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Um “Arraiá” bem tubaronense

Otempo passou e o nosso inverno de 2014, quase! – Porém, nunca é tarde para falar das lembranças dos velhos e bons “arraiás” vividos pela gente da Cidade Azul:

O aroma do quentão no ar anunciava tudo; estava chegando a empolgante época das festas juninas e julinas. Era hora, então, de juntar uns trocados, escolher uma roupa quente e ir para a rua. E opções, claro, não faltavam em Tubarão. 

Em Oficinas, no Grupo Mauá, mestre Zuza Garcia – com aparência física muito assemelhada a do conhecido comunicador Chacrinha – tomava conta do ambiente, apresentando ao bom público sua animada quadrilha de São João, onde vários pares, vestidos dentro dos melhores padrões e requintes que exigia o momento, faziam evoluções, empolgavam a todos. Trazia aí, o empolgado Zuza, a experiência de mais de 30 anos fazendo e ensinando aqueles alegres movimentos. Depois do show, um sanfoneiro oficial não aparava mais e o arrasta-pé rolava solto, alcançava sempre boas horas da madrugada. 

Perto dali, em data quase colada à do Grupo Mauá, entre os dias de São João e Santo Antônio, a festa era no pátio do Círculo Ferroviário, na rua Pedro Gomes de Carvalho, bem ao lado da Igreja São José Operário; ali, ardia mais uma grande fogueira, com suas chamas que iluminavam e aqueciam o ambiente efusivamente embandeirado e colorido. As barraquinhas, concorridas ao extremo, viviam lotadas, com muitas pessoas debruçadas umas sobre as outras, cada uma querendo comprar e se deliciar com o aromático e irresistível quentão, ou desfrutar das mil guloseimas oferecidas. Participar dos sorteios na roleta, no bingo e no aviãozinho também fazia parte da programação.

Mais em direção ao centro da cidade, três locais, também muito próximos um do outro, não deixavam por menos e organizavam grandes festas. E o caminho para chegar até elas era muito fácil: bastava andar pela rua Altamiro Guimarães e entrar em uma das três ruas praticamente sequenciais, transversais; a José Ferreira, Marechal Deodoro e Santos Dumont. Na primeira se chegava ao recém-construído Grupo Escolar Aderbal Ramos da Silva, na segunda, ao Estádio Anibal Costa, do Hercílio Luz FC e, na última, ao “Lar da Menina Abandonada”, onde se organizava a grande festa junina das Irmãs Sacramentinas, disparadamente, dessas, a mais concorrida. 

Por último, nesses dias, em pleno Centro ferviam dois gigantescos caldeirões de quentão e pinhão no veteraníssimo Grupo Escolar Hercílio Luz – educandário fundado em 1919. Ali, muitos fogos de artifício, com seus três potentes rojões cada um, anunciavam onde ocorria o grande evento. E era o que bastava para ter a casa cheia.

 

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