terça-feira, 5 agosto , 2025
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Flamengo x Grêmio: Torcidas estão unidas também na região

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Rafael Andrade
Tubarão

O Flamengo pode conquistar o seu hexacampeonato neste domingo, às 17 horas. Para isso, basta vencer o Grêmio, no Maracanã.
Quase 90 mil pessoas são esperadas. Todos os ingressos foram vendidos. Além dos milhares de rubronegros no Rio de Janeiro, outros milhões torcerão pelo Brasil afora. E a torcida flamenguista receberá um reforço de peso. Muitos gremistas preferem perder o jogo do que ver campeão o rival Internacional.

“Com certeza, somos ‘flamenguistas’ desde pequeno. Tenho convicção de que o Inter não vai ser campeão esse ano”, ‘agoura’ o gremista Luciano Joarez Morais, morador de Tubarão.

O Internacional ocupa a segunda posição no Brasileirão. Se o Grêmio vencer o Flamengo e o Inter bater o Santo André, no Beira-rio, o colorado sagra-se campeão.
Para os flamenguistas fanáticos Gilson Michels, Giovani Matias e Jorge Zanaleto, também de Tubarão, o título já está garantido. “O Flamengo é o melhor time do mundo, está no sangue de praticamente todos os brasileiros. Seremos campeões”, vibra Giovani.

É hora de combater o câncer de pele

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Andréa Raupp Alves
Tubarão *

O taxista José Carlos Duarte (foto), de Braço do Norte, confessa que nunca se preocupou em se proteger do sol. “Se tivesse me cuidado, hoje não estaria na fila de espera do SUS para conseguir dar continuidade ao meu tratamento contra o câncer de pele”, revela. Assim como ele, muitos brasileiros não tomam os devidos cuidados. A estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca) é de que o câncer de pele entre os catarinenses, em 2010, será de 98,16 novos casos para cada 100 mil.

Diante dessa realidade, ocorre neste sábado, em dez cidades do estado, a 11ª Campanha Nacional de Combate ao Câncer de Pele. As atividades são coordenadas pela Sociedade Brasileira de Dermatologia. Em Tubarão, a ação será feita no Ambulatório de Especialidades da Unisul, no bairro Oficinas, das 8 às 16 horas.
O objetivo é fazer atendimentos e diagnósticos precoces em pacientes da Amurel. “Nos últimos anos, percebemos que aumentou o número de pacientes com câncer de pele, mas, ao mesmo tempo, conseguimos diagnosticar precocemente a doença”, destaca o coordenador estadual da campanha, o dermatologista Daniel Nunes.

Os casos mais comuns ocorrem em pessoas que se expõem com mais incidência ao sol, como, por exemplo, em agricultores, pescadores, motoristas. Este é justamente o caso do taxista Duarte. Além da pele clara, ele passou a infância na lavoura. Adulto, tornou-se caminhoneiro e em todo este período nunca usou filtro solar. “Este é um hábito que mudei. Hoje uso o filtro fator 50 a cada duas horas”, ensina.

* Especial para o Notisul.

Homicídios: Nove casos são investigados

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Amanda Menger*
Tubarão

Os policiais civis que atuam no Núcleo de Investigações Criminais (NIC) de Tubarão reuniram-se na tarde desta sexta-feira para traçar os rumos dos trabalhos e elucidar os homicídios ocorridos na cidade.
Em uma semana, foram três casos: Leandro da Silva Nascimento, o Neném, 20 anos; Marli de Souza Amorin, 20 anos; e Eduardo do Nascimento da Silva Júnior, o Boca, 26 anos. Neste ano, já foram registrados nove casos.
Na noite de quinta-feira, logo após a morte de Leandro, os investigadores da NIC estiveram no local, conhecido como ‘volta da poeira’, na descida da rua Prudente de Moraes (Morro do Canudo), para colher informações. Mesmo com a reunião, ninguém quis pronunciar-se sobre as investigações.
O secretário estadual de segurança pública, Ronaldo Benedet, esteve em Tubarão nesta sexta e cobrou agilidade na apuração dos crimes. “Conversei com policiais civis de Tubarão e eles disseram que há alguns suspeitos, mas não vou dizer quais são para não comprometer o trabalho, mas eles já começaram a ser investigados. Adiantaram-me também que os três casos desta semana têm envolvimento com o tráfico”, afirma Benedet.

