domingo, 22 junho , 2025
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“Temos que ver as decisões judiciais cumpridas”

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<Tatiana Dornelles
Tubarão

Notisul – A primeira pergunta é sobre o Supremo Tribunal Federal (STF). O que o senhor achou da discussão entre o presidente da corte, Gilmar Mendes, e o ministro Joaquim Barbosa, na última quarta-feira?
Paulo Roberto de Borba
– Falar do Supremo Tribunal Federal (STF) é algo difícil para qualquer cidadão, inclusive para um presidente de OAB ou de seccionais da ordem. Mas, é lamentável que dois ministros da maior corte do Brasil – e é uma corte respeitadíssima e que tem que ser respeitada, até porque a Constituição assim o exige – tenham discutido daquela forma. O STF é como uma força, onde o cidadão, lá, coloca o seu último esforço de busca pela justiça. Então, o STF realmente é o tribunal mais importante do país. E é lamentável que tenha acontecido um bate-boca, com ofensas pessoais, de dois ministros. O que tiramos disso é uma lição de que, também, dentro do STF existe a democracia e lá os ministros têm o entendimento que tiveram. Para o judiciário, é lamentável e esperamos que os dois ministros tenham um diálogo melhor, que possam realmente reverter esta situação. Porém, isso não deveria mais se repetir, até porque a população brasileira, como um todo, acredita no poder judiciário, principalmente no STF.

Notisul – Os brasileiros acreditam que a justiça é falha em alguns casos. Por exemplo: condena o ‘pequeno’ ladrão, que é preso na hora, e os criminosos do colarinho branco não, muitas vezes saem impunes. Como mudar esta maneira como as pessoas vêem a justiça brasileira?
Borba
– A matéria de condenações, o judiciário verifica e se situa e cada caso é estudado. Existem várias instâncias onde a matéria é vista em cada processo. Então, temos que entender que, para alguém ser condenado, deve haver provas concretas nos autos. E cada caso é devidamente estudado. Se alguém entende que existe algum tipo de situação irregular em qualquer julgamento, hoje temos o Conselho Nacional de Justiça e cada indivíduo pode se dirigir a este conselho para requerer o que entender de direito. Mas a matéria de julgamentos, a partir do momento em que os tribunais decidem e transita em julgado, não há mais como fazer esta reversão de posicionamento. Então, crime de colarinho branco ou crime mais comum, a justiça brasileira é uma justiça que ainda visualiza muito a prova no processo e, geralmente, as decisões emanadas em nossos tribunais são justas, com certeza.

Notisul – Mas como mudar essa visão das pessoas quanto a isso?
Borba
– Acho que se poderia fazer uma alteração muito grande na aceleridade dos atos processuais. Isso poderia ser mudado, talvez com a modificação da legislação, para que os processos acabassem de uma forma mais rápida. O nosso processo como um todo, tanto o civil, como trabalhista, penal, é calcado em institutos muito importantes, muito bons. E até para preservar a condição de defesa, tanto dos que propõem uma ação quanto daqueles que estão se defendendo. Então, tem que se tomar muito cuidado na hora de fazer uma modificação na lei para que não haja prejuízo para o autor ou ao réu da ação. Mas a serenidade é a forma mais adequada para que possamos ver essa condição de impunidade afastada. E também, e mais importante de tudo: temos que ver as decisões judiciais cumpridas.

Notisul – E no que se refere aos precatórios, qual é a sua opinião?
Borba
– No caso de precatórios, está em discussão a PEC 12, a PEC do Calote. Esta PEC é aquela que não quer que as ordens judiciais sejam cumpridas. Isso realmente denigre a imagem daqueles que emitem uma sentença judicial, porque o precatório nada mais é do que, após um procedimento todo, de longos anos, que tem o estado condenado, o estado agora vai ter mais um benefício em não pagar ou pagar muito pouco aqueles a quem ele cometeu a infração ou retirada daquele direito que tinha. Isso não pode acontecer. O judiciário tem que ser cada vez mais acreditado e respeitado. O congresso nacional não pode, e o próprio judiciário não pode, descumprir as decisões que foram emanadas de seus próprios tribunais. Esse é um problema que tem que ser resolvido de imediato.

Notisul – Estas medidas não podem ocorrer, então?
Borba
– Não podem medidas assim, por exemplo, como a PEC 12, a do calote, para aqueles que têm direitos a receber do estado – e aqui eu falo da união, estado e município – como um todo, em diversas ações, como desapropriação, acidentes de carro, revisão de valores de verbas trabalhistas, ser simplesmente deixadas de lado porque o estado não deve pagar. O estado tem que pagar, é obrigado a pagar, porque estado somos todos nós. O estado é só uma ficção jurídica construída para que nós possamos organizar o Brasil como um todo. Então, na verdade, não pode daquele pequeno, que deve uma situação, ser condenado e o estado, por sua vez, ter o direito de não pagar. Isso é uma situação inusitada que não deve acontecer. Estamos num estado democrático de direito, um estado correto, e não podemos voltar a arbitrariedades que eram cometidas no passado. E a PEC 12 é uma arbitrariedade enorme que não podemos deixar que vá para frente. Por isso, dia 6 de maio, faremos um grande movimento nacional. Participaremos da caminhada contra a PEC 12, em Brasília.

Notisul – E quanto aos precatórios devido pelo estado aos advogados nomeados pelo juiz para a defensoria pública?
Borba
– No que se refere a precatórios, o governo do estado está deixando a desejar. Hoje temos de precatório estadual uma dívida de R$ 350 milhões, dados de oito ou nove meses atrás.

Notisul – O sistema da defensoria dativa do estado, hoje, é melhor do que da defensoria pública?
Borba
– Em relação à defensoria dativa, hoje, temos um modelo mais completo para o atendimento aos carentes do Brasil. O nosso sistema é muito bom, funciona nos 297 municípios do estado de Santa Catarina e faz a defesa destas pessoas economicamente carentes. É um atendimento excelente em todos os aspectos. Tivemos a notícia, recentemente, que mostra a defensoria pública com um atendimento inadequado, voltado àquele INPS, não é nem INSS, onde as pessoas ficam na fila esperando, com filhos no colo, para serem defendidas por defensores públicos, pagos pelo estado, com um serviço oneroso, caro e que não tem a mesma eficiência da defensoria dativa do nosso estado. E o governador (Luiz Henrique da Silveira) comprometeu-se a pagar antigos valores que se tinham de defensoria dativa, está cumprindo a sua meta, e neste um ano e sete meses o estado tem cumprido os pagamentos. Foram pagas 900 mil URHs, ou seja, foram pagos nestes últimos meses mais URHs do que nos últimos 12 anos.

