente manipular números que confirmam o contrário. Em entrevista recente ao Jornal das Doze, programa que apresento diariamente, na Rádio Tubá, disse com todas as letras Paulo Paim: Falta vontade política para que os congressistas aprovem as mudanças e criticou a inércia existente no Brasil. Tem de haver vontade política de destinar o dinheiro. É um gasto de R$ 5 bilhões, que não é nada nas contas da Previdência.
O projeto, que acaba com o fator previdenciário, foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da câmara. Fator previdenciário é o método para calcular o valor a ser recebido pelo aposentado e a fórmula atual achata o pagamento, que tem teto no setor privado de até dez salários mínimos. Além disso, o senador critica a falta de maiores reajustes das aposentadorias nos últimos anos. Os aliados do governo elaboraram então outra fórmula, conhecida como 85-95. Nela, a idade do contribuinte e o tempo de contribuição têm de somar 85 para as mulheres ou 95 para os homens. Por exemplo, uma mulher que tem 55 anos de idade e 30 de contribuição pode aposentar-se.

O senador é contra essa fórmula. Segundo ele, a pessoa vai ter que trabalhar e contribuir muito mais para poder aposentar-se. Pela minha fórmula, o aposentado não tem prejuízo. A previdência é uma poupança do trabalhador, não tem a ver com idade. Essa é uma política social que precisa ser solucionada, já que as aposentadorias foram corroídas com o tempo. O que deve ser feito é a aposentadoria acompanhar o salário mínimo, “como já foi durante décadas no Brasil”. Não se pode tirar de uma área fundamental para alocar em outras áreas do governo sem novas provisões de recursos. Paim garante que existe superávit nas contas da Previdência para o projeto, caso o dinheiro seja bem aplicado. É só usar o dinheiro da Previdência para a Previdência, e não desviar as verbas para outros setores. O Brasil precisa de políticos assim, com credibilidade, responsáveis e comprometidos com o bem-estar da nação sem prejudicar os projetos de inclusão social e as causas populares.

Luiz Osvaldo Coelho: “A agricultura não pode depender do governo”

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Bertoldo Weber
São Ludgero

Notisul – Você tem ligação com o meio rural desde criança?
Coelho –
Meu pai era militar e vim de uma família de classe média. Desde os 12 anos, gostava do campo. Meus tios tinham propriedades rurais. Naquela época, já amava e respeitava a natureza e admirava as famílias que vivem no campo.

Notisul – Como você veio para São Ludgero?
Coelho –
Ainda estava lecionando na Universidade Federal de Santa Catarina (Ufsc) e, por meio de uma Organiazação Não-Governamental (ONG), comecei um trabalho sobre crédito cooperativo em Santa Rosa de Lima. Fiz fortes amizades e gostei da cidade. Depois de me aposentar e como meu filho Lisandro já estava trabalhando lá, me transferi para Santa Rosa em 1999. Lá, ajudei a fundar a Cresol, fui secretário de administração, planejamento e finanças da prefeitura. Em 2004, foi candidato a prefeito e, mesmo não tendo família na cidade, perdi por poucos votos (74). Depois, meu filho começou a trabalhar no projeto Microbacias em São Ludgero e eu fui convidado pela Unibave para lecionar no curso de agronegócios. Este ano ajudei a montar o curso de agronomia.

Notisul – O sistema cooperativista encaixa-se com a agricultura familiar?
Coelho –
Para os pequenos agricultores, o futuro será as cooperativas. Na França, por exemplo, em todos os setores existem cooperativas. Só para ter uma noção, o maior banco do país é uma cooperativa de crédito. O sistema pode dar um suporte maior e melhor, principalmente com os financiamentos do Pronaf.

Notisul – Como você avalia o cooperativismo na região?
Coelho –
O maior problema das cooperativas é quando crescem demais. Com isso, a administração escapa das mãos dos próprios agricultores. Na maioria das vezes, são obrigadas a contratar pessoas especializadas que nem sempre têm o compromisso com os princípios cooperativos como servir aos associados, não visando grandes lucros. Neste sistema, se existir muito lucro, uma parte sai do bolso do próprio associado. Em muitos casos, quando dá grandes lucros, alguém pode estar perdendo. Quando em uma cooperativa o volume de sócios é grande, o associado deixa de ser conhecido de fato e passa a ser um número. A diretoria administra como dona e os sócios passam à não ter mais poder de decisão ou interferência na administração.