*Com informações do repórter Rafael Andrade.

Disparos
Ainda nesta sexta-feira, o Centro de Operações da Polícia Militar de Tubarão (Copom) recebeu uma denúncia de disparos de arma de fogo, na Área Verde, Passagem. Por volta das 17 horas, dois homens, em uma Honda Biz prata, passaram pela rua João Luiz Maus e atiraram duas vezes. Uma guarnição da PM deslocou-se ao local e prendeu um jovem de 20 anos.
O rapaz estava com a moto Honda Biz, azul, placa MAK-4083, de Tubarão. O veículo tinha registro de furto do dia 20 de novembro. Com ele, foram encontrados ainda R$ 25,00 e seis balas calibre 22. A arma não foi localizada. Não é possível saber se o jovem está envolvido com os disparos e com os homicídios desta semana.
Segundo um policial militar, a situação do tráfico é preocupante em Tubarão. “Todas as bocas de fumo têm, de certeza, armas. As mais comuns são revólveres calibre 38 e pistolas .380. Não temos como saber a procedência das armas, porque todas as apreendidas estavam com a numeração raspada”, conta o PM.

Aposentadorias: Em compasso de espera

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Amanda Menger
Tubarão

Os aposentados e os trabalhadores da ativa esperam uma definição nos próximos dias sobre o fator previdenciário. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da câmara dos deputados deu parecer favorável, há quase um mês, ao projeto que extingue o fator previdenciário. Contudo, não há indicação de quando a proposta será votada em plenário. Há alguns dias, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reuniu-se com a assessoria jurídica do Ministério da Previdência Social para saber se é possível resolver a questão por medida provisória (MP).

“A intenção do presidente é editar uma MP com a proposta discutida com as centrais sindicais, que é diferente do projeto em análise na câmara. Esse é um meio termo, o fator continuará existindo, mas com regras mais flexíveis dos que as atuais”, avalia o advogado Matusalém dos Santos, o Matusa, especialista em direito previdenciário.

Entre as mudanças, está o congelamento da tábua de expectativa de vida no ano em que o trabalhador completar o tempo de contribuição (35 anos para homens e 30 para as mulheres). “O trabalhador completa o tempo, mas se for aposentar-se antes dos 55 anos – mulheres – e dos 60 – os homens -, o fator previdenciário derruba a aposentadoria em função da expectativa de vida. Então, quando ele chegar aos 55 ou 60, o fator será calculado pela expectativa de vida de quando ele completou o tempo de contribuição”, explica Matusa.

Outra alteração é a chamada fórmula 85/95. “Sempre que se somar o tempo de contribuição com a idade e atingir 85 para as mulheres e 95 para os homens, o fator previdenciário não incide no cálculo do benefício”, esclarece Matusa.

As dificuldades dos aposentados

João Alves, 65 anos, é mineiro aposentado desde 1977. Na época, o benefício chegava a três salários mínimos. Hoje, recebe pouco mais de 1,5. A esposa de João, Isabel, 60 anos, ganha um salário mínimo. Para conseguir manter as contas em dia, durante 30 anos ele teve um outro serviço. “Trabalhava na Cecrisa e cuidava da Associação da Cecrisa. Com isso, consegui comprar uma casa, um carro e pagar a faculdade dos meus dois filhos, Jeferson e Isabel Cristina. Hoje, são eles que nos ajudam. Só de medicamentos, eu gasto R$ 140,00 e minha esposa outros R$ 70,00”, conta João.

Quando ele aposentou-se, não tinha o fator previdenciário. “Mas não se aposentava com o valor integral, era 70% do salário e mais 1% por ano trabalhado. Como trabalho em mina, é aposentadoria com 15 anos, ganhava 85%. A cada ano, a defasagem fica maior, já que quem ganha acima de um salário mínimo recebe um índice menor de reajuste do que o dado ao salário mínimo”, observa João.