Notisul – E quanto aos advogados, principalmente os criminalistas, que acabam por se envolverem com o tráfico de drogas. Há uma punição mais severa para estes profissionais?
Borba
– Temos dentro da OAB o tribunal de ética e disciplina, os conselhos estadual e federal, que punem exemplarmente aqueles advogados que não são advogados. São bandidos travestidos de advogados. E isso não admitimos dentro da ordem. Qualquer profissional que cometa qualquer tipo de infração criminal ou irregularidade é severamente punido, inclusive com a exclusão nos quadros da OAB. Esta uma das poucas profissões que cortam na própria carne quando um profissional é envolvido em qualquer tipo de situação que não venha a ser comum ao profissional de direito, como advogado. E sim está sendo um marginal que está tentando utilizar a prerrogativa de advogado – que ele não tem – para cometer atrocidades, crimes.

Notisul – E quanto aos exames da OAB aos recém-formados, por que há tantas reprovações?
Borba
– Temos o exame ordem, que antigamente era feito pela OAB de Santa Catarina, e acabamos unificando e agora é o exame de ordem nacional. As provas são de mediana ou de alguma complexidade, mas temos que vê-lo não como uma parte malévola da advocacia. Temos que ver o exame como um instrumento que a sociedade tem para saber se aquele profissional, que está defendendo os direitos da sociedade, tem a capacidade técnica de assim fazê-lo. É para isso que serve o exame de ordem. Então, se alguns reprovam, alguns são por nervosismo ou porque deveriam ter estudado mais. Mas os advogados que fazem o exame de ordem e passam estão qualificados para advogar em qualquer lugar do Brasil. É muito importante, porque o advogado não só cuida da parte material dos bens, mas também da parte mais importante do cidadão, que é a moral. Esse cidadão constroi durante uma vida inteira esse patrimônio moral, que às vezes é destruído por um simples ato e que talvez um profissional, que não tenha condição técnica razoável, não consiga defender ou defende mal por não ter esse instituto de exame de ordem. O exame, hoje, é colocado de uma forma que várias outras profissões querem fazer, como a própria medicina, engenharia, contadores, para saber se aquele bacharel, formado naquela instituição, tem a condição técnica de prestar aquele serviço que coloca à disposição da sociedade. O exame de ordem veio para ficar.

Notisul – Os índices melhoraram ou pioraram no que se refere ao exame?
Borba
– Os índices continuam praticamente iguais. Um quarto dos bacharéis de direito fazem o exame de ordem e passam. São índices razoáveis.

Notisul – Quanto a concursos para o judiciário. Acha que deveria haver mais, principalmente para juízes, por exemplo?
Borba
– O grande problema hoje da magistratura catarinense está justamente em qualificação de pessoal, principalmente de primeiro grau. Eu não estou falando de magistrado. Estou falando de pessoal técnico para dar suporte a todos aqueles magistrados que estão presentes. É claro que gostaríamos de ter uma quantidade maior de juízes, mais varas, para que a população fosse atendida de forma mais rápida. Mas também dentro da estrutura do judiciário tem que ser feita uma prova para saber se aquela pessoa tem capacidade técnica para fazer concurso para juiz, se tem recursos para se criar novas varas. Tudo isso tem custo e tem que estar dentro da previsão orçamentária do Tribunal de Justiça de Santa Catarina. Então, acreditamos que o problema, hoje, da justiça comum, seja realmente a qualificação e a realização de novos concursos para funcionários do judiciário. A questão do estagiário é algo muito complexo. Foram, inclusive agora, retirados muitos estagiários dos Fóruns. E o que queremos mesmo, os advogados e a sociedade, é contratação e a realização de novos concursos para funcionários de carreira do tribunal de justiça.

Notisul – A OAB já tem uma sala no Fórum e a subseção de Tubarão terá uma nova sede em breve também.
Borba
– Tubarão está de parabéns. Há dois meses, viemos à cidade e inauguramos a nova sala do Fórum e da OAB de Tubarão, com equipamentos que os advogados podem usar para trabalhar e fazer o seu serviço de forma correta, rápida e que tenha condição de prestar um bom serviço ao seu cliente. Estamos fazendo uma reforma na sede social, que fica a dois quilômetros do centro, e acabamos de adquirir, no bairro Recife, um imóvel para que comecemos a construir a nova sede da subseção da OAB de Tubarão. Esta sede administrativa é tão importante, não só para Tubarão, quanto para todos os advogados catarinenses. Começaremos em breve a obra, mas não sabemos se conseguiremos concluir até dezembro, pois será um pouco maior do que a de Imbituba. É questão de planejamento. Tubarão, com seus quase 500 advogados, merece sim uma sede e uma condição melhor de trabalho. A importância da construção é muito maior do que apenas a visualização de uma sede bonitinha. O que queremos é a integração e união, cada vez maior, dos advogados, diariamente e se possível a cada hora, a cada minuto, a cada segundo.

Notisul – Alguns feitos da gestão…
Borba
– Nesta gestão da OAB/SC, que começou em 2007, pensamos muito e começamos a ver o que precisávamos para que a nossa seccional melhorasse cada vez mais. Então, além de fazermos os processos administrativos dentro da ordem, como a reformulação que estamos fazendo dentro da área de informática, fizemos um recadastramento de todos os advogados catarinenses para saber quem somos, quantos somos. Estamos preparando a ordem para mais dez anos à frente. Conseguimos um fato inusitado, dentro das seccionais do Brasil inteiro, que foi fazer uma redução de 30% a até 50% na nossa anuidade, neste ano. Foi uma promessa de trabalho que fizemos e conseguimos colocar em prática sem modificarmos a estrutura do orçamento da OAB.

Hercílio Luz: Modernização é a aposta da diretoria

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Maycon Vianna
Tubarão

O projeto de modernização do Hercílio Luz Esporte Clube, de Tubarão, começa a ganhar formas e empolga dirigentes e torcedores do tradicional Leão do Sul. Duas empresas estão em fase final de estruturação. A primeira é a HL Participações, destinada aos empresários do futebol que estão dispostos a investir no futebol hercilista.

