Silvana Lucas
Tubarão
Planejar o futuro faz parte do pensamento de qualquer ser humano, mas com o passar do tempo, às vezes, a vida pode lhe pregar algumas surpresas, como ocorreu com Neide Sandrini, dona de casa e costureira voluntária da Pastoral da Igreja Católica há mais de 11 anos.
Neide vem de uma família de 11 irmãos. Foi criada de forma mais ríspida pelo pai – ele não aceitava que as filhas mulheres estudassem, cresceu acostumada a ver os seus sonhos sempre distantes. “Formávamos uma turma grande, que ganhava um sapato e uma roupa por ano. Sem comentar que, para as vestimentas, meu pai comprava peças inteiras de tecido, fato que por anos fez muita gente pensar que eu e a Tereza, minha irmã mais próxima, éramos gêmeas”, lembra.
Já aos 18 anos, a vontade de ser professora ficava cada vez mais de lado. As irmãs mais velhas que namoravam tinham que voltar as atenções aos afazeres domésticos.
A grande mudança ocorreu quando nasceu o seu filho mais novo, há quase 30 anos. Luiz Fernando foi bem-vindo, assim como Samadar e Patrick. As transformações iniciaram aos 6 meses de vida de Luiz Fernando, quando notou-se que ele não conseguia sentar e apresentava algumas limitações.
“Foi um momento difícil, o Luiz (o esposo) e eu procuramos vários médicos em inúmeros lugares e, por fim, a descoberta. Nandinho, assim como é chamado por todos os familiares e amigos, sofre de hidrocefalia – um determinado tipo de paralisia -, doença que mudaria não somente os cuidados, mas todas as nossas vidas”, conta a emocionada mãe.
Conforme Neide, as dificuldades nunca a derrubaram. “Já perdi as contas de quantas vezes meu filho foi operado, somente quatro foram para a cabeça, fora as várias cirurgias na vista e a retirada de um dos rins, sem contar que na próxima semana ele irá realizar outro procedimento para a correção de um problema ortopédico”, informa Neide. A mulher guerreira ainda soube que em 2010 o marido foi diagnosticado com um câncer na garganta, já curado.
“Nunca tomei qualquer remédio para depressão, minha família é a minha grande vitória”, resume Neide.
O reconhecimento mundial das mulheres
Muito já foi escrito por historiadores sobre o Dia Internacional da Mulher. O fato mais conhecido ocorreu no dia 8 de março de 1857, quando um grupo de operárias de uma fábrica têxtil, em Nova Iorque, nos Estados Unidos, fez um movimento reivindicando melhores condições de trabalho. Naquela época, os industriais chegavam a exigir 16 horas de trabalho diário, além de pagar para elas valores bem inferiores aos homens.
A greve feminina foi reprimida com muita violência e as mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que em seguida foi incendiada. Mais de 130 tecelãs morreram carbonizadas neste dia.