Notisul – Cooperativa de crédito tem futuro ou é o futuro?
Coelho –
O sistema de cooperativa de crédito é uma necessidade para os agricultores familiares sobreviverem. Será através delas que virão as principais linhas de crédito, com subsídios e juros muito baixos. Além disso, elas sabem o problema de cada associado e resolvem bem mais rápido do que em outros bancos.

Notisul – Quando aumentou a facilidade de crédito no Brasil?
Coelho –
Lá na década de 60. E isso dependeu de decisões políticas. As coisas começaram a mudar com a Revolução Verde, ou seja, o uso de tecnologias avançadas, equipamentos, semente com alta qualidade. Os próprios países que produziam tais tecnologias ao mesmo tempo emprestaram dinheiro para os países que tivessem interesse. Só que os juros eram altíssimos. E aí o crédito começou a aparecer. Inclusive, com subsídios e isenções de juros como forma de incentivo dado pelo governo. Mas o governo pagava juros altos para estes países, e muita coisa errada foi passada aos produtores rurais, inclusive o uso indiscriminado de agrotóxicos.

Notisul – Por que este crédito demorou para chegar aos pequenos?
Coelho –
Os agricultores que tinham mais conhecimentos aproveitaram estas épocas de dinheiro fácil e juros baixos. Os mais espertos cresceram, investiram e grandes fazendas e propriedades surgiram. Os pequenos, que de certa forma tinham pouco conhecimento deste crédito, ficavam à mercê de juros de mercado.

Notisul – Atualmente o crédito está mais acessível?
Coelho –
O governo chegou à conclusão que mais de 70% do alimento que chegava à mesa dos brasileiros é proveniente da agricultura familiar. Percebeu-se que, se não fossem oferecidas condições para que os pequenos pudessem melhorar a renda, investir nas propriedades, seria difícil mantê-los no meio rural. Foram então criadas linhas de crédito como o Programa Nacional da Agricultura Familiar (Pronaf). Assim, os pequenos agricultores puderam melhorar e adquirir novas tecnologias, instalações, equipamentos. E o mais importante de tudo: com juros subsidiados e baixos que variam de 2 a 5% ao ano. Isso tem uma influência enorme em manter os filhos dos agricultores no campo. Hoje, há linhas de crédito para que os jovens do meio rural possam financiar seus próprios terrenos.

Notisul – Você é engenheiro agrônomo, como avalia a profissão hoje? Quais as vantagens e dificuldades?
Coelho –
Com 38 anos de profissão, posso falar de cadeira que esta é uma profissão eclética. A atuação de quase 100% das atividades é no meio rural, onde não só se ganha dinheiro, mas também se tem uma grande satisfação profissional. Somos atualmente seis bilhões de habitantes no mundo e a taxa populacional cresce 10% ao ano. São 600 milhões de pessoas a mais por ano que precisam alimentar-se. Por isso, temos que usar tecnologias para produzir cada vez mais, em áreas menores, com qualidade e sem perder de vista a preservação do solo e da água.

Notisul – Qual a média salarial de um engenheiro agrônomo?
Coelho –
A base é oito salários mínimos. Tem profissionais que ganham mais e outros menos. Por exemplo, quem trabalha em Microbacias recebe em média R$ 2,5 mil por mês.

Notisul – Seu filho também é engenheiro agrônomo. Influência sua?
Coelho –
Sim. Meu filho Lisandro é formado em agronomia. Ele já trabalhou em Santa Rosa de Lima, depois no projeto Microbacias em São Ludgero. Ele foi convidado para lecionar no curso de agronegócios na Unibave, em Orleans, e hoje é o coordenador. Meu outro filho tem uma seguradora na Grande Florianópolis. É formado em administração de empresas.

Notisul – Cada vez mais surgem novos cursos. Há espaço para tantos profissionais no mercado?
Coelho –
Primeiro, o futuro da agricultura no país não poderá continuar dependendo exclusivamente de assistência técnica governamental, ou seja, de graça. A tendência é que futuramente formem-se grupos de agricultores que pagarão seus técnicos para ter uma assistência de melhor qualidade e que atendam imediatamente os problemas do dia-a-dia. Inclusive, para trabalhar projetos viáveis nas propriedades. Não podemos pensar que seria um custo a mais para os agricultores. Isto será um investimento. O aumento de renda na propriedade irá cobrir tranquilamente os custos dos técnicos contratados. As universidades precisam formar profissionais que tenham compromisso com a preservação do meio ambiente para que se produza hoje e se continue produzindo amanhã.