“Fazemos reuniões frequentes com o intuito de saber quem realmente está a fim de participar do clube e até mesmo conseguirmos novos sócios-empresários. Outros clubes catarinenses já têm este tipo de empresa e nós não ficaremos para trás. A ideia condiz com a realidade do futebol, ou seja, pessoas que gostam do esporte e especialmente do clube investindo para fazer um Hercílio Luz mais forte”, diz o diretor de futebol do Leão, Cláudio Fernandes.

O projeto é encabeçado por pessoas ligadas ao futebol e tem como meta buscar recursos ao clube e apostar em novos jogadores.
A segunda empresa é Hastel, uma associação dos amigos do Hercílio Luz. Tem o intuito de trazer novos investimentos ao Hercílio Luz no que diz respeito à estruturação física e valorização do patrimônio.

“Geralmente, a reunião para discutir estes assuntos mais voltados ao patrimônio do clube ocorre sábado. O secretário estadual de articulação nacional, Geraldo Althoff, está motivado para ajudar o Hercílio”, revela Cláudio.
O diretor Nivaldo Tonelli é um dos responsáveis pelo processo de contabilidade e garante que, em cerca de dois meses, as duas novas empresas devem estar prontas e em funcionamento.

Duplicação da BR-101 em Laguna: Consórcio não tem dinheiro para continuar na obra

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Zahyra Mattar
Laguna

Alguma dívida junto a um órgão da União é o motivo para o afastamento do consórcio Blokos/Araguaia/Emparsanco das obras de duplicação da BR-101. Desde dezembro do ano passado, o lote 25 (entre a ponte de Capivari de Baixo até Itapirubá, em Laguna) não avançam. O grupo deixou as obras porque não tem como pagar funcionários e materiais.

Além disso, a falta das chamadas certidões negativas de débito (comprovante de quitação de impostos e fundos federais e estaduais, como FGTS, INSS e inexistência de débitos com estatais) impedem que os últimos poucos progressos medidos pelo Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (Dnit) sejam pagos.
De qualquer forma, mesmo que fosse possível efetuar o pagamento, o montante é mínimo e não faria diferença no intuito de o consórcio conseguir dar a volta por cima e voltar ao trabalho. “É algo em torno de R$ 100 mil. O problema no lote 25 não é de agora. Desde o ano passado, as obras ali não evoluem e tentamos uma solução junto à União. Um deles é, por exemplo, um financiamento junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)”, explica o assessor de comunicação do Dnit, Breno Maestri.

Ele não sabe dizer qual a pendência e em qual órgão é. Breno informa ainda que o Dnit não descarta a troca de empresa no lote. “Tentamos evitar isso porque demora muito. O prazo é meados de maio. Caso não haja uma solução, vamos partir para o rompimento do contrato”, lamenta.
Em março, o Tribunal de Contas da União (TCU) anunciou que não aceitará qualquer pedido de aditivo feito pelas empreiteiras que atuam na BR-101. Pela orientação do tribunal, o Dnit tem duas opções: ou obriga as empresas a concluírem a obra pelo preço contratado ou rescinde os contratos e convoca uma nova licitação. E é justamente isso que poderá ocorre no lote 25. Na época da licitação, em 2004, as construtoras indicaram valores com um deságio de 30% em média. Agora, não conseguem bancar a obra.

Avanço das obras
O relatório mensal do avanço das obras (veja no quadro ao lado) não mostra avanço significativo na duplicação da BR-101. A alegação é a mesma: a chuva. No último mês, o total de pista duplicada liberadas para o tráfego passou de 96 quilômetros para 101. Já as obras de arte nos municípios da região, pouco mudou. A terraplanagem avançou 0,25% em Imbituba e em Tubarão. No lote da Triunfo, a quantidade de asfaltamento aumentou em 1%. O restante continua como no mês passado.

Andamento das obras em março (Fonte: Dnit/SC)
Imbituba Construcap
Terraplanagem: 5,25% iniciada e 22,75% concluída.
Asfaltamento: 0,25% iniciado e 21,75% concluído.
Restauração: 4,50% iniciada e 19% concluída.
Obras de arte concluídas: viadutos duplos no acesso a Ibiraquera; e aos sambaquis; passagem para pedestres (no quilômetro 286,33).
Obras em execução: viaduto simples em Garopaba; viadutos duplos no norte de Imbituba (2%), na Lagoa do Mirim (2%), na Lagoa Imaruí (2%) e nos acesso sul e norte de Itapirubá norte (ambos com 2% de execução).
Total de pista duplicada: 21 quilômetros de um total de 28,3 quilômetros.

Laguna Blokos/Araguaia/Emparsanco
Terraplanagem: 5,50% iniciada e 13,50% concluída.
Asfaltamento: 4,50% iniciado e 7,50% concluído.
Restauração: 4,75% iniciada e 7,50% concluída.
Obras de arte concluídas: passagens inferiores em Nova Moradia e na praia do Sol.
Obras de arte iniciadas e paralisadas: passagens inferiores nas comunidades do Estreito (90%), de Santiago (80%), da Estiva (70%) e no quilômetro 319,65 (30%).
Total de pista duplicada: dez quilômetros de um total de 29,9 quilômetros.

Tubarão Triunfo
Terraplanagem: 2,75% iniciada e 22,50% concluída.
Asfaltamento: 10% iniciado e 12,25% concluído.
Restauração: 6,75% iniciada e 14,50% concluída.
Obras de arte concluídas: passagens inferiores no Morro Azul, em Jaguaruna, em Sangãozinho e no acesso sul a Tubarão.
Obras de arte em execução: viadutos duplos no norte de Tubarão (98% – Jucasa), no Morrotes (80%) e no Humaitá (40% – Patrício Lima).
Obra de arte iniciada e paralisada por falta de aço: passagem inferior no São Cristóvão (2%).
Total de pista duplicada: nove quilômetros de um total de 28,6 quilômetros.

* O valor entre o parênteses refere-se a quanto da obra foi executado.

