O 1º Congresso Nacional da Indústria na Amurel, realizado nesta quarta-feira (4), em Tubarão, na Fundação InoversaSul, abriu sua programação com a palestra do diretor de Inovação e Competitividade da FIESC, José Eduardo Azevedo Fiates. Representando o presidente da Fiesc, Mário Cezar de Aguiar, Fiates abordou o tema “Industrialização versus Desindustrialização”, destacando os desafios e as oportunidades para o futuro da indústria catarinense.
O evento contou com a presença de representantes de 45 setores econômicos, como cerâmico, madeireiro, metal-mecânico, químico, saúde e alimentação. Além disso, foram submetidos 11 trabalhos acadêmicos, avaliados por comissão científica, reforçando a integração entre indústria e conhecimento.
Fiates destaca necessidade de planos integrados para o desenvolvimento
Durante sua palestra, Fiates ressaltou que Santa Catarina é considerada um fenômeno no desenvolvimento nacional, mas enfrenta desafios com a desindustrialização. Segundo ele, o estado possui uma logística privilegiada, com o único porto ao sul da capital, e polos regionais relevantes, como a Amurel, mas ainda falta competitividade nacional.
Ele alertou que a população do estado deve dobrar em até 20 anos, exigindo um crescimento ordenado, com integração entre governos, empresas e universidades. Para isso, Fiates defende a necessidade urgente de planos robustos e integrados de desenvolvimento.
SC é o 2º estado mais industrializado do país
Mais de 1 milhão de pessoas trabalham na indústria
Amurel é uma das regiões com mais setores relevantes
Neoindustrialização e fortalecimento dos ecossistemas de inovação
Fiates propôs o conceito de “neoindustrialização”, pautado em parcerias, integração entre setores e fortalecimento dos ecossistemas de inovação. Ele defendeu que o desenvolvimento regional passa pela combinação de liderança, capital humano, tecnologia e propósito.
“A atividade econômica se dá por quem empreende”, destacou, citando a importância de conectar empresas, universidades e governo em um ciclo virtuoso de desenvolvimento.
A chegada da Intelbras a Tubarão foi mencionada como um marco importante para a região, que precisa atrair mais jovens empreendedores e oferecer qualidade de vida e entretenimento.
Competência, colaboração e inteligência artificial: os desafios para o futuro
Fiates reforçou que não se pode falar em desenvolvimento industrial sem competência e colaboração. “Ninguém colabora com incompetentes”, provocou. Para ele, as regiões precisam disputar atenção e investimentos de forma planejada e organizada.
Ele também destacou que a inteligência artificial é inevitável e que a gestão estratégica é essencial, mas que o foco deve estar na eficiência operacional: “Todos já sabem o que fazer, mas quem vai executar e como?”.
Por fim, chamou a atenção para a falta de planos claros de desenvolvimento para a indústria, cidades e regiões, defendendo a necessidade de definir causas comuns, como Israel fez com a defesa territorial, para orientar o crescimento de forma sustentável.