Gestação: Um reforço às mamães

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Wagner da Silva
Braço do Norte

Uma parceria entre o programa MameAme e a empresa JohnPetter, de Braço do Norte, culminou no lançamento da terceira edição do guia Tendo um bebê. O livreto promete trazer mais segurança para as futuras mamães e também facilitar o trabalho de ginecologistas e obstetras quanto ao pré-natal e pós-parto.
A terceira edição do material, todo desenvolvido em Braço do Norte e supervisionado por vários profissionais da área, foi oficializado e distribuído gratuitamente aos médicos no Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia, realizado no mês passado.

O livro é uma espécie de guia passo-a-passo que trata do desenvolvimento do bebê, aleitamento materno e serve ainda como uma ferramenta de apoio ao médico. “Os tipos de choros, ciúme do irmão, mudança de rotina, o que levar para a maternidade, enfim, é um diário completo que visa facilitar a vida da mamãe, especialmente quem espera seu primeiro bebê”, detalha a coordenadora de cursos de gestantes e maternidade da JohnPetter, Adriani de Souza Balbino Oliveira.

O guia também traz espaço para dicas, orientações, anotações e dados médicos de exames e pré-natal. A novidade é que nesta edição o guia presenteará mamães e bebês com mais de 170 prêmios. O livreto poderá ser encontrado também nas farmácias e lojas do ramo ou na internet, no site www.mamefacil.com.

Guarda Municipal: Efetivo aumentará em 30%

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Tubarão

Com o movimento mais intenso no comércio, devido às compras de fim de ano, a Guarda Municipal de Tubarão dará início segunda-feira à operação “Natal Seguro”. Entre as ações previstas, está o aumento do efetivo em 30%. Os guardas atuarão no patrulhamento a pé, em carros e motos, e circularão pelos pontos comerciais de maior movimento e nas vias de acesso.

A operação contará também com o patrulhamento com cão na beira-rio. Os guardas municipais atuarão nos pontos de maior circulação para auxiliar os pedestres a atravessarem à avenida Marcolino Martins Cabral, em frente ao Farol Shopping, por exemplo.

A GMT recomenda os consumidores a não levarem objetos de valor e darem preferência por andar acompanhados durante as compras de Natal. “Principalmente os idosos, devem evitar o saque de dinheiro em caixas eletrônicos depois das 20 horas, horário de maior risco de assalto”, orienta o diretor da guarda, Adailton Livramento.
A operação estende-se até o fim deste mês, quando o comércio voltará a funcionar em horário normal. “Pedimos que, se alguém observar pessoas em atitudes suspeitas, deve procurar um de nossos agentes”, sugere Adailton.

BR-101: Recapeamento da pista antiga é suspenso

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Laguna

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) anunciou na tarde desta sexta-feira que obras de recuperação da pista antiga, entre os quilômetros 315 ao 317, em Laguna, ficarão suspensas durante este fim de semana. O serviço é executado pela empresa Setep, teceirizada pelo Dnit.
A decisão foi tomada para não prejudicar o trânsito como ocorreu na fim de semana passado. Os trabalhos serão retomados na próxima segunda-feira, quando devem ser concluídos. Nesta sexta-feira, o recapeamento foi feito até o começo da tarde. O trânsito ficou lento, mas não houve formação de filas. Já o trabalho de retirada da camada de pista antiga sobre o canal de Laranjeiras está concluído.
A instalação das sinalizações vertical (placas) e horizontal (pintura de eixo e bordo de pista) ainda não foi finalizada, por isso os usuários devem manter-se atentos. A Polícia Rodoviária Federal monitora o trânsito neste ponto.
Além deste trecho em Laguna, nos desvios junto aos acessos a Tubarão e no trevo do Mirim, em Imbituba, o trânsito é complicado e o motorista precisa triplicar a atenção.

Obras seguem em Tubarão
A empresa Triunfo, responsável pelas obras de duplicação do lote 26 da BR-101, em Tubarão, conseguiu avançar nos trabalhos de concretagem sobre as pistas do viaduto de acesso aos bairros São João (margem esquerda) e Morrotes, no quilômetro 336. Os serviços são feitos de forma simultânea à terraplenagem e à aplicação das camadas de base para receber a capa asfáltica, na cabeceira do viaduto no sentido sul/norte.
Já no sentido oposto, uma equipe da Triunfo executa a terraplenagem para adequação da pista antiga aos padrões da duplicação da rodovia. Nesta sexta-feira, um terceiro grupo fazia também as obras de construção do elevado de acesso principal (da avenida Patrício Lima, em frente ao posto Fera).

