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Venda das ações gera polêmica

Presidente da Casan, Falírio Beber (ao microfone) foi sabatinado na audiência pública ontem, na assembleia
Presidente da Casan, Falírio Beber (ao microfone) foi sabatinado na audiência pública ontem, na assembleia

Florianópolis

 

A audiência pública na manhã de ontem, na assembleia legislativa, foi um ‘alvoroço’. A venda de 30,65% das ações da Casan para a iniciativa privada divide opiniões, inclusive entre os parlamentares. O governo do estado deu entrada, em regime de urgência, a dois polêmicos projetos.
 
Um deles, a PEC 07/2011, altera a constituição estadual e exclui a necessidade de prévia consulta popular e legislativa para a venda de 30,65% das ações da Casan.
 
Já o PL 236/2011 prevê literalmente a venda do percentual das ações (um negócio avaliado em cerca de R$ 250 milhões). Como tramitam em regime de urgência, as duas matérias têm que ser aprovadas – ou não – até o dia 17 do próximo mês.
 
Atualmente, o governo do estado detém 63,57% das ações da Casan. O restante está na mão da Codesc (2,32%), SC Parcerias (18,35%) e da Celesc (15,76%). A proposta do estado é pegar 12,57% de sua parte, comprar os percentuais da Codesc e da SC Parcerias e vender este bolo à iniciativa privada.
 
Com isso, o estado ficaria com 51% das ações, a iniciativa privada com 30,65% e a Celesc com 18,35%. O presidente da estatal, Dalírio Beber, sustenta que esta é a única maneira de tirar a Casan do buraco e deixar a empresa com poder de investimento. 
 
Ele rebate que a manobra vise privatizar a empresa. Argumenta que, com 51% das ações, o estado permanece como majoritário. De fato. O ponto de discórdia é que ter a maioria das ações não garante, necessariamente, o controle da empresa.
 
A questão que gera polêmica não é a venda em si, mas o fato do contrato a ser firmado com a iniciativa privada não ser especificado.
 
Sindicato é contrário à venda das ações
“É um cheque em branco que darão para o estado”, contrapõe o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente em Santa Catarina (Sintaema), Odair Rogério da Silva, a respeito da tentativa de venda das ações da Casan.
Odair assinala que a entrada da iniciativa privada na empresa pública é o primeiro passo para a privatização, algo que o sindicato coloca-se veementemente contra.
“Ninguém conhece qual o acordo que será firmado entre o estado e o futuro acionista minoritário. Se querem transparência, que respondam a esta pergunta. O problema da Casan tem nome e sobrenome: má gestão ou cabide de emprego”, esbraveja o presidente.
Ele pediu a retirada do regime de urgência no trâmite dos projetos que estão em debate na assembleia. O presidente da comissão de constituição e justiça, Romildo Titon (PMDB), não acatou.
“Vamos tentar viabilizar emendas para garantir a segurança da estatal. Se querem parcerias, que seja com outros empresas públicas. A iniciativa privada mudará o perfil da Casan: focará no lucro, e não no investimento”, pontua Odair.
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