Maycon Vianna
Laguna
Quem passa pelo Canal das Laranjeiras entre as lagoas Santo Antônio dos Anjos e Imaruí, na BR-101, já começa a perceber o novo cartão postal de Laguna. Fotos para todos os lados. São vários os cliques na imensidão de água e sobre a estrutura de uma das maiores e mais complexas obras de engenharia do país na atualidade. A Ponte Anita Garibaldi aguça a curiosidade, desperta os sentidos, causa surpresa, pois demonstra a eficiência da engenheira civil, das atividades dos operários em meio a aduelas, concreto e estaias.
O complexo de alojamento e de infraestrutura é praticamente uma cidade. São dormitórios, todos climatizados, refeitório para mais de 600 trabalhadores, preocupação com o meio ambiente. Um exemplo de logística e organização em uma obra que inicia logo cedo e só termina por volta das 3 horas, de segunda-feira a sábado.
As atividades na Ponte de Laguna iniciaram em 2012 e seguem o cronograma. Os engenheiros registraram, ontem 65%, dos trabalhos concluídos. “Estamos no pico de atuação.
"Se não terminar antes do prazo determinado, a entrega da obra deve ficar para os dias 15 e 16 de maio do próximo ano”, garante o gerente operacional da Ponte Anita Garibaldi, Luis Gustavo de Oliveira Zanin.
De acordo com Luis Gustavo, não existe a possibilidade de liberar o tráfego no local parcialmente até o fim deste ano.
Dados da Ponte Anita Garibaldi
– 2.830 metros de extensão, com 400 metros estaiado.
– 2 mastros de sustentação com 63 metros de altura.
– 136 estacas escavadas com diâmetro de 2,5 metros
– Aproximadamente 20 toneladas de aço.
– Aproximadamente 100 mil metros quadrados de concreto.
– Aproximadamente 251 mil metros quadrados de forma.
– Consórcio: Camargo Corrêa, Construbase, Aterpa M.
– Dragagem do canal (agora com mais de 3,5 metros de profundidade) com melhoria da pesca.
– A ponte será composta de duas pistas com duas faixas de rolagem cada e acostamentos laterais, totalizando 24 metros de largura.
– Para o içamento das aduelas pré-moldadas no trecho corrente é utilizada a treliça BERD-LG50, com tecnologia importada de Portugal. O peso aproximado é de 600 toneladas. As aduelas são transportadas por balsas até o respectivo vão e içadas uma a uma pela treliça BERD.
Escavação do túnel do Formigação deve encerrar nesta quinta-feira
A expectativa é grande! Finalmente, nesta quinta-feira deve ocorrer o encontro dos emboques norte e sul, o que significa o término das escavações no túnel do Morro do Formigão, em Tubarão. “Estamos há menos de 25 metros do fim. É um momento marcante quando encerram os trabalhos de detonações no interior da obra. No total, já são mais de 60% concluídos”, revela o superintendente regional do Dnit, Avani Aguiar de Sá.
Após o fim das escavações, a próxima etapa é fazer o rebaixamento da pista do túnel. “O emboque tem um pouco mais de nove metros de altura e a estrada será rebaixada em até três metros. O prazo para o término da obra é dezembro deste ano”, garante o engenheiro civil responsável, Antônio Vitor Souza Sobrinho, da empresa J Dantas/Novatechna, de Minas Gerais.
Uma das maiores dificuldades encontradas no decorrer das obras foram as rochas de granito mais resistentes que dificultaram a perfuração. Atualmente, são 180 operários que trabalham em três turnos dentro do túnel, de segunda-feira a sábado. No total, são 236 trabalhadores. Quando pronto, o túnel totalizará 900 metros.
Canteiro de obras: Uma 'cidade' com 1,6 mil moradores
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O canteiro de obras da Ponte Anita Garibaldi apresenta uma área de quase 96 mil metros quadrados, com alojamentos, pátio de fabricação de pré-moldados, pátio de estocagem, porto-apoio náutico, estação de tratamento de água e efluentes, laboratório, almoxarifado, ambulatório, oficinas. “Os nossos colaboradores também contam com área de lazer, biblioteca, salão de jogos, academia. Tudo para o bem-estar. Ainda temos ações que envolvem a comunidade como festas do Dia das Mães, Natal, missas, cursos”, explica o coordenador de planejamento da Ponte de Laguna, Gudmarques Ferreira Nunes.
A preocupação com o meio ambiente também ganha destaque no local onde estão concentrados técnicos e operários. Aproximadamente 12 mil quadrados do espaço são preservados. “Toda água consumida é tratada. Nos ares-condicionados, por exemplo, o líquido que sai é aproveitado para regar as plantas. Há também a coleta seletiva de lixo”, destaca Gudmarques.
Já o concreto que sobra para a construção das aduelas e outros acessórios são utilizados para fabricar lajotas pré-moldadas para os acessos ao alojamento. “Queremos deixar um legado nesta região, por isso, preocupamo-nos tanto com as causas sociais e de sustentabilidade”, informa.
O supervisor regional do Departamento Nacional de Infraestrutura em Transportes (Dnit), Avani Aguiar de Sá, informa que o custo total da obra é de R$ 594 milhões. “Até o fim do ano, o que chamamos de 'grosso' da estrutura estará finalizado. Temos certeza que o trabalho é bem executado pelo consórcio e que o prazo será cumprido”, avisa Avani.
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