Câmara de vereadores: Presidente volta a criticar secretários

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Amanda Menger
Tubarão

Algumas declarações e opiniões de políticos acabam gerando polêmica. E foi o que ocorreu novamente esta semana com o presidente da câmara de Tubarão, João Fernandes (PSDB). Apesar de ser do partido do prefeito Dr. Manoel Bertoncini (PSDB), ele não poupa críticas aos secretários da prefeitura.
Em uma das entrevistas, João chegou a dizer que acredita muito no trabalho do prefeito, mas o problema eram os secretários. “É uma lenga-lenga. Eu falo a verdade, doa a quem doer”, alfineta. Segundo o presidente, alguns secretários demoram a responder os requerimentos dos vereadores e, quando respondem, os argumentos são evasivos.

Entre os ‘alvos’ das críticas de João, estão os secretários de desenvolvimento urbano, Nilton de Campos, segurança e trânsito, João Batista de Andrade, de planejamento, Edvan Nunes, serviços públicos, Fabiano Bittencourt, e a responsável pela Cosip, Reneuza Borba.
O estopim para que a ‘metralhadora’ começasse a girar foi os alagamentos em diversas ruas, incluindo a dos Ferroviários, onde mora o presidente, e ainda a colocação de duas lombadas na rua onde reside o secretário de desenvolvimento urbano.

A fama de ‘atirar’ para todos os lados começou junto com o mandato de João. De início, ele não aceitou o acordo da base aliada para eleger como presidente da câmara para o biênio 2009/2010 o vereador Edson Firmino (PDT) e fez aliança com os vereadores do PMDB, partido de oposição ao prefeito.
Outra polêmica que João se envolveu foi do número de assessores parlamentares. Ele defende que os vereadores tenham um assessor, entre os funcionários contratados por indicação da presidência da casa.

Vereador pode renunciar, diz Dionísio

A polêmica na câmara de vereadores não fica concentrada no presidente da casa, João Fernandes (PSDB). Aliás, esta é uma característica da nova legislatura municipal. E as novas especulações giram em torno de uma declaração do vereador Dionísio Bressan Lemos (PP).
Em entrevista, Dionísio teria revelado que há um vereador que pensa em renunciar ao cargo. “Eu ouvi a conversa de um vereador, que disse pensar em renunciar porque estaria se sentindo mal com a situação da câmara. Mas não revelo nem morto o nome do colega que disse isso”, afirma Dionísio.

Para ele, a situação da câmara não melhorou. “Aliás, piorou. E isso por causa da pessoa do presidente. João é autoritário, ele é ditador. Não é nem um pouco flexível. As coisas têm que ser do jeito dele”, dispara Dionísio.
Para João, Dionísio não diz o nome porque não há quem queira desistir do cargo. “Porque ele não diz qual o nome? Se soubesse quem, eu diria. Não sou ditador, apenas sigo o regimento. Tentei conversar com eles, vou continuar seguindo o regimento da casa”, rebate João.

Maurício da Silva (PMDB), diz desconhecer algum vereador interessado em renunciar. “Nunca ouvi isso. Não faço ideia de onde isso teria surgido. Quanto às reclamações sobre a demora das respostas dos secretários, isso não é uma crítica apenas de João. Todos os vereadores falam isso. Entendo a intenção de João como uma forma de melhorar os serviços à população”, pondera Maurício.

Secretários rebatem críticas

Entre os vereadores que foram alvos de críticas do presidente da câmara, João Fernandes, está o de desenvolvimento urbano da prefeitura, Nilton de Campos. Segundo João, há dez dias, no programa Pergunte ao Prefeito, da rádio Bandeirantes, Nilton teria dado garantias de que os problemas de alagamentos estariam resolvidos. Contudo, com as chuvas do fim de semana, novamente algumas áreas ficaram debaixo d´água.

De acordo com Nilton, os trabalhos de limpeza (confira as notas ao lado) não foram concluídas. “Várias situações foram resolvidas. Em outras regiões da cidade, a água escoou mais rápido e teve outras que não alagaram. Isso é resultado dos trabalhos emergenciais. Porém, isso não é suficiente, tem que fazer investimentos em macrodrenagem e que envolvem milhões de reais“, diz o secretário.

Para Nilton, as opiniões de João devem ser respeitadas. “Ele é um representante do povo e tem o direito de fazer as suas reivindicações. Não tenho absolutamente nada contra João. Não ficou nenhuma mágoa da eleição da mesa diretora da câmara”, afirma o diplomático Nilton, que é vereador licenciado. O secretário também rebateu alguns rumores sobre a sua saída da secretaria. “Continuo até quando o prefeito determinar”, diz.

O secretário de segurança e trânsito, João Batista de Andrade, responde as críticas sobre a colocação de duas lombadas na rua do secretário de desenvolvimento urbano de forma conciliatória. “Tentamos outras medidas. Como prevê a legislação, utilizamos as lombadas em último caso. Respondi o requerimento sobre isso de forma técnica”, afirma Batista.

Sabe o que os astros guardam para você hoje?

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Áries (21/03 a 19/04)
Hoje, o dia favorece a comunicação, os contatos, desde que esteja receptivo às ideias alheias e sabendo que sempre há o que aprender com as pessoas. Uma cura está ocorrendo junto a amigos.

Touro (20/04 a 20/05)
Momento que beneficia a compreensão dos potenciais e conhecimentos a serem utilizados profissionalmente e que podem dar a você uma outra perspectiva do sentido de trabalho, realização e sucesso.

Gêmeos (21/05 a 21/06)
A Lua está em seu signo, aspectando Júpiter e Netuno, indicando capacidade de comunicação e contato que lhe faz perceber um significado espiritual nos acontecimentos.

Câncer (22/06 a 22/07)
Hoje o astral favorece a contemplação, a meditação, o autoconhecimento, a espiritualidade, a compreensão. Lembre-se que o crescimento alheio é também o seu progresso. Momento de compreender o potencial renovador.

Leão (23/07 a 22/08)
As pessoas auxiliarão você a ver a vida com outros olhos, leonino. A ampliar os seus horizontes sobre o significado de relacionamento, companheirismo, amizade e liberdade. Ser livre não é estar sozinho.

Virgem (23/08 a 22/09)
Questões importantes relacionadas ao trabalho e à necessidade de reinventar o cotidiano e os métodos com que você faz as coisas. Repetição automatizada gera insatisfação. O crescimento ocorrerá se você arriscar.