Reconhecimento do direito à aposentadoria especial dos servidores públicos

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Há muito tempo, os servidores públicos de determinadas entidades sindicais vêm buscando soluções para suas aposentadorias especiais e, recentemente, o STF garantiu a aplicação de lei da Previdência Social para concessão de aposentadoria especial a servidores públicos regulamentando o direito à aposentadoria especial e conversão do tempo de serviço em condições insalubres, perigosas e penosas.
Desde a criação do Regime Jurídico Único, em 1990, os servidores não podiam utilizar a contagem especial de tempo de serviço insalubre ou perigoso em face da omissão do poder executivo no envio ao congresso de respectiva lei regulamentadora.
Em razão disso, alguns sindicatos ajuizaram uma ação, onde o poder judiciário reconheceu que a falta de lei sobre a aposentadoria especial e conversão do tempo de serviço em condições insalubres, perigosas e penosas estava inviabilizando o exercício do direito e, portanto, autorizou a aplicação dos princípios previdenciários dos trabalhadores do setor privado, vinculados ao Regime Geral de Previdência Social (RGPS) – até que seja editada a lei específica dos servidores federais.
De acordo com o RGPS, a aposentadoria especial é concedida após 15, 20 e 25 anos de serviço, conforme o grau de periculosidade ou insalubridade da função que exerceram durante o período funcional, e corresponde a 100% do salário de benefício.
O entendimento de que é possível aplicar as regras da aposentadoria especial aos servidores públicos já foi objeto anteriormente de análise pelo poder judiciário, que em agosto de 2007 permitiu a aplicação do RGPS a uma servidora da área da saúde, que teve a aposentadoria negada por falta de regulamentação legal que permitisse a aposentadoria especial no caso de trabalho insalubre e de atividades de risco.
Dessa forma, os servidores poderão aposentar-se de maneira especial (com tempo de serviço reduzido, conforme a atividade desempenhada), ou contar como especial os períodos laborais prestados em condições nocivas à saúde e/ou à integridade física, utilizando para tanto os mesmos percentuais de acréscimo previstos na legislação previdenciária geral.
Vale ressaltar que os efeitos da decisão servem de base à concessão de aposentadoria; aos processos de revisão de aposentadorias proporcionais já concedidas; a concessão de abono de permanência aos servidores que, mesmo podendo aposentar-se, optaram por permanecer em atividade, e a concessão da antiga vantagem do artigo 192, da Lei nº 8.112/1990, a servidores que, somado este novo tempo de serviço, teriam completado as condições para a aposentadoria antes de outubro de 1996.
A ação judicial proposta favorece apenas os servidores de determinados sindicatos, de modo que aqueles que não sejam sócios terão que mover ações próprias para alcançar o mesmo direito agora reconhecido.

Sabe o que os astros guardam para você hoje?

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Áries (21/03 a 19/04)
Pela manhã, a Lua estará fora de curso e à tarde ingressa no signo de câncer, indicando demandas familiares e emocionais. Atenção com a tendência a agir de forma carente, ou baseado em antigos receios e atitudes defensivas.

Touro ( 20/04 a 20/05)
A sensibilidade taurina fica aguçada e você percebe aspectos da comunicação e interação humana que não são as palavras que mostram. Há muitas entrelinhas, sutilezas e elas influenciam nos relacionamentos.

Gêmeos (21/05 a 21/06)
Em seu signo, a Lua estará fora de curso durante a manhã, alertando para evitar o início de algo ou o que seja muito importante, pois há inquietação e as coisas tendem a ser diferentes do planejado.

Câncer (22/06 a 22/07)
A Lua, regente canceriano, faz hoje aspectos dissonantes com Saturno e Plutão, simbolizando que é preciso ter equilíbrio emocional para lidar com as demandas que surgem nos relacionamentos.

Leão (23/07 a 22/08)
Receios e emoções inconscientes podem vir à tona, provocando uma atitude defensiva. É importante observar como as atitudes derivam de padrões anteriores, de situações que iniciaram na infância e que ainda continuam atuando em sua personalidade.