Notisul – O ideal seria cada família rural investir na formação de um agrônomo?
Coelho –
Sem dúvida. Mas nem sempre as pequenas propriedades dariam condições de trabalho a um técnico. E ainda na região, existem muitas famílias que não possuem condições de formar um integrante da família. Daí a ideia dos grupos, na própria comunidade.

Notisul – O agricultor hoje sabe administrar a sua propriedade?
Coelho –
Este é um dos maiores problemas das propriedades rurais na região. É preciso administrar melhor as propriedades, comercializar melhor os seus produtos, fazer cálculos de custos de produção. O maior problema das famílias é para fora da porteira. Os atravessadores continuam levando praticamente todo o lucro das propriedades rurais.

Notisul – Como estão os cursos de agronomia na região?
Coelho –
A formação do agrônomo hoje está muito voltada à preservação do meio ambiente em geral. Novas tecnologias são estudadas e implantadas pensando no futuro e com pesquisas já comprovadas na prática. Antigamente, os agricultores eram usados como cobaias. Nossas pesquisas eram feitas nas próprias propriedades e nem sempre os resultados eram positivos. Em outras palavras, tecnologias eram importadas e nem sempre davam resultado em nosso país. O maior aprendizado é que nem todas as tecnologias que apresentam resultados imediatos são altamente rentáveis e que devemos recomendar para o futuro.

Notisul – E os agrônomos vendedores de agrotóxicos?
Coelho –
Existem. Mas acredito que a consciência é bem maior, principalmente pela responsabilidade em recomendar o uso de produtos químicos. As próprias fábricas destes produtos já estão preocupadas com o seu uso indiscriminado. Eles sabem que a população está mais atenta para estes problemas.

Notisul – E a eficácia de produtos biológicos?
Coelho –
O uso aumentou. Em alguns casos, o efeito é mais lento, fazendo com que as pragas venham a morrer até uma semana após a aplicação. Com isso, os agricultores acham que o produto não é eficiente, pois as pragas continuam vivas. Mas estas pragas, mesmo vivas, já não estão mais causando danos às plantas. Cada vez mais é preciso buscar esclarecimentos.

Notisul – É verdade que você é apaixonado pelo meio ambiente?
Coelho –
Sempre busquei alternativas para ajudar o meio ambiente. Quando assumi a direção técnica de uma propriedade em Capinzal, eram utilizados produtos químicos de alta periculosidade. Na época, mudamos para um controle biológico através de bacilos que tinham efeito excelente contra a lagarta da soja e eram inofensivos ao homem e ao meio ambiente. Tive que assumir a responsabilidade e trouxe resultados positivos.

Notisul – Qual o futuro da agronomia e dos profissionais na região?
Coelho –
A Unibave tem compromisso com a população da região. A ideia é oferecer um curso de agronomia voltado aos problemas regionais e, naturalmente, do estado. Estamos muitos preocupados com a formação de engenheiros agrônomos e administradores de agronégocios com espírito empreendedor, formar profissionais que permaneçam na região atuando na agricultura, pecuária e cooperativas, ajudando a desenvolver da agricultura familiar. Queremos formar técnicos voltados à preservação do meio ambiente, que procurem alternativas sustentáveis.

Notisul – Qual o diferencial do curso de agronomia da Unibave?
Coelho –
A Unibave iniciará em 2010 o curso de Agronomia. A ideia de ter um outro curso na região é possibilitar ao filho do agricultor, o da cidade e o jovem que necessita trabalhar para pagar seu estudo cursar a faculdade no período noturno. Não haverá perda de qualidade, pois as aulas práticas de campo necessárias serão realizadas aos sábados. Se for necessários, as viagens de estudo mais longas serão em feriados e fins de semana. Se o estudante trabalhar na propriedade dos pais, durante o dia, ele poderá tirar dúvidas à noite. Queremos que estes profissionais continuem na região. É claro que, se surgir uma ótima oportunidade em grandes centros, em projetos diferenciados, eles devem aproveitar. Um estudante que vai para os grandes centros estudar dificilmente voltará à propriedade da família, de origem, ou para a região.

HIV/Aids: Proteja-se você também!

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Amanda Menger
Tubarão

Em 1987, as Organizações Mundial da Saúde (OMS) e das Nações Unidas (ONU) definiram o dia 1º de dezembro como a data para lutar contra a Aids. A proliferação da doença preocupa as autoridades. Em Tubarão, não é diferente. O município é o 24º no país com maior incidência da doença em cidades com mais de 50 mil habitantes. Em 2008, a cada 100 mil habitantes, eram 30,47% e, em 2009, são 43,6%.