Libra (23/09 a 22/10)
Abra o coração e a mente para uma nova realidade, libriano. Se insistir em velhos padrões de comportamento sofrerá. O momento atual, é interessante para adotar uma perspectiva completamente diferente das emoções.

Escorpião (23/10 a 21/11)
Você reencontra algo muito precioso, que talvez tenha sido uma realidade dos seus antepassados ou um antigo sentimento que ressurge e que lhe faz se sentir mais livre, independente, expansivo.

Sagitário (22/11 a 21/12)
A Lua está no signo complementar ao seu, indicando um dia propício ao diálogo. Você pode aprender muito com os outros, mas para isso deve estar aberto a conceitos diferentes dos seus. Conhecimentos podem ser fonte de expansão.

Capricórnio (22/12 a 19/01)
Você conta agora com novos potenciais e valores, o que expande a capacidade de se expressar, de encontrar pessoas de mentalidade afim e de gerar recursos. Tudo isso colabora para a auto-estima e para compreender a riqueza de conhecimentos.

Aquário (20/01 a 18/02)
Júpiter e Netuno em seu signo simbolizam a importância de cultivar valores espirituais, criativos, compreender as coisas sob um ângulo mais amplo, ter fé, e viver segundo os seus ideais. Não há riqueza maior do que essa.

Peixes (19/02 a 20/03)
Você está sintonizado com as ondas do inconsciente, percebendo o que os outros tem dificuldade de reconhecer. Utilize essa sensibilidade para o seu progresso espiritual, mental e emocional.

Mais bebês, mais árvores

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Reapresentei na câmara de vereadores projeto de lei, apresentado em 2007, que dispõe sobre a doação de árvore nativa a cada bebê nascido nos hospitais de Tubarão. A muda de árvore que será doada pela prefeitura, em parceria com Epagri, Tractebel e outros, deverá ser plantada pelos pais do bebê em terreno próprio, na falta deste, preferencialmente, em espaço público ou em áreas alternativas de plantio a serem indicadas pelo Corpo de Bombeiros. As áreas alternativas de plantio são espaços cedidos por empreendedores de novos loteamentos na cidade, e por particulares que têm área de proteção permanente. A parturiente, ao ter alta, receberá uma muda de árvore nativa, com cartão de felicitações e informações sobre a planta, de qual espécie é, para que serve, como e onde deve ser plantada.

A ideia surgiu em Pará de Minas, no centro-oeste do estado MG, no ano de 2000 e, agora, rende frutos em muitos outros municípios do Brasil. “O que é bom deve estar ao alcance de todos”. As árvores e outros vegetais interceptam, refletem, absorvem e transmitem radiação solar, melhorando a temperatura do ar no ambiente urbano. No entanto, a eficiência do processo depende das características da espécie utilizada, tais como a forma da folha, a densidade foliar e o tipo de ramificação. O vento também afeta o conforto humano e seu efeito pode ser positivo ou negativo, dependendo grandemente da presença de vegetação urbana. No verão, a ação do vento, retirando as moléculas de água transpiradas por homens e árvores, aumenta a evaporação. No inverno, significa um aumento do resfriamento do ar.

As árvores no ambiente urbano têm considerável potencial de remoção de partículas e gases poluentes da atmosfera. No entanto, a capacidade de retenção ou tolerância a poluentes varia entre espécies e mesmo entre indivíduos da mesma espécie. Algumas árvores têm a capacidade de filtrar compostos químicos poluentes, como o dióxido de enxofre (SO2), o ozônio (O3) e o flúor. Mesmo considerando-se que as árvores podem agir com eficiência para minimizar os efeitos da poluição, isso só será possível por meio da utilização de espécies tolerantes ou resistentes. Os danos provocados pela poluição atmosférica podem ser muito significativos, dependendo principalmente das espécies utilizadas e dos índices de poluição.

O nível de ruído excessivo nas cidades, provocado pelo tráfego e por diversas outras fontes, afeta psicológica e fisicamente as pessoas. A presença das árvores reduz os níveis da poluição sonora ao impedir que os ruídos e barulhos fiquem refletindo continuamente nas paredes das casas e edifícios, causando uma sensação de um som permanente, similar ao que sentimos ao falar numa sala vazia, sem móveis. Isto é, as árvores e suas folhas contribuem para absorver a energia sonora fazendo com que os sons emitidos desapareçam rapidamente.
Pode-se atribuir à árvore um valor sentimental, cultural ou histórico. Alguns deles são valores subjetivos, difíceis, portanto, de quantificar. A maioria das pessoas considera o fator estético como o principal na arborização urbana, em virtude da aparência das árvores ser direta e imediatamente perceptível, ao contrário dos demais benefícios.

As alterações que as árvores sofrem em função das estações do ano fazem com que estas se apresentem ora com flores, ora com folhas ou sem folhas. Estas modificações são importantes pela renovação da paisagem urbana. Elementos como textura, estrutura, forma e cor, inerentes às arvores, alteram o aspecto da cidade, quebrando a monotonia e a frieza típica das construções.
Outras qualidades que podem ser atribuídas às árvores urbanas são seu poder de interferir em micro climas e de reduzir a poluição, os ruídos e a temperatura. A estes atributos, associam-se as contribuições sociais, que podem ser definidas como a saúde física e mental do homem, as opções de recreação propiciadas pela arborização e o aumento do valor das propriedades em função da existência de árvores ou áreas verdes.

Destarte, contribuir para a melhoria ambiental através do plantio de árvores nativas e fornecer conhecimento à sociedade sobre a importância dessas espécies são os principais objetivos desta proposição. Pois, numa época em que as devastações florestais se fazem em ritmo acelerado, em que emissão de poluentes gera elevados riscos à qualidade de vida das pessoas e de todo ecossistema, em que a camada de ozônio teima em ser destruída pelos grandes poluidores, nada mais justo e necessário é a implantação de projetos e de medidas que estimulem as pessoas que habitam nossos centros urbanos ao plantio de árvores.
Assim, pelo futuro da humanidade, por dias melhores para todos os tubaronenses, espero que este projeto comece a funcionar o mais rápido possível.