Virgem (23/08 a 22/09)
Hoje, podem emergir problemas de comunicação. Procure manter a calma, pois há uma tendência à ansiedade. Desafios importantes relativos às parcerias, às finanças e ao amor fazem com que tenha que se desfazer de velhos padrões, formas de agir que não mais servem à evolução.

Libra (23/09 a 22/10)
Saturno aspecta a Lua, indicando que você percebe como certos receios, bloqueios ou padrões do passado se manifestam nas situações atuais e influenciam os relacionamentos. Lembre-se que você está construindo uma nova identidade.

Escorpião (23/10 a 21/11)
Plutão aspecta a Lua, chamando a atenção do poder das emoções e da conscientização de aspectos que anteriormente estavam ocultos. O conhecimento mais importante não é o racional.

Sagitário (22/11 a 21/12)
Conflitos nos relacionamentos podem ser a consequência de má comunicação. Hoje, podem aflorar antigos receios, relacionados a padrões infantis de comportamento. Preocupações emocionais e financeiras podem gerar inseguranças.

Capricórnio (22/12 a 19/01)
Saturno, regente capricorniano, faz aspecto astrológico com a Lua, indicando dificuldades nos relacionamentos. Visam o amadurecimento emocional e a conscientização da melhor forma de se expressar.

Aquário (20/01 a 18/02)
O ser humano tenta controlar os acontecimentos, achando que pode tudo, mas deve perceber que há coisas que são maiores do que a pequenez do ego vaidoso. Entretanto, há a necessidade de utilizar o livre-arbítrio com responsabilidade.

Peixes (19/02 a 20/03)
Você está questionando a profundidade de certas parcerias, seja no nivel emocional, profissional ou financeiro. Isso poderá levar ao término de certas relações ou a um renascimento delas, para uma nova forma.

Luiz Osvaldo Coelho: “A agricultura não pode depender do governo”

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Bertoldo Weber
São Ludgero

Notisul – Você tem ligação com o meio rural desde criança?
Coelho –
Meu pai era militar e vim de uma família de classe média. Desde os 12 anos, gostava do campo. Meus tios tinham propriedades rurais. Naquela época, já amava e respeitava a natureza e admirava as famílias que vivem no campo.

Notisul – Como você veio para São Ludgero?
Coelho –
Ainda estava lecionando na Universidade Federal de Santa Catarina (Ufsc) e, por meio de uma Organiazação Não-Governamental (ONG), comecei um trabalho sobre crédito cooperativo em Santa Rosa de Lima. Fiz fortes amizades e gostei da cidade. Depois de me aposentar e como meu filho Lisandro já estava trabalhando lá, me transferi para Santa Rosa em 1999. Lá, ajudei a fundar a Cresol, fui secretário de administração, planejamento e finanças da prefeitura. Em 2004, foi candidato a prefeito e, mesmo não tendo família na cidade, perdi por poucos votos (74). Depois, meu filho começou a trabalhar no projeto Microbacias em São Ludgero e eu fui convidado pela Unibave para lecionar no curso de agronegócios. Este ano ajudei a montar o curso de agronomia.

Notisul – O sistema cooperativista encaixa-se com a agricultura familiar?
Coelho –
Para os pequenos agricultores, o futuro será as cooperativas. Na França, por exemplo, em todos os setores existem cooperativas. Só para ter uma noção, o maior banco do país é uma cooperativa de crédito. O sistema pode dar um suporte maior e melhor, principalmente com os financiamentos do Pronaf.

Notisul – Como você avalia o cooperativismo na região?
Coelho –
O maior problema das cooperativas é quando crescem demais. Com isso, a administração escapa das mãos dos próprios agricultores. Na maioria das vezes, são obrigadas a contratar pessoas especializadas que nem sempre têm o compromisso com os princípios cooperativos como servir aos associados, não visando grandes lucros. Neste sistema, se existir muito lucro, uma parte sai do bolso do próprio associado. Em muitos casos, quando dá grandes lucros, alguém pode estar perdendo. Quando em uma cooperativa o volume de sócios é grande, o associado deixa de ser conhecido de fato e passa a ser um número. A diretoria administra como dona e os sócios passam à não ter mais poder de decisão ou interferência na administração.