“O problema é a sub-notificação. Muitas pessoas fazem o tratamento, mas não foram notificados. O índice aumentou porque foram cruzadas informações de diversos cadastros, como é o caso da compra de medicamentos, pelo Ministério da Saúde, comparado com o de óbitos”, explica a coordenadora do programa de DST/Aids da 20ª gerência regional de saúde, Kalinka Mattos.

Nos 13 municípios da regional, há 580 casos registrados de Aids, de 1984 até ontem. A maior parte deles está em Tubarão: 396. “Pelas notificações, a faixa etária entre 30 a 39 anos tem a maior incidência, com 231 casos, seguida pela faixa de 40 a 49 anos, com 156 e, em terceiro, os de 20 a 29 anos, com 118. Em cerca de 60% dos casos, a transmissão ocorreu por relações heterossexuais, 7,5% por homossexuais, 6,75 por bisessexuais, 16,9% por drogas, 8,6% são ignorados e 0,3% durante a gravidez ou parto”, avalia Kalinka.

O aumento de mulheres infectadas deve-se à não utilização de preservativos em relacionamentos estáveis. “Muitas acreditam que, por estarem com parceiros fixos, não serão contaminadas, mas e os relacionamentos anteriores deles e delas? Porém, é preciso amar primeiro a si mesma”, pondera Kalinka.

A programação
Laguna

As atividades do Dia Mundial de luta contra a Aids terão como tema: “Una-se a esta causa! Diga não ao preconceito e à discriminação”. O programa municipal de DST/Aids distribuirá material informativo, preservativos e saquinhos de lixo para veículos personalizados com frases de prevenção. Serão dois pontos, um no posto policial e outros nos fundos do Colégio Stella Maris. No centro, será montada a Tenda da Solidariedade, em parceria com o Sesc, também com distribuição de material educativo.

Tubarão
Serão realizadas diversas atividades. A primeira delas é uma caminhada, junto com o grupo do programa “Caminhar é viver”, com saída às 8 horas, ao lado da igreja matriz São José Operário, em Oficinas. O evento é uma parceria entre o Centro de Atendimento Especializado em Saúde (Caes) da secretaria de saúde da prefeitura e a gerência regional de saúde.

A equipe de Núcleo de Epidemiologia do Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC) realizará palestras sobre o preconceito e panfletagem no centro. As palestras serão ministradas às 10 horas, pela infectologista Eletânia Esteves de Almeida; às 14 horas, com a psicóloga Fernanda Schmidt; e às 16 horas, com o infectologista Rogério Sobroza de Mello.

Jaguaruna
Das 9 às 16 horas, serão distribuídos materiais educativos sobre HIV/Aids, câncer e drogas, em tendas armadas na praça da igreja matriz, no centro da cidade.

Festival gastronômico: Gostinho de quero mais

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Priscila Loch
Imbituba

“Divulguem pelo mundo”. Nem bem havia terminado o Festival do Mar da Praia do Rosa e os apreciadores da gastronomia açoriana já sabiam que o evento foi apenas o primeiro de muitos outros. O pedido de divulgação do chef André Vasconcelos já anunciava que haverá uma próxima edição, provavelmente próximas edições.
E o jornalista Fernando Mansur, coordenador do festival gastronômico realizado na Praia do Rosa, em Imbituba, avisa desde já: em março ou abril, tem mais, “com a expectativa de que o sucesso seja ainda maior”, prevê. Foram quatro dias dedicados à apreciação de pratos especialmente criados para a ocasião. Tudo ‘regado’ a muitos frutos do mar.

A iniciativa foi das Pousadas do Rosa Associadas (Proa) e os participantes vieram de todas as partes de Santa Catarina e também do Rio Grande do Sul. Havia até um francês. “Primamos pelo desenvolvimento sustentável, e o festival vem para somar”, acrescenta Mansur, expert em enogastronomia. E o chef André reforça o que todos os catarinenses já sabem, e nunca é demais repetir: “Santa Catarina é única quando se fala em gastronomia. E resolvemos apostar nesta característica”, enaltece André, que fechou o festival, domingo, no Restaurante Engenho do Mar, na Pousada Vida Sol e Mar.

Mariscos em concha levemente defumados com crocante de toucinho, ervas e vinho branco (da chef Maria Helena Moreira); peixe empanado com amendoim com molho de camarões e banana (Narbal Corrêa); trouxa de polvo com arroz e castanhas (Paulo Guinle); e escondidinho de ragú de lagosta sapateira com creme de abóbora ao maracujá (André Vasconcelos) foram alguns dos pratos que deixaram nos degustadores um gostinho de quero mais…

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