Gripe mexicana: Suinocultura do Vale não é afetada

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Zahyra Mattar e
Wagner da Silva

B. do Norte

Desde sábado, quando a disseminação do vírus causador da gripe mexicana explodiu no mundo, suinocultores de todo o país lamentam o fato do episódio ser remetido ao porco. De lá para cá, associações regionais e estaduais somam esforços para informar a população. “O primeiro ponto a salientar é que não é uma gripe suína. Conforme os órgãos mundiais de saúde, a contaminação dá-se no contato com humanos, não porcos”, detalha o presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos, Adir Engel.

Engel atesta ainda o plantel catarinense, internacionalmente reconhecido por se tratar de um rebanho com estado sanitário invejável. O consumo de carne de porco ou seus derivados não está proibido. Não precisa ser evitado. Não há informações de que o vírus possa propagar-se por alimentos. Mas aqui no Vale estamos tranquilos. Já enfrentamos muitas crises e esta é apenas mais uma”, avalia o presidente da ACCS.

Este otimismo é traduzido na confiança de retomar o mercado internacional, ironicamente arrematado pelo México e Estados Unidos. Empresários e criadores acreditam que a suspensão das compras de carne suína nos mercados fornecedores destes dois países, onde foram identificados focos da doença, podem colocar o estado na mira dos grandes importadores, como Rússia e China. “Ainda não sentimos isso aqui no Vale. Mas a redução no consumo é um reflexo natural. No entanto, acredito que seremos beneficiados em médio prazo”, pontua o presidente.

O plantel de Santa Catarina é de seis milhões de cabeças de suínos, com um abate de 650 mil animais por mês. Apenas para a Rússia, o estado vende 350 mil toneladas. Com a abertura para o mercado estadual por conta da pandemia, a projeção do setor é que as exportações possam atingir um volume de até 700 mil toneladas por mês (Leia mais sobre a gripe mexicana nas páginas 4 e 14 desta edição).

Preços
Há uma semana, houve queda de R$ 0,20 no preço do quilo do suíno vivo em Santa Catarina (era R$ 2,10 e está R$ 1,90). Conforme o presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos, Adir Engel, a redução não tem ligação com a pandemia da gripe mexicana. “Questões econômicas deixaram o preço mais baixo. Isto ocorreu antes desta questão de saúde pública e, portanto, as notícias não devem ser atreladas”, defende Engel.

Abordagem em motel: Advogado é pego com menor

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Wagner da Silva
Braço do Norte

A partir de uma denúncia anônima, a PM de Braço do Norte abordou, em um motel, um advogado do município. Ele estava no estabelecimento acompanhado de uma adolescente de 14 anos.
Os policiais foram acionados por volta de 20 horas de ontem. Ao chegarem ao local, encontraram o suspeito saindo do quarto. Ele e a menor foram encaminhados à Central de Polícia Civil de Braço do Norte.

O Conselho Tutelar acompanha o caso. Segundo informações extraoficiais, o advogado teria pago pelo programa. O delegado estuda o enquadramento do caso, já que o artigo 218 do Código Penal considera o ato corrupção de menores, já que a menor possui mais de 14 anos.
O proprietário do motel, segundo o artigo número 250 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), será multado por hospedar menor de idade desacompanhado dos pais.

Polêmica em câmara de vereadores: Cursos custaram mais que o salário

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Zahyra Mattar
Capivari de Baixo

O gasto de R$ 46,912,00 em cursos, pelos vereadores de Capivari de Baixo, ainda rende “pano para a manga”. Ainda que alguns considerem corajosa a postura do presidente do legislativo, Valmiro Miranda da Rosa (PMDB), o Bila, de admitir o que ele considera um investimento, muitos consideram o valor das capacitações altos demais.

A grande contestação está justamente no valor dos cursos. No dia 31 de março, por exemplo, quatro vereadores e o motorista da casa gastaram, juntos, R$ 13,5 mil. Não há informações de que cursos tratam-se ou onde foram feitos. O presidente insiste que dispõe de todos os documentos que comprovam cada gasto. “Estes valores não são em apenas um dia, e sim de cinco, seis dias de capacitação em diversas matérias necessárias”, justifica Bila. Ele não lembra quais são os cursos.

Um vereador em Capivari de Baixo ganha, por mês, R$ 3,9 mil (ou aproximadamente R$ 3,2 mil com descontos dos impostos). O presidente tem vencimento de 50% a mais, ou seja, R$ 5,8 mil (cerca de R$ 5,2 mil com os descontos). Porém, há vereadores que foram em dois cursos, cujo valor total gasto foi de R$ 5,4 mil, quase o dobro do salário do parlamentar.

O presidente da câmara repete a postura adotada segunda-feira: “Não há nada errado nas contas. Todos os comprovantes, inclusive os certificados de cursos, estão à disposição da população”, diz Bila. Quanto ao valor repassado mensalmente pela prefeitura, o chamado duodécimo (o valor é calculado conforme a arrecadação), R$ 175 mil, Bila não considera ser exagero e não vê finalidade em criar uma lei para diminuir o percentual.

“Temos 30 funcionários (cinco são efetivos, o restante contratado. Não há empresas terceirizadas que prestam serviços), gastos com água, luz, telefone. A câmara tem expediente das 7 às 19 horas. Além disso, o que sobra devolvemos à prefeitura no fim de cada ano”, justifica.

População opina sobre os
gastos da câmara de vereadores

Tatiana Dornelles
C. de Baixo

A história dos gastos realizados pela câmara de vereadores de Capivari de Baixo, de quase R$ 47 mil, para cursos de capacitação dos parlamentares, gerou polêmica nos quatro cantos da cidade.

Entre a população capivariense, algumas pessoas sabiam o que havia ocorrido, outras desconheciam o fato. E as opiniões são díspares. Para o barbeiro Itamar Goulart, os valores foram absurdos. “O dinheiro poderia ser usado para outros fins. Entretanto, não é nossa opinião que vai mudar alguma coisa”, acredita.

Para a coordenadora de atendimento Édna Valentin Peixoto, também moradora do município, tudo depende dos cursos que foram realizados. “Se estes cursos foram feitos para beneficiar, de alguma forma, o povo, vale a pena. Porém, se for um curso que não venha ajudar a cidade, deveria ser melhor analisado o gasto. Além disso, a população precisa saber detalhadamente no que gastaram esse dinheiro”, salienta Édna.

