A Europa e a Ásia Central registraram 127.350 casos de sarampo em 2024, o dobro do total de 2023 e o maior número desde 1997. O aumento significativo foi divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), que alertam para a baixa cobertura vacinal na região após a pandemia de covid-19. Entre os casos confirmados, 40% envolveram crianças menores de 5 anos, e mais da metade dos pacientes precisou de hospitalização. Além disso, 38 mortes foram registradas até março deste ano.
Número de casos volta a crescer após queda histórica
O sarampo vinha apresentando uma redução constante na Europa e na Ásia Central desde 2017, quando 216 mil infecções foram contabilizadas. O menor número de casos ocorreu em 2016, com apenas 4.440 registros. No entanto, o cenário começou a mudar entre 2018 e 2019, quando os números subiram para 89 mil e 106 mil, respectivamente. O recente aumento expressivo reforça a preocupação com a queda nas taxas de vacinação infantil na região.
Baixa cobertura vacinal impulsiona novos surtos
A OMS e o Unicef apontam que a redução da vacinação durante a pandemia contribuiu diretamente para o crescimento dos casos de sarampo. Em 2023, cerca de 500 mil crianças na Europa e na Ásia Central não receberam a primeira dose da vacina, deixando a população mais vulnerável à doença. A imunização é essencial para evitar surtos e proteger contra complicações graves, como pneumonia, encefalite e cegueira.
Sarampo pode comprometer o sistema imunológico
Além dos riscos imediatos, o sarampo pode enfraquecer o sistema imunológico ao “apagar” a memória do organismo sobre como combater infecções, tornando os sobreviventes mais suscetíveis a outras doenças. A transmissão ocorre pelo contato com gotículas expelidas ao tossir, falar ou espirrar, sendo altamente contagiosa. Autoridades de saúde reforçam a importância da vacinação para conter o avanço da doença e evitar complicações severas.