Notisul – Cooperativa de crédito tem futuro ou é o futuro?
Coelho –
O sistema de cooperativa de crédito é uma necessidade para os agricultores familiares sobreviverem. Será através delas que virão as principais linhas de crédito, com subsídios e juros muito baixos. Além disso, elas sabem o problema de cada associado e resolvem bem mais rápido do que em outros bancos.

Notisul – Quando aumentou a facilidade de crédito no Brasil?
Coelho –
Lá na década de 60. E isso dependeu de decisões políticas. As coisas começaram a mudar com a Revolução Verde, ou seja, o uso de tecnologias avançadas, equipamentos, semente com alta qualidade. Os próprios países que produziam tais tecnologias ao mesmo tempo emprestaram dinheiro para os países que tivessem interesse. Só que os juros eram altíssimos. E aí o crédito começou a aparecer. Inclusive, com subsídios e isenções de juros como forma de incentivo dado pelo governo. Mas o governo pagava juros altos para estes países, e muita coisa errada foi passada aos produtores rurais, inclusive o uso indiscriminado de agrotóxicos.

Notisul – Por que este crédito demorou para chegar aos pequenos?
Coelho –
Os agricultores que tinham mais conhecimentos aproveitaram estas épocas de dinheiro fácil e juros baixos. Os mais espertos cresceram, investiram e grandes fazendas e propriedades surgiram. Os pequenos, que de certa forma tinham pouco conhecimento deste crédito, ficavam à mercê de juros de mercado.

Notisul – Atualmente o crédito está mais acessível?
Coelho –
O governo chegou à conclusão que mais de 70% do alimento que chegava à mesa dos brasileiros é proveniente da agricultura familiar. Percebeu-se que, se não fossem oferecidas condições para que os pequenos pudessem melhorar a renda, investir nas propriedades, seria difícil mantê-los no meio rural. Foram então criadas linhas de crédito como o Programa Nacional da Agricultura Familiar (Pronaf). Assim, os pequenos agricultores puderam melhorar e adquirir novas tecnologias, instalações, equipamentos. E o mais importante de tudo: com juros subsidiados e baixos que variam de 2 a 5% ao ano. Isso tem uma influência enorme em manter os filhos dos agricultores no campo. Hoje, há linhas de crédito para que os jovens do meio rural possam financiar seus próprios terrenos.

Notisul – Você é engenheiro agrônomo, como avalia a profissão hoje? Quais as vantagens e dificuldades?
Coelho –
Com 38 anos de profissão, posso falar de cadeira que esta é uma profissão eclética. A atuação de quase 100% das atividades é no meio rural, onde não só se ganha dinheiro, mas também se tem uma grande satisfação profissional. Somos atualmente seis bilhões de habitantes no mundo e a taxa populacional cresce 10% ao ano. São 600 milhões de pessoas a mais por ano que precisam alimentar-se. Por isso, temos que usar tecnologias para produzir cada vez mais, em áreas menores, com qualidade e sem perder de vista a preservação do solo e da água.

Notisul – Qual a média salarial de um engenheiro agrônomo?
Coelho –
A base é oito salários mínimos. Tem profissionais que ganham mais e outros menos. Por exemplo, quem trabalha em Microbacias recebe em média R$ 2,5 mil por mês.

Notisul – Seu filho também é engenheiro agrônomo. Influência sua?
Coelho –
Sim. Meu filho Lisandro é formado em agronomia. Ele já trabalhou em Santa Rosa de Lima, depois no projeto Microbacias em São Ludgero. Ele foi convidado para lecionar no curso de agronegócios na Unibave, em Orleans, e hoje é o coordenador. Meu outro filho tem uma seguradora na Grande Florianópolis. É formado em administração de empresas.

Notisul – Cada vez mais surgem novos cursos. Há espaço para tantos profissionais no mercado?
Coelho –
Primeiro, o futuro da agricultura no país não poderá continuar dependendo exclusivamente de assistência técnica governamental, ou seja, de graça. A tendência é que futuramente formem-se grupos de agricultores que pagarão seus técnicos para ter uma assistência de melhor qualidade e que atendam imediatamente os problemas do dia-a-dia. Inclusive, para trabalhar projetos viáveis nas propriedades. Não podemos pensar que seria um custo a mais para os agricultores. Isto será um investimento. O aumento de renda na propriedade irá cobrir tranquilamente os custos dos técnicos contratados. As universidades precisam formar profissionais que tenham compromisso com a preservação do meio ambiente para que se produza hoje e se continue produzindo amanhã.