Para a balconista Vera Lúcia de Souza Martins, há outras prioridades no momento, a serem analisadas pelos vereadores, que não são cursos de capacitação. “Há várias coisas para fazer pela cidade, por isso, não devem pensar só em cursos. É muito dinheiro. Além disso, a vida e o povo são os que mais ensinam aos vereadores”.

“Temos que ver as decisões judiciais cumpridas”

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<Tatiana Dornelles
Tubarão

Notisul – A primeira pergunta é sobre o Supremo Tribunal Federal (STF). O que o senhor achou da discussão entre o presidente da corte, Gilmar Mendes, e o ministro Joaquim Barbosa, na última quarta-feira?
Paulo Roberto de Borba
– Falar do Supremo Tribunal Federal (STF) é algo difícil para qualquer cidadão, inclusive para um presidente de OAB ou de seccionais da ordem. Mas, é lamentável que dois ministros da maior corte do Brasil – e é uma corte respeitadíssima e que tem que ser respeitada, até porque a Constituição assim o exige – tenham discutido daquela forma. O STF é como uma força, onde o cidadão, lá, coloca o seu último esforço de busca pela justiça. Então, o STF realmente é o tribunal mais importante do país. E é lamentável que tenha acontecido um bate-boca, com ofensas pessoais, de dois ministros. O que tiramos disso é uma lição de que, também, dentro do STF existe a democracia e lá os ministros têm o entendimento que tiveram. Para o judiciário, é lamentável e esperamos que os dois ministros tenham um diálogo melhor, que possam realmente reverter esta situação. Porém, isso não deveria mais se repetir, até porque a população brasileira, como um todo, acredita no poder judiciário, principalmente no STF.

Notisul – Os brasileiros acreditam que a justiça é falha em alguns casos. Por exemplo: condena o ‘pequeno’ ladrão, que é preso na hora, e os criminosos do colarinho branco não, muitas vezes saem impunes. Como mudar esta maneira como as pessoas vêem a justiça brasileira?
Borba
– A matéria de condenações, o judiciário verifica e se situa e cada caso é estudado. Existem várias instâncias onde a matéria é vista em cada processo. Então, temos que entender que, para alguém ser condenado, deve haver provas concretas nos autos. E cada caso é devidamente estudado. Se alguém entende que existe algum tipo de situação irregular em qualquer julgamento, hoje temos o Conselho Nacional de Justiça e cada indivíduo pode se dirigir a este conselho para requerer o que entender de direito. Mas a matéria de julgamentos, a partir do momento em que os tribunais decidem e transita em julgado, não há mais como fazer esta reversão de posicionamento. Então, crime de colarinho branco ou crime mais comum, a justiça brasileira é uma justiça que ainda visualiza muito a prova no processo e, geralmente, as decisões emanadas em nossos tribunais são justas, com certeza.

Notisul – Mas como mudar essa visão das pessoas quanto a isso?
Borba
– Acho que se poderia fazer uma alteração muito grande na aceleridade dos atos processuais. Isso poderia ser mudado, talvez com a modificação da legislação, para que os processos acabassem de uma forma mais rápida. O nosso processo como um todo, tanto o civil, como trabalhista, penal, é calcado em institutos muito importantes, muito bons. E até para preservar a condição de defesa, tanto dos que propõem uma ação quanto daqueles que estão se defendendo. Então, tem que se tomar muito cuidado na hora de fazer uma modificação na lei para que não haja prejuízo para o autor ou ao réu da ação. Mas a serenidade é a forma mais adequada para que possamos ver essa condição de impunidade afastada. E também, e mais importante de tudo: temos que ver as decisões judiciais cumpridas.

Notisul – E no que se refere aos precatórios, qual é a sua opinião?
Borba
– No caso de precatórios, está em discussão a PEC 12, a PEC do Calote. Esta PEC é aquela que não quer que as ordens judiciais sejam cumpridas. Isso realmente denigre a imagem daqueles que emitem uma sentença judicial, porque o precatório nada mais é do que, após um procedimento todo, de longos anos, que tem o estado condenado, o estado agora vai ter mais um benefício em não pagar ou pagar muito pouco aqueles a quem ele cometeu a infração ou retirada daquele direito que tinha. Isso não pode acontecer. O judiciário tem que ser cada vez mais acreditado e respeitado. O congresso nacional não pode, e o próprio judiciário não pode, descumprir as decisões que foram emanadas de seus próprios tribunais. Esse é um problema que tem que ser resolvido de imediato.

Notisul – Estas medidas não podem ocorrer, então?
Borba
– Não podem medidas assim, por exemplo, como a PEC 12, a do calote, para aqueles que têm direitos a receber do estado – e aqui eu falo da união, estado e município – como um todo, em diversas ações, como desapropriação, acidentes de carro, revisão de valores de verbas trabalhistas, ser simplesmente deixadas de lado porque o estado não deve pagar. O estado tem que pagar, é obrigado a pagar, porque estado somos todos nós. O estado é só uma ficção jurídica construída para que nós possamos organizar o Brasil como um todo. Então, na verdade, não pode daquele pequeno, que deve uma situação, ser condenado e o estado, por sua vez, ter o direito de não pagar. Isso é uma situação inusitada que não deve acontecer. Estamos num estado democrático de direito, um estado correto, e não podemos voltar a arbitrariedades que eram cometidas no passado. E a PEC 12 é uma arbitrariedade enorme que não podemos deixar que vá para frente. Por isso, dia 6 de maio, faremos um grande movimento nacional. Participaremos da caminhada contra a PEC 12, em Brasília.

Notisul – E quanto aos precatórios devido pelo estado aos advogados nomeados pelo juiz para a defensoria pública?
Borba
– No que se refere a precatórios, o governo do estado está deixando a desejar. Hoje temos de precatório estadual uma dívida de R$ 350 milhões, dados de oito ou nove meses atrás.