Notisul – O ideal seria cada família rural investir na formação de um agrônomo?
Coelho –
Sem dúvida. Mas nem sempre as pequenas propriedades dariam condições de trabalho a um técnico. E ainda na região, existem muitas famílias que não possuem condições de formar um integrante da família. Daí a ideia dos grupos, na própria comunidade.

Notisul – O agricultor hoje sabe administrar a sua propriedade?
Coelho –
Este é um dos maiores problemas das propriedades rurais na região. É preciso administrar melhor as propriedades, comercializar melhor os seus produtos, fazer cálculos de custos de produção. O maior problema das famílias é para fora da porteira. Os atravessadores continuam levando praticamente todo o lucro das propriedades rurais.

Notisul – Como estão os cursos de agronomia na região?
Coelho –
A formação do agrônomo hoje está muito voltada à preservação do meio ambiente em geral. Novas tecnologias são estudadas e implantadas pensando no futuro e com pesquisas já comprovadas na prática. Antigamente, os agricultores eram usados como cobaias. Nossas pesquisas eram feitas nas próprias propriedades e nem sempre os resultados eram positivos. Em outras palavras, tecnologias eram importadas e nem sempre davam resultado em nosso país. O maior aprendizado é que nem todas as tecnologias que apresentam resultados imediatos são altamente rentáveis e que devemos recomendar para o futuro.

Notisul – E os agrônomos vendedores de agrotóxicos?
Coelho –
Existem. Mas acredito que a consciência é bem maior, principalmente pela responsabilidade em recomendar o uso de produtos químicos. As próprias fábricas destes produtos já estão preocupadas com o seu uso indiscriminado. Eles sabem que a população está mais atenta para estes problemas.

Notisul – E a eficácia de produtos biológicos?
Coelho –
O uso aumentou. Em alguns casos, o efeito é mais lento, fazendo com que as pragas venham a morrer até uma semana após a aplicação. Com isso, os agricultores acham que o produto não é eficiente, pois as pragas continuam vivas. Mas estas pragas, mesmo vivas, já não estão mais causando danos às plantas. Cada vez mais é preciso buscar esclarecimentos.

Notisul – É verdade que você é apaixonado pelo meio ambiente?
Coelho –
Sempre busquei alternativas para ajudar o meio ambiente. Quando assumi a direção técnica de uma propriedade em Capinzal, eram utilizados produtos químicos de alta periculosidade. Na época, mudamos para um controle biológico através de bacilos que tinham efeito excelente contra a lagarta da soja e eram inofensivos ao homem e ao meio ambiente. Tive que assumir a responsabilidade e trouxe resultados positivos.

Notisul – Qual o futuro da agronomia e dos profissionais na região?
Coelho –
A Unibave tem compromisso com a população da região. A ideia é oferecer um curso de agronomia voltado aos problemas regionais e, naturalmente, do estado. Estamos muitos preocupados com a formação de engenheiros agrônomos e administradores de agronégocios com espírito empreendedor, formar profissionais que permaneçam na região atuando na agricultura, pecuária e cooperativas, ajudando a desenvolver da agricultura familiar. Queremos formar técnicos voltados à preservação do meio ambiente, que procurem alternativas sustentáveis.

Notisul – Qual o diferencial do curso de agronomia da Unibave?
Coelho –
A Unibave iniciará em 2010 o curso de Agronomia. A ideia de ter um outro curso na região é possibilitar ao filho do agricultor, o da cidade e o jovem que necessita trabalhar para pagar seu estudo cursar a faculdade no período noturno. Não haverá perda de qualidade, pois as aulas práticas de campo necessárias serão realizadas aos sábados. Se for necessários, as viagens de estudo mais longas serão em feriados e fins de semana. Se o estudante trabalhar na propriedade dos pais, durante o dia, ele poderá tirar dúvidas à noite. Queremos que estes profissionais continuem na região. É claro que, se surgir uma ótima oportunidade em grandes centros, em projetos diferenciados, eles devem aproveitar. Um estudante que vai para os grandes centros estudar dificilmente voltará à propriedade da família, de origem, ou para a região.

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