Notisul – O sistema da defensoria dativa do estado, hoje, é melhor do que da defensoria pública?
Borba
– Em relação à defensoria dativa, hoje, temos um modelo mais completo para o atendimento aos carentes do Brasil. O nosso sistema é muito bom, funciona nos 297 municípios do estado de Santa Catarina e faz a defesa destas pessoas economicamente carentes. É um atendimento excelente em todos os aspectos. Tivemos a notícia, recentemente, que mostra a defensoria pública com um atendimento inadequado, voltado àquele INPS, não é nem INSS, onde as pessoas ficam na fila esperando, com filhos no colo, para serem defendidas por defensores públicos, pagos pelo estado, com um serviço oneroso, caro e que não tem a mesma eficiência da defensoria dativa do nosso estado. E o governador (Luiz Henrique da Silveira) comprometeu-se a pagar antigos valores que se tinham de defensoria dativa, está cumprindo a sua meta, e neste um ano e sete meses o estado tem cumprido os pagamentos. Foram pagas 900 mil URHs, ou seja, foram pagos nestes últimos meses mais URHs do que nos últimos 12 anos.

Notisul – E quanto aos advogados, principalmente os criminalistas, que acabam por se envolverem com o tráfico de drogas. Há uma punição mais severa para estes profissionais?
Borba
– Temos dentro da OAB o tribunal de ética e disciplina, os conselhos estadual e federal, que punem exemplarmente aqueles advogados que não são advogados. São bandidos travestidos de advogados. E isso não admitimos dentro da ordem. Qualquer profissional que cometa qualquer tipo de infração criminal ou irregularidade é severamente punido, inclusive com a exclusão nos quadros da OAB. Esta uma das poucas profissões que cortam na própria carne quando um profissional é envolvido em qualquer tipo de situação que não venha a ser comum ao profissional de direito, como advogado. E sim está sendo um marginal que está tentando utilizar a prerrogativa de advogado – que ele não tem – para cometer atrocidades, crimes.

Notisul – E quanto aos exames da OAB aos recém-formados, por que há tantas reprovações?
Borba
– Temos o exame ordem, que antigamente era feito pela OAB de Santa Catarina, e acabamos unificando e agora é o exame de ordem nacional. As provas são de mediana ou de alguma complexidade, mas temos que vê-lo não como uma parte malévola da advocacia. Temos que ver o exame como um instrumento que a sociedade tem para saber se aquele profissional, que está defendendo os direitos da sociedade, tem a capacidade técnica de assim fazê-lo. É para isso que serve o exame de ordem. Então, se alguns reprovam, alguns são por nervosismo ou porque deveriam ter estudado mais. Mas os advogados que fazem o exame de ordem e passam estão qualificados para advogar em qualquer lugar do Brasil. É muito importante, porque o advogado não só cuida da parte material dos bens, mas também da parte mais importante do cidadão, que é a moral. Esse cidadão constroi durante uma vida inteira esse patrimônio moral, que às vezes é destruído por um simples ato e que talvez um profissional, que não tenha condição técnica razoável, não consiga defender ou defende mal por não ter esse instituto de exame de ordem. O exame, hoje, é colocado de uma forma que várias outras profissões querem fazer, como a própria medicina, engenharia, contadores, para saber se aquele bacharel, formado naquela instituição, tem a condição técnica de prestar aquele serviço que coloca à disposição da sociedade. O exame de ordem veio para ficar.

Notisul – Os índices melhoraram ou pioraram no que se refere ao exame?
Borba
– Os índices continuam praticamente iguais. Um quarto dos bacharéis de direito fazem o exame de ordem e passam. São índices razoáveis.

Notisul – Quanto a concursos para o judiciário. Acha que deveria haver mais, principalmente para juízes, por exemplo?
Borba
– O grande problema hoje da magistratura catarinense está justamente em qualificação de pessoal, principalmente de primeiro grau. Eu não estou falando de magistrado. Estou falando de pessoal técnico para dar suporte a todos aqueles magistrados que estão presentes. É claro que gostaríamos de ter uma quantidade maior de juízes, mais varas, para que a população fosse atendida de forma mais rápida. Mas também dentro da estrutura do judiciário tem que ser feita uma prova para saber se aquela pessoa tem capacidade técnica para fazer concurso para juiz, se tem recursos para se criar novas varas. Tudo isso tem custo e tem que estar dentro da previsão orçamentária do Tribunal de Justiça de Santa Catarina. Então, acreditamos que o problema, hoje, da justiça comum, seja realmente a qualificação e a realização de novos concursos para funcionários do judiciário. A questão do estagiário é algo muito complexo. Foram, inclusive agora, retirados muitos estagiários dos Fóruns. E o que queremos mesmo, os advogados e a sociedade, é contratação e a realização de novos concursos para funcionários de carreira do tribunal de justiça.

Notisul – A OAB já tem uma sala no Fórum e a subseção de Tubarão terá uma nova sede em breve também.
Borba
– Tubarão está de parabéns. Há dois meses, viemos à cidade e inauguramos a nova sala do Fórum e da OAB de Tubarão, com equipamentos que os advogados podem usar para trabalhar e fazer o seu serviço de forma correta, rápida e que tenha condição de prestar um bom serviço ao seu cliente. Estamos fazendo uma reforma na sede social, que fica a dois quilômetros do centro, e acabamos de adquirir, no bairro Recife, um imóvel para que comecemos a construir a nova sede da subseção da OAB de Tubarão. Esta sede administrativa é tão importante, não só para Tubarão, quanto para todos os advogados catarinenses. Começaremos em breve a obra, mas não sabemos se conseguiremos concluir até dezembro, pois será um pouco maior do que a de Imbituba. É questão de planejamento. Tubarão, com seus quase 500 advogados, merece sim uma sede e uma condição melhor de trabalho. A importância da construção é muito maior do que apenas a visualização de uma sede bonitinha. O que queremos é a integração e união, cada vez maior, dos advogados, diariamente e se possível a cada hora, a cada minuto, a cada segundo.

Notisul – Alguns feitos da gestão…
Borba
– Nesta gestão da OAB/SC, que começou em 2007, pensamos muito e começamos a ver o que precisávamos para que a nossa seccional melhorasse cada vez mais. Então, além de fazermos os processos administrativos dentro da ordem, como a reformulação que estamos fazendo dentro da área de informática, fizemos um recadastramento de todos os advogados catarinenses para saber quem somos, quantos somos. Estamos preparando a ordem para mais dez anos à frente. Conseguimos um fato inusitado, dentro das seccionais do Brasil inteiro, que foi fazer uma redução de 30% a até 50% na nossa anuidade, neste ano. Foi uma promessa de trabalho que fizemos e conseguimos colocar em prática sem modificarmos a estrutura do orçamento da